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Publicado em 17/10/2025


BIOFUND Reforça Compromisso com a Conservação da Biodiversidade de Moçambique no Congresso Mundial de Conservação da IUCN 2025

Fundação destaca soluções de financiamento sustentável, governação local e parcerias regionais em Abu Dhabi (9–15 de Outubro)

A Fundação para a Conservação da Biodiversidade (BIOFUND) marcou presença expressiva no Congresso Mundial de Conservação da IUCN 2025, decorrido de 9 a 15 de Outubro em Abu Dhabi, onde reforçou o compromisso institucional com a conservação da natureza e o desenvolvimento sustentável em Moçambique.

O evento, que reuniu decisores, cientistas, representantes de organizações da sociedade civil e líderes de povos indígenas de mais de 140 países, foi um espaço estratégico para partilha de experiências, inovação e definição de prioridades globais para a protecção da biodiversidade.

A BIOFUND apresentou uma exposição técnica e interactiva, dedicada à biodiversidade moçambicana, realizada em parceria com a Administração Nacional das Áreas de Conservação (ANAC). O espaço evidenciou a riqueza do país e o papel complementar de diversos intervenientes na promoção da sustentabilidade das Áreas de Conservação, reunindo materiais sobre principais iniciativas emblemáticas, como o Endowment Fund, o Cartão bio, o Projecto MozNorte (financiado pelo Banco Mundial), o Programa de Conservação da Biodiversidade (financiado pela Suécia), o Programa de Contrabalanços de Biodiversidade (financiado pela Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD), Fundo Francês para o Ambiente (FFEM) , Programa de Conservação da Biodiversidade financiado pelo Governo da Suécia) e o PROMOVE Biodiversidade (financiado pela União Europeia), além de mecanismos de financiamento comunitário e os programas de educação ambiental apoiados pela BIOFUND.

A exposição despertou grande interesse, sobretudo pelos modelos inovadores de financiamento sustentável e pelas parcerias público-privadas promovidas pela Fundação, tornando-se um ponto de referência para networking e troca de experiências, reforçando a visibilidade internacional da instituição e de Moçambique.

Paralelamente, a BIOFUND participou em sete sessões temáticas, partilhando experiências e soluções estratégicas em financiamento sustentável, conservação comunitária, contrabalanços de biodiversidade, inovação financeira e hierarquia de mitigação. A BIOFUND e parceiros, destacaram a eficácia do programa COMBO+ na conciliação entre desenvolvimento económico e conservação, com Moçambique como caso de sucesso em pilotos de biodiversidade e fortalecimento da capacidade técnica.

A presença de jovens profissionais da BIOFUND também marcou o Congresso, com destaque para Humaira Badrú, Kevin Correia e Moisés Mutevuie, todos antigos beneficiários do Programa de Liderança para a Conservação de Moçambique (PLCM). Enquanto Humaira Badrú e Kevin Correia participaram activamente nas sessões Youth on the Frontlines of Nature Conservation e Blue Nature – From Conservation to Sustainable Financing for Improved Livelihoods, ilustrando o impacto do investimento contínuo da BIOFUND na capacitação de jovens líderes, Moisés Mutevuie, actualmente profissional na área financeira da Fundação, representa como o programa também contribui para o desenvolvimento de carreiras especializadas no sector da conservação.

No âmbito da Africa Keystone Partnership, a Fundação evidenciou-se como modelo de Fundo Fiduciário para a Conservação (CTF), demonstrando que mecanismos financeiros estáveis geram impactos concretos na conservação e no desenvolvimento comunitário, reforçando a importância da governança institucional e da cooperação transfronteiriça. Em painéis sobre restauração ecológica e escalonamento de financiamento via CTFs, a BIOFUND abordou a aplicação da ciência para integrar conservação, desenvolvimento e benefícios comunitários, exemplificando instrumentos como o Endowment Fund e o Cartão Bio. A BIOFUND destacou ainda o papel de plataformas regionais colaborativas, como a Sustainable Finance Coalition, na mobilização de capital ambiental e na replicação de boas práticas, bem como instrumentos emergentes como blue bonds, blended finance e nature credits. Por fim, reforçou a relevância de estruturas locais de governança para credibilidade e impacto, salientando que o futuro da conservação dependerá da mobilização de instrumentos híbridos e do fortalecimento de parcerias internacionais.

A participação da BIOFUND estendeu-se à Assembleia de Membros da IUCN (espaço máximo de deliberação e tomada de decisão da União) reforçando o reconhecimento internacional da Fundação como membro activo, e o alinhamento com os valores e princípios da conservação global, promovendo a colaboração entre governos, organizações não governamentais, sector privado, academia e instituições de pesquisa, sociedade civil, povos indígenas e fundos fiduciários, e consolidando a importância do trabalho colectivo para atingir metas internacionais como o Global Biodiversity Framework e o Acordo de Paris.