Moçambique esteve representado no Seminário Internacional de Liderança de Parques, que decorreu de 22 de Abril a 1 de Maio de 2025, em São Francisco, Califórnia (EUA), por uma delegação composta por membros da Fundação para a Conservação da Biodiversidade (BIOFUND) e do Governo de Moçambique. Esta participação nacional inseriu-se numa acção de capacitação técnica e institucional, com o objectivo de reforçar as competências em gestão de áreas protegidas e liderança para a conservação.
BIOFUND representou Moçambique em Seminário Internacional de Liderança de Parques na Califórnia
A BIOFUND integrou esta missão com a participação da Directora de Programa, Alexandra Jorge, e da Gestora de Projecto, Victória Cossa, evidenciando o seu compromisso activo no desenvolvimento de capacidades nacionais para uma gestão mais eficaz e sustentável das áreas protegidas. A delegação incluiu ainda representantes da Administração Nacional das Áreas de Conservação (ANAC), nomeadamente o seu Director Geral, Pejul Calenga, o Administrador do Parque Nacional do Limpopo, Francisco Pariela, e o Coordenador de Projecto, Madyo Couto.
O seminário constituiu uma plataforma estratégica de partilha de experiências e boas práticas entre profissionais de conservação de países como Tanzânia, Belize, Irlanda, Gana, Quénia, Japão, Ucrânia, Eslováquia e Estados Unidos. Contou ainda com a colaboração de instituições de renome, como o National Park Service, a University of California – Natural Reserve System, a Utah Valley University e os California State Parks.
A presença da BIOFUND neste fórum internacional reforçou o papel da instituição na promoção da liderança e inovação na conservação em Moçambique, contribuindo para o desenho de políticas públicas mais robustas e sustentáveis, e para o fortalecimento institucional dos actores do Sistema Nacional de Áreas de Conservação.
Unidade Técnico-Científica (UTC) capacitada em métricas para medir perdas e ganhos de biodiversidade (espécies e ecossistemas) em Moçambique
A Unidade Técnico-Científica (UTC) de Apoio aos Contrabalanços de Biodiversidade beneficia-se de uma capacitação sobre métricas para medir perdas e ganhos de biodiversidade (espécies e ecossistemas). O evento teve lugar no dia 17 de Abril de forma presencial em Maputo, e contou com a participação de 25 pessoas, dentre eles membros provenientes de diferentes instituições que compõem a UTC, técnicos da Repartição de Avaliação e Acompanhamento dos Contrabalanços de Biodiversidade (RAACB) da Direcção Nacional do Ambiente (DINAB) e formadores.
A capacitação foi promovida pelo Programa COMBO+, uma parceria entre o Ministério da Agricultura, Ambiente e Pescas (MAAP), Wildlife Conservation Society (WCS-Moçambique) e a Fundação para a Conservação da Biodiversidade (BIOFUND) e, baseada no recém desenvolvido “Guião de Orientação para o desenvolvimento de métricas adequadas para utilização nos cálculos de perdas e ganhos de ecossistemas e/ou espécies”, pela equipa internacional do Programa COMBO+, tendo como caso de estudo, a recém desenvolvida “Métrica de Ecossistemas de Ervas Marinhas”.
A UTC é um grupo multissectorial (composta por representantes de instituições governamentais, sector privado, academia e organizações da sociedade civil) tem como missão apoiar estrategicamente a Autoridade de Avaliação de Impacto Ambiental na concepção, avaliação e monitoria dos Planos de Gestão de Contrabalanços da Biodiversidade (PGCB).
O Programa COMBO+ é actualmente financiado pela Agence Française de Developpement (AFD) e pelo Fonds Français pour l’Environnement Mondial (FFEM). Em Moçambique, o COMBO+ é também actualmente financiado pelo Governo da Suécia através do Programa de Conservação da Biodiversidade.
PROMOVE Biodiversidade: apresenta o progresso das Actividades Implementadas nas províncias de Zambézia e Nampula
Teve lugar nesta quarta-feira, 23 de Abril de 2025, na Cidade de Maputo, a 4ª Sessão do Comité Nacional de Supervisão CNS do PROMOVE Biodiversidade. Um evento liderado pelo Gabinete do Ordenador Nacional – GON, em coordenação com a Administração Nacional das Áreas de Conservação (ANAC), a União Europeia e a Fundação para a Conservação da Biodiversidade – BIOFUND.
A reunião contou com cerca de 34 participantes, tanto presenciais quanto online, incluindo individualidades como o Ministro Plenipotenciário do GON, o Director Geral Adjunto da ANAC, a Chefe da Delegação da União Europeia e o Director Executivo da BIOFUND. Também participaram os membros do CNS das províncias de Nampula e Zambézia, Serviços Distritais de Actividades Económicas de Lugela, Administradores das Áreas de Conservação beneficiárias do Programa, bem como parceiros de implementação.
Foram apresentados resultados do progresso das actividades em todas as áreas de intervenção do programa, assim como os resultados da avaliação de meio-termo do PROMOVE Biodiversidade.
Conservação e Pesquisa no Monte Mabu: O Papel do PROMOVE Biodiversidade
O PROMOVE Biodiversidade tem sido fundamental na conservação e pesquisa no Monte Mabu. Através deste apoio, o consórcio WWF-ReGeCom-RADEZA colaborou com a comunidade local para delimitar 9.300 hectares para conservação e submeteu uma proposta de criação de uma Área de Conservação Comunitária (ACC) à ANAC. Foram realizados estudos e expedições, científicas sendo que a última em 2024 contou com 25 cientistas apoiados por cerca de 100 membros da comunidade. A última expedição não só aumentou o conhecimento sobre a biodiversidade como deu maior visibilidade internacional ao Monte Mabu.
No âmbito da melhoria dos meios de vida, cinco potenciais cadeias de valor foram identificadas: agricultura de conservação, apicultura, ecoturismo, piscicultura e produção de água mineral. Neste âmbito, 200 beneficiários produziram 2,27 toneladas de produtos agrícolas e 72 beneficiários da apicultura estabeleceram 47 apiários.
PROMOVE Biodiversidade: Conservação e Desenvolvimento Sustentável no Parque Nacional do Gilé
No Parque Nacional do Gilé – PNAG, o PROMOVE Biodiversidade financiou a realização de pesquisas, essenciais para apoiar decisões de maneio e influenciar políticas de conservação.
A RADEZA apoiou diversas cadeias de valor, incluindo agricultura (com transferência de tecnologia através das Escolas na Machamba do Camponês), apicultura, piscicultura, avicultura, fontes de água e moageiras.
Além disso, a intervenção na conservação, através do acordo com a fundação FFS-IGF permitiu o aumento no número de fiscais e a modernização dos processos de fiscalização e monitoria ecológica e meios circulantes. A translocação de 200 búfalos para esta área de conservação contribuiu para a restauração da biodiversidade nesta área de conservação.
APAIPS: Protegendo a Biodiversidade Marinha com o POMOVE Biodiversidade
O apoio do PROMOVE Biodiversidade tem sido fundamental para a Área de Protecção Ambiental das Ilhas Primeiras e Segundas (APAIPS). A WWF em consórcio com a AENA e Kulima contribuiu para a reabilitação, expansão e apetrechamento dos escritórios da APAIPS; promoveu o treinamento e graduação do primeiro grupo de 47 fiscais na história da APAIPS, incluindo antigos agentes comunitários. O PROMOVE Biodiversidade também apoiou o desenvolvimento de meios de vida investindo nas cadeias de agricultura e processamento de pescado. O apoio estendeu-se ao engajamento das Organizações Comunitárias de Base (OCBs) na sensibilização comunitária, patrulhas e monitoria, fortalecendo a conservação da biodiversidade marinha.
Regulamento da CITES aprovado pelo governo: ANAC lidera este processo
Além das actividades promovidas nas áreas de conservação, no âmbito do acordo de implementação de uma das componentes do PROMOVE Biodiversidade com enfoque no fortalecimento institucional da ANAC, foi formulado e aprovado o regulamento da CITES pelo governo. Isto representa um marco significativo na protecção das espécies ameaçadas através da implementação eficaz das directrizes da CITES, criando condições para o país ascender a uma categoria mais alta. A ANAC também desempenhou um papel crucial no fortalecimento da Autoridade Científica da CITES envolvendo mais universidades, organizou o treinamento de vários sectores de segurança, assegurando que as normas internacionais de conservação sejam rigorosamente seguidas. A formulação das Normas Complementares de Mecanismos de Gestão para as Áreas de Conservação Comunitária é outro resultado importante desta componente.
O Director Geral Adjunto da ANAC destacou a importância da colaboração entre o governo, organizações internacionais e comunidades locais para garantir a sustentabilidade das áreas de conservação.
O Director Executivo da BIOFUND reafirmou o compromisso da organização em trabalhar com todas as partes interessadas e usar dos resultados do programa para melhorar futuras iniciativas de conservação.
A Chefe de Cooperação da União Europeia em Maputo expressou orgulho pelo papel do PROMOVE Biodiversidade na protecção da biodiversidade e promoção do desenvolvimento sustentável das comunidades locais e, desafiou a todos intervenientes do Programa para que superem os desafios para o alcance dos objectivos do programa. Destacou, em particular, a geração de benefícios tangíveis para as comunidades locais e, resposta efectiva às recomendações da avaliação de meio-termo do programa, cujos resultados foram também partilhados neste evento. Esta destacou a necessidade de assegurar a implementação estratégica dos meios de vida com benefícios tangíveis para as comunidades beneficiárias.
O Programa PROMOVE Biodiversidade é financiado pela União Europeia e implementado pela BIOFUND e ANAC, com o objectivo de promover o fortalecimento institucional, a conservação da biodiversidade, o desenvolvimento comunitário e a realização de pesquisas para informar acções práticas de gestão. Três Áreas de Conservação nas províncias de Nampula e Zambézia beneficiam deste apoio, nomeadamente, o Parque Nacional do Gilé – PNAG, Área de Protecção Ambiental das Ilhas Primeiras e Segundas – APAIPS e suas áreas costeiras adjacentes e o Monte Mabu.
O CNS providencia orientação estratégica para o programa, assegurando o seu alinhamento com as políticas e estratégias nacionais, bem como com os compromissos internacionais dos quais Moçambique é signatário. Além disso, o CNS aconselha e acompanha os implementadores e beneficiários para alcançar os resultados e efeitos desejados do programa.
Segunda Conferência de Montanhas da Africa Austral: Superando limites e barreiras
A Fundação para a Conservação da Biodiversidade – BIOFUND participou, entre os dias 17 e 20 de Março de 2025, na 2.ª Conferência de Montanhas da África Austral (SAMC25), realizada sob a égide da UNESCO e com o apoio de dezenas de patrocinadores, no Drakensberg, África do Sul. Esta community of practice constituiu uma plataforma de excelência para demonstrações, incentivo à investigação, partilha de experiências e promoção de políticas sobre os ecossistemas montanhosos da região.
A conferência reuniu mais de 300 participantes provenientes de diversos países, incluindo cientistas, professores, estudantes, representantes governamentais, organizações não-governamentais, entidades intergovernamentais e das Nações Unidas, bem como membros de comunidades locais e da sociedade civil. O evento contou com várias sessões especiais dedicadas à rica biodiversidade das montanhas, à sua importância cultural, às oportunidades dos mercados de carbono, bem como à conservação transfronteiriça das regiões montanhosas.
Moçambique esteve representado pela BIOFUND (com o apoio do Projecto MozNorte, financiado pelo Banco Mundial), pelo consórcio WWF/ReGeCom/RADEZA (implementadores do PROMOVE Biodiversidade no Monte Mabu, com apoio do deste programa), assim como por representantes da ANAC, do Parque Nacional de Chimanimani e do Parque Nacional da Gorongosa. Estiveram igualmente presentes parceiros regionais do Malawi (Monte Mulanje) e cientistas internacionais com experiência de trabalho em Moçambique, nomeadamente, especialistas em biodiversidade e áreas protegidas.
Durante as sessões plenárias e paralelas, foram realizadas diversas apresentações destacando a biodiversidade do Monte Mabu e de outras cordilheiras de montes-ilha em Moçambique, assim como actividades em curso de envolvimento e empoderamento das comunidades locais. Foram ainda partilhadas experiências do Parque Nacional da Gorongosa na restauração do sistema afromontanhoso, equilibrando o desenvolvimento comunitário com a conservação da biodiversidade.
Houve ainda apresentações fascinantes sobre grupos de voluntários amantes das montanhas, assim como a relevância e importância de planificar e desenhar trilhas nas montanhas, para fins de lazer e turismo, área de grande potencial do nosso pais, ainda inexplorada!
Os representantes moçambicanos regressaram motivados com o destaque dado aos sistemas montanhosos enquanto fontes de água, repositórios de biodiversidade (frequentemente única) e fornecedores de outros serviços ecossistémicos. Este entusiasmo deu origem a discussões preliminares para a criação de um movimento nacional de sensibilização e promoção da conservação e uso sustentável dos ecossistemas de montanha.
30 técnicos recebem formação em Salvaguardas Ambientais e Sociais no âmbito da construção da vedação eléctrica da Área de Conservação Comunitária de Muwai
Na segunda semana de Abril de 2025, trinta técnicos comunitários envolvidos na construção da vedação eléctrica de 43 km na Área de Conservação Comunitária de Muwai (ACC de Muwai) beneficiaram de uma formação sobre Salvaguardas Ambientais e Sociais. A capacitação foi conduzida em português e em changana, por especialistas da Fundação para a Conservação da Biodiversidade (BIOFUND) e da Administração Nacional das Áreas de Conservação (ANAC), com o objectivo de assegurar o cumprimento rigoroso das normas ambientais e sociais durante a implementação da infraestrutura.
Durante a formação, foram abordados temas cruciais como a importância da conservação dos recursos naturais, boas práticas ambientais e sociais na execução da obra, medidas de Saúde, Higiene e Segurança no Trabalho (SHST), o uso correcto de Equipamentos de Protecção Individual (EPI), bem como tópicos sensíveis como Violência Baseada no Género (VBG), Exploração e Abuso Sexual (EAS) e Assédio Sexual (AS). Os beneficiários da formação também foram informados sobre os seus direitos e deveres, o mecanismo de diálogo e reclamações e foi divulgada a Linha Verde como um dos canais para denúncia.
A formação insere-se no âmbito do Programa de Conservação da Biodiversidade (2023–2027), coordenado pela BIOFUND, em estreita colaboração com a ANAC-IP, e financiado pelo Governo da Suécia.
A iniciativa surge em resposta a um pedido da Associação Comunitária do Corredor do Futhi, que representa as comunidades de Huco, Matchia, Madjadjane, Salamanga, Tchia e Massala, também do Corredor de Futi, com o objectivo de mitigar os impactos do conflito com elefantes que afecta a região há vários anos.
Com apoio técnico da Conserve Global, do Parque Nacional de Maputo e da Área de Protecção Ambiental de Maputo (APA Maputo), o projecto pretende reduzir perdas humanas e agrícolas, incentivar a convivência harmoniosa entre comunidades e elefantes, e impulsionar o desenvolvimento de actividades económicas sustentáveis, como o ecoturismo.
Importa destacar que este é o primeiro projecto a nível nacional, de construção de uma vedação eléctrica para o estabelecimento de uma área de conservação comunitária. Esta iniciativa reforça a relevância do envolvimento activo das comunidades locais na protecção da biodiversidade e na promoção de um desenvolvimento sustentável e inclusivo.
Unidade Técnico-Cientifica consolida esforços rumo à implementação eficaz dos Contrabalanços da Biodiversidade em Moçambique
No dia 9 de Abril de 2025, a Unidade Técnico-Cientifica de Apoio aos Contrabalanços de Biodiversidade, reuniu-se para realizar a sua primeira sessão ordinária anual. Composta por representantes de instituições governamentais, sector privado, academia e organizações da sociedade civil, esta estrutura multissectorial tem como missão apoiar estrategicamente a Autoridade de Avaliação de Impacto Ambiental na concepção, avaliação e monitoria dos Planos de Gestão de Contrabalanços da Biodiversidade (PGCB).
A sessão contou com a participação de 18 membros, convidados e secretariado, tendo sido marcada por debates estratégicos sobre o avanço da implementação da Directiva sobre Contrabalanços da Biodiversidade (Diploma Ministerial nº 55/2022 de 19 de Maio). Deu-se ênfase na análise dos progressos das actividades realizados em 2024 e discutiu-se a proposta do plano de trabalho para 2025. Foram ainda partilhadas actualizações sobre o estado de implementação do Plano de Gestão de Contrabalanços da Biodiversidade (PGCB) da empresa Kenmare, bem como de outros PGCBs com potencial de implementação no país. A sessão incluiu também a partilha do ponto de situação das directrizes/guiões técnicos existentes e em desenvolvimento para o cumprimento do Diploma Ministerial nº 55/2022 de 19 de Maio. Estas ferramentas serão usadas pelo Governo, Proponentes de Projectos de desenvolvimento, Consultores Ambientais e outros stakeholders que estarão envolvidos na implementação de PGCB em Moçambique. Por fim, os participantes refletiram sobre a sustentabilidade e composição da UTC e definiram os próximos passos para garantir o seu funcionamento contínuo e eficaz.
A operacionalização da UTC conta com o apoio do Programa COMBO+, uma parceria entre o Ministério da Agricultura, Ambiente e Pescas (MAAP), Wildlife Conservation Society (WCS-Moçambique) e a Fundação para a Conservação da Biodiversidade (BIOFUND). O Programa COMBO+ é actualmente financiado pela Agence Française de Developpement (AFD) e pelo Fonds Français pour l’Environnement Mondial (FFEM). Em Moçambique, o COMBO+ é também actualmente financiado pelo Governo da Suécia através do Programa de Conservação da Biodiversidade.
Esta reunião não só consolidou o papel estratégico da UTC como também reforçou o compromisso colectivo com a conservação da biodiversidade em Moçambique, em alinhamento com as metas nacionais e internacionais.
53 novos estagiários do PLCM prontos para impulsionar a Conservação em Moçambique
A Fundação para a Conservação da Biodiversidade – BIOFUND, em parceria com a Administração Nacional das Áreas de Conservação – ANAC e o Instituto Nacional de Emprego – INEP, com financiamento da Agência Sueca de Cooperação para o Desenvolvimento Internacional (SIDA-Suécia), realizou entre os dias 01 a 03 de Abril, no Parque Nacional de Maputo – PNAM, a indução dos beneficiários da 7ª edição do programa de estágios do Programa de Liderança para a Conservação de Moçambique – PLCM
A indução contou com cerca de 136 participantes, incluindo representantes da ANAC, Governo da Suécia, INEP, equipe da SENSAP, Global Aliance o diplomata e influenciador Dário Camal, administradores do PNAM e APAM, demais parceiros do PLCM e 53 estagiários (33 homens e 20 mulheres), que vão ser alocados durante 6 meses em 26 centros de estágio, em todo o pais.
Na sua intervenção, Luís Bernardo Honwana, Director Executivo da BIOFUND, referiu que “a multidisciplinariedade dos estagiários seleccionados confirma a representação de todas as formações oferecidas pelo ensino em Moçambique.” Segundo ele, a realização da Indução no PNAM pretendeu demostrar aos estagiários que estes são parte fundamental do exercício da Conservação da Biodiversidade, componente crucial para o desenvolvimento do país.
Frida Rhode, representante da Embaixada da Suécia expressou o orgulho de fazer parte do programa com um impacto significativo na Conservação da Biodiversidade em Moçambique e globalmente.
Na mesma ocasião, Miguel Gonçalves, administrador do PNAM, aconselhou aos novos estagiários a pautarem pela honestidade, dedicação e apropriação desta missão, que é a Conservação da Biodiversidade.
Durante o evento, os beneficiários tiveram a possibilidade de ouvir sobre as instituições onde irão estagiar, aprender sobre procedimentos de primeiros socorros, Conservação de ecossistemas marinhos, monitoria e avaliação, seguro de trabalho e participaram de dinâmicas de grupo que permitiram envolvimento e aprendizagem sobre a comunicação e storytelling. Houve igualmente, espaço para partilha de experiências com ex-estagiários do programa, que actualmente fazem parte da equipa de colaboradores de diversas instituições.
Além disso, esta sessão contou com a participação do influenciador da juventude Dário Camal, que apresentou princípios chaves para o desenvolvimento de carreira dos jovens.
“Foi uma indução impactante, pois, estando no mesmo local com todos colegas estagiários criamos conexões e mais interacção. Consegui aprender bastante sobre a conservação em Moçambique, e que conservação não é só para biólogos e ecologistas, mas sim para todos e, estes dias despertaram em mim ainda mais a vontade de continuar no programa.” Disse Paqueleque Variento, formado em engenharia rural.
O PLCM é um programa de capacitação e liderança. Este programa tem como objectivos reforçar a capacidade e habilidades dos profissionais do Sistema Nacional das Áreas de Conservação (SNAC), moldar o perfil dos futuros líderes de Conservação e atrair o público em geral para a Conservação da Biodiversidade em Moçambique.
Para saber mais sobre o PLCM, clique visite a nossa página através do link AQUI.
Cartão Bio financia vedação para mitigar conflitos entre Elefantes e comunidades no distrito da Moamba
Foi concluída, em Março de 2025, a instalação de uma vedação de 3,7 km na Incomati Conservancy, no Distrito de Moamba, com o objectivo de reduzir os conflitos entre as comunidades locais e os elefantes. A iniciativa faz parte do projecto “Vozes de Savana: Elefantes Monitorados, Comunidades Ouvidas”, implementado pelo Mozambique Wildlife Alliance (MWA), em coordenação com a Administração Nacional das Áreas de Conservação (ANAC), e conta com o financiamento do Cartão bio – uma parceria entre a Fundação para a Conservação da Biodiversidade (BIOFUND) e o Banco Comercial e de Investimentos (BCI).
Com um valor total de 3,152,210.00 MZN, esta vedação representa mais do que uma simples barreira física. É uma estratégia inovadora que protege as machambas, as infra-estruturas e os meios de subsistência das comunidades, mitigando os impactos da migração de elefantes, e promovendo tanto a segurança das populações quanto a conservação da biodiversidade.
A actividade foi conduzida pela HSES (High Security Electronic Solution), tendo a Incomati Conservancy como beneficiária e parceira estratégica. Sete colaboradores da Incomati Conservancy, que são das comunidades vizinhas, desempenharam um papel activo na iniciativa, reforçando o envolvimento local na conservação da biodiversidade e o compromisso com a protecção dos elefantes.
Para consolidar a sensibilização sobre a importância da vedação, está agendada uma visita guiada para líderes comunitários e autoridades distritais de Moamba, incentivando um diálogo aberto sobre os desafios inerentes à coexistência entre humanos e elefantes.
Este marco reforça o compromisso do MWA no cumprimento do Memorando de Entendimento com a ANAC. Ao viabilizar este financiamento, o Cartão bio reafirma o seu papel no apoio a projectos de conservação da biodiversidade e na promoção de uma convivência harmoniosa entre as comunidades e a vida selvagem.
PROMOVE Biodiversidade: Resultados dos Estudos Realizados no PNAG e Monte Mabu Realçam a Importância da Pesquisa para a Conservação
Trata-se dos resultados das pesquisas aplicadas promovidas pelo Programa PROMOVE Biodiversidade, financiado pela União Europeia, realizadas no Parque Nacional do Gilé (PNAG) e Monte Mabu, apresentados no seminário organizado pela Fundação para a Conservação da Biodiversidade – BIOFUND e parceiros, no dia 21 de Fevereiro, na Cidade de Maputo.
O evento contou com cerca de 63 participantes, incluindo representantes da União Europeia, da Administração Nacional das Áreas de Conservação (ANAC) e de outras Direcções do Ministério da Agricultura Ambiente e Pescas – MAAP, do Parque Nacional do Gilé – PNAG, Monte Mabu, da Área de Protecção Ambiental das Ilhas Primeiras e Segundas (APAIPS), do Instituto Nacional de Estatística (INE) e da Academia. O objectivo foi divulgar os resultados de cinco estudos científicos e a sua implicação na gestão do PNAG e Monte Mabu. Os estudos abordaram temas cruciais para a conservação e gestão sustentável dessas áreas de conservação:
- Queimadas e Efeito sobre a Ecologia do PNAG e Implicações na Gestão do Parque realizada pela Universidade Eduardo Mondlane, Faculdade de Agronomia e engenharia Florestal – UEM/FAEF;
- Grandes Mamíferos do PNAG: Estado de Conservação e Impacto da Reintrodução na Restauração Ecológica realizada pela UniLúrio;
- Relação entre a População da Zona Tampão e conservação do PNAG: Uso dos Recursos Naturais e algumas Projecções Demográficas, realizado pela Universidade Católica de Moçambique – UCM;
- Estudo das Potencialidades Hidrológicas do Monte Mabu realizado pelo Instituto Nacional de Irrigação em colaboração com a UEM/FAEF – INIR e FAEF;
- Resultado das Expedições Científicas realizadas pelo consórcio WWF-ReGeCom-RADEZA.
Entre os resultados apresentados, indica-se que cerca de 60% da área total do parque é afectada anualmente por queimadas intensas e severas havendo associação com a prevalência de casos de caça furtiva no interior do parque. As espécies resistentes ao fogo continuam a dominar nas zonas de alta severidade.
As espécies de Miombo continuam a dominar a vegetação, independentemente da severidade das queimadas. Nas áreas de maior severidade, espécies resistentes ao fogo foram menos afectadas, mas a estrutura do ecossistema foi afectada pela severidade assim como se observou redução significativa da regeneração natural. Estes resultados motivaram a realização de um treinamento em gestão de queimadas para as comunidades locais, pessoal do parque e do governo local. Recomendou-se uma análise do efeito das queimadas sobre as espécies melíferas, sua floração, população de abelhas e produtividade da apicultura, uma cadeia de valor importante na região.
Ainda no PNAG, a pesquisa da UniLúrio constatou a ausência de carnívoros de grande porte e indicou um crescimento da população de herbívoros de médio e grande porte na última década, criando condições favoráveis e disponibilidade de presas para predadores.
Apesar da ausência das comunidades residentes dentro do PNAG, é fundamental o entendimento da dinâmica da população na Zona tampão dado o seu efeito na demanda de bens e serviços tais como a biodiversidade, polinização, recursos hidrológicos, paisagem cénica, sequestro do carbono oferecidos pelo Parque. O estudo da UCM registou um crescimento médio populacional de 1.8% entre os anos de 2023 a 2024 e redução de 26 a 13% de gravidezes nas idades entre 15 e 19 anos. Embora a média crescimento populacional estimada seja inferior às projecções do censo populacional, há necessidade de monitorar estes indicadores por um período mais longo para adopção de medidas efectivas de gestão efectiva do PNAG e desenvolvimento comunitário.
Na mesma ocasião, destacou-se que no Monte Mabu, os estudos reforçaram o alto valor da biodiversidade e a vulnerabilidade das espécies à degradação do habitat. Além disso, a análise hidrológica identificou cerca de 17 cursos de água com excelente qualidade, abrindo oportunidades para desenvolvimento de cadeias de valor ligadas à agricultura, aquacultura, apicultura, pesca, produção de energia hidroeléctrica, extracção de água mineral, entre outras.
Para a ANAC, os resultados destas pesquisas promovidas pelo programa PROMOVE Biodiversidade, permitem conhecer o estado actual da conservação no PNAG, a documentação da Biodiversidade disponível no Monte Mabu e identificação das necessidades locais para melhor elaboração dos planos de gestão eficazes e, eventualmente, contribuir para a formulação políticas públicas voltadas para a conservação da biodiversidade.
Moçambique fortalece a conservação marinha: desenvolvida nova métrica para avaliar a condição ecológica de ervas marinhas em Moçambique
No dia 26 de Fevereiro de 2025, o Programa COMBO+ — uma parceria entre a Wildlife Conservation Society (WCS), a Fundação para a Conservação da Biodiversidade (BIOFUND) e o Ministério da Agricultura, Ambiente e Pescas (representado pela Direcção Nacional do Ambiente (DINAB)) — promoveu um workshop para validar a métrica para determinar a condição ecológica de ervas marinhas em Moçambique.
Desenvolvido pelo governo de Moçambique em colaboração com parceiros estratégicos, esta métrica representa um avanço na busca pelo equilíbrio entre o desenvolvimento económico e conservação da biodiversidade marinha. Este processo segue os princípios da hierarquia de mitigação de impactos na biodiversidade e a nova Directiva sobre os Contrabalanços da Biodiversidade (Diploma Ministerial No. 55/2022 de 19 de Maio), consolidando-se como a quarta ferramenta de monitoria e avaliação da condição ecológica para ecossistemas do país.
O workshop, que foi realizado de forma híbrida na semana em que se celebra o Dia Mundial das Ervas marinhas, contou com 42 participantes nacionais e internacionais, incluindo biólogos marinhos, especialistas em ervas marinhas, docentes universitários, consultores ambientais, gestores de projectos e outros intervenientes. A sessão foi liderada pela Dra. Célia Macamo, consultora individual e docente da Universidade Eduardo Mondlane, e Manuela Amone, estudante de Pós-doutoramento na Universidade Nelson Mandela, na África do Sul, responsáveis pelo desenvolvimento da métrica.
O envolvimento da academia no desenvolvimento da métrica de ervas marinhas reforça a importância da pesquisa científica e da colaboração interinstitucional na construção de soluções para desafios ambientais.
As ervas marinhas, também conhecidas como prados marinhos, exercem uma função vital na resiliência climática através ao sequestrar carbono de forma eficiente, na protecção das zonas costeiras ao estabilizar os sedimentos e reduzir a energia das ondas, além de servir de habitat e área de reprodução para inúmeras espécies marinhas.
Esta nova métrica garante que, à medida que buscamos o desenvolvimento, também preservamos estes ecossistemas e os seus serviços para a presente e futuras gerações, garantindo assim a manutenção do posicionamento de Moçambique na liderança de países com instrumentos legais e técnicos disponíveis para viabilizar o desenvolvimento sustentável.
A métrica de ervas marinhas foi desenvolvida com apoio financeiro do Governo da Suécia através do Programa de Conservação da Biodiversidade e o Banco Mundial através do Projecto MozBio 2 (concluído em Dezembro de 2024).
Nova Etapa na Conservação da Biodiversidade: BIOFUND e SIDA Impulsionam Transição Energética em Áreas de Conservação
Em finais de 2024, a Fundação para a Conservação da Biodiversidade (BIOFUND) em parceria com a Administração Nacional das Áreas de Conservação (ANAC), deu mais um passo importante para o futuro da preservação ambiental em Moçambique, ao lançar mais uma fase do seu Programa de Conservação da Biodiversidade. Financiado pelo Governo da Suécia, através da Agência Sueca de Cooperação para o Desenvolvimento Internacional (SIDA), esta ação visa acelerar a transição energética nas Áreas de Conservação (ACs) do país.
Três empresas privadas que operam em Áreas de Conservação (ACs) no país, assinaram recentemente contratos de financiamento com a BIOFUND: a Kambako Safaris (Bloco L8 e L9) e a Lugenda Wildlife Reserve – Luwire (Bloco L7), ambas na Reserva Especial do Niassa (províncias do Niassa e Cabo Delgado), bem como o Santuário Bravio de Vilanculos, situada no Cabo São Sebastião (província de Inhambane). Cada projecto terá um limite de financiamento de 50.000 dólares americanos (equivalente a cerca de 3.200.000 meticais), quantia a ser reembolsável em três anos.
O objectivo primordial consiste em substituir os tradicionais geradores movidos a combustíveis fósseis, por sistemas de energia limpa, reduzindo drasticamente as emissões de carbono e diminuindo significativamente os custos associados ao transporte de combustível para regiões remotas e de difícil acesso. Ao mesmo tempo, esta transformação garante maior autonomia às ACs, ao proporcionar um fornecimento de energia estável e de baixo impacto ambiental.
A aposta conjunta da BIOFUND e da SIDA não se limita à vertente ambiental: a transição energética também reforça a sustentabilidade das operações de conservação, contribuindo para uma gestão mais eficiente dos recursos naturais e alinhando as Áreas de Conservação de Moçambique com as metas globais de combate às mudanças climáticas. Espera-se que estas soluções inovadoras e replicáveis sirvam de referência para outras reservas, tanto em Moçambique como em todo o continente africano.
Com o apoio do Governo da Suécia, através da SIDA, a BIOFUND reafirma assim o seu compromisso na protecção e no desenvolvimento sustentáveis da biodiversidade nacional, demonstrando que é possível conciliar a conservação do património natural com o progresso e a eficiência económica. Este marco representa uma oportunidade de transformação e um modelo de inspiração para futuras iniciativas ambientais no país e além-fronteiras.
Conservação e Desenvolvimento Comunitário: Seminário do PROMOVE Biodiversidade Define Estratégias para um Futuro Sustentável
A Fundação para a Conservação da Biodiversidade – BIOFUND, através do Programa PROMOVE Biodiversidade, promoveu nos dias 19 e 20 de Fevereiro, na Cidade de Maputo, um seminário estratégico com o objectivo de reflectir sobre abordagens estratégicas, sustentáveis e eficazes para gerar benefícios concretos para as comunidades das Áreas de Conservação beneficiárias do programa, promovendo simultaneamente a conservação da biodiversidade.
O Seminário reuniu 86 participantes, incluindo representantes da BIOFUND, Administração Nacional das Áreas de Conservação (ANAC), União Europeia, Ministério de Agricultura, Ambiente e Pescas (MAAP), Universidade Católica de Moçambique (UCM), Universidade Eduardo Mondlane (UEM), Parque Nacional do Gilé (PNAG), Monte Mabu, parceiros de implementação do PROMOVE Biodiversidade e membros das Associações Comunitárias das áreas beneficiárias do Programa, co-gestores entre outros parceiros.
Compromisso com a Conservação: Intervenções dos actores chaves do PROMOVE Biodiversidade
“Conservação é desenvolvimento“, afirmou Luís Honwana, Director Executivo da BIOFUND, destacando a importância de garantir que as próximas acções do Programa tragam impacto real para as comunidades.
A União Europeia, representada por Aude Guignard, destacou que o PROMOVE Biodiversidade se baseia na iniciativa https://www.natura-africa.de/aboutus e representa uma experiência pioneira da União Europeia de apoio à conservação em Moçambique, reforçando a necessidade de harmonizar abordagens, trocar experiências e superar desafios para melhorar a actuação nas Áreas de Conservação.
Para a ANAC, o PROMOVE Biodiversidade trouxe resultados positivos no fortalecimento entre as comunidades e as Áreas de Conservação, bem assim reforçar a relação da ANAC com outras organizações.
Por sua vez, os representantes das organizações comunitárias sublinharam a importância do envolvimento activo das comunidades, destacando que o Programa já trouxe avanços na redução de queimadas descontroladas, caça furtiva e desmatamento no Monte Mabu e no PNAG.
“Desde o nosso nascimento, nunca tínhamos ouvido falar de conservação. Com o PROMOVE Biodiversidade, criamos a Associação CONSERVAMabu e começámos a sensibilizar as comunidades. Hoje, já há consciência sobre a importância da preservação dos recursos naturais.” Disse Hortência Manuel, Gestora da Associação CONSERVAMabu e facilitadora comunitária.
Trabalho em Grupo para Soluções Sustentáveis
No segundo dia do Seminário, os participantes trabalharam em grupos para identificar soluções sustentáveis para o desenvolvimento comunitário. Entre as soluções debatidas no âmbito da geração de benefícios tangíveis, destacaram-se as seguintes:
- Valorização da cadeia de valor do caju no PNAG
- Produção de café e ecoturismo no Monte Mabu
- Pesca sustentável na Área de Protecção Ambiental das Ilhas Primeiras e Segundas (APAIPS).
O seminário reforçou a necessidade de continuar a desenvolver soluções construídas em conjunto com as comunidades, garantindo a sua apropriação e o envolvimento do sector privado. As recomendações do seminário serão transformadas em acções concretas, assegurando que as comunidades sejam protagonistas na conservação da biodiversidade e no desenvolvimento sustentável.
Fique atento às próximas actualizações sobre acções do PROMOVE Biodiversidade!
De Estagiária a Líder de Conservação Costeira e Marinha: Conheça a Inspiração de Muaule Chuluma na Construção de um Futuro Azul
Muaule Chuluma é uma jovem inspiradora, licenciada em Ciências Biológicas pela Universidade Lúrio e Mestre em Biologia de Conservação pela Universidade Zambeze, através do Consórcio BioEducação do Parque Nacional da Gorongosa.
Em 2022, Muaule participou da 3ª edição de estágios do Programa de Liderança para a Conservação em Moçambique (PLCM) na Área de Protecção Ambiental das Ilhas Primeiras e Segundas (APAIPS), a primeira Área de Conservação em Moçambique com a categoria de Área de Protecção Ambiental e a segunda maior área de Conservação Marinha em África. Durante este estágio, ela aprimorou as suas habilidades técnico-práticas e liderou diversas actividades relacionadas à Conservação Marinha e Costeira, consolidando a sua carreira profissional e reforçando as suas capacidades na Conservação da Biodiversidade.
Para Muaule, o estágio do PLCM foi o ponto de partida perfeito para a sua carreira na Conservação da Biodiversidade Costeira e Marinha. Nas suas palavras
“Como estagiária na APAIPS, desempenhei um papel crucial na fiscalização e monitorização das reservas naturais integrais que são as áreas de Protecção total onde nenhuma actividade extractiva é permitida, além de contribuir para a revitalização dos Comités de Gestão dos Recursos Naturais (CGRN). No nono mês de estágio, candidatei-me a uma vaga na Wildlife Conservation Society (WCS) e fui contratada como Assistente de Projecto, onde participei na Elaboração da Estratégia e Plano de Acção para Expansão de Áreas de Conservação Marinha em Moçambique, baseada em Maputo”.
Actualmente, Muaule trabalha como Assistente de Projecto no programa “Construindo um Futuro Azul para Ecossistemas e Pessoas na Costa Leste Africana” da WCS, baseada em Nacala-Porto. Muaule é especialista marinha, uma extraordinária bióloga, que também actua motivando os comités de pesca e recursos naturais, e transformando conhecimento ecológico local e dados sobre tubarões em insights fantásticos para o projecto. E desta forma continua trilhando o caminho da conservação com determinação e paixão.
O programa PLCM tem sido fundamental para abrir portas para jovens talentos, permitindo-lhes desenvolver habilidades e assumir papéis de liderança. A trajectória de Muaule demonstra como o PLCM pode impulsionar o crescimento profissional e inspirar uma nova geração de jovens líderes, especialmente mulheres dedicadas à conservação da biodiversidade em Moçambique.
PROMOVE Biodiversidade Impulsiona Pesquisa e Capacitação no Parque Nacional do Gilé
Através do financiamento do Programa PROMOVE Biodiversidade, um projecto de pesquisa liderado pela Faculdade de Agronomia e Engenharia Florestal (FAEF) da Universidade Eduardo Mondlane (UEM) e parceiros está a transformar o conhecimento sobre o impacto das queimadas no ecossistema de Miombo do Parque Nacional do Gilé (PNAG). Iniciado em 2022 e com conclusão prevista para Junho de 2025, o estudo visa fortalecer a gestão e conservação do parque através de dados científicos robustos.
Workshop de Apresentação de Resultados: Conhecimento e Acção Práctica
O acampamento de Musseia, principal acampamento do PNAG, foi o palco do workshop de apresentação dos resultados da pesquisa que reuniu 23 participantes, entre membros das comunidades locais através dos Comités de Gestão dos Recursos Naturais (CGRN) e técnicos do PNAG. O evento dividiu-se em duas partes: apresentação e discussão dos resultados da pesquisa, seguida de uma sessão de formação práctica sobre técnicas de maneio de queimadas.
Mapas Estratégicos para Combater Queimadas
Um dos resultados mais significativos do estudo foi a geração de mapas que identificam com precisão as zonas de maior risco de queimadas. Estes mapas serão fundamentais para que o PNAG aloque recursos de forma estratégica e intensifique as acções de prevenção e combate às queimadas, contribuindo directamente para a implementação eficaz do plano de maneio.
Capacitação e Colaboração Comunitária
O treinamento em gestão das queimadas ofereceu uma oportunidade valiosa de troca de conhecimentos entre membros das comunidades, gestores do parque e parceiros. Os participantes comprometeram-se a disseminar o conhecimento adquirido, reforçando o papel essencial da colaboração entre o parque e as comunidades locais. Este esforço é uma peça-chave para reduzir a incidência de queimadas e garantir a preservação da biodiversidade através de práticas sustentáveis de maneio integrado.
PROMOVE Biodiversidade: Um Programa Crucial para a Conservação
Financiado pela União Europeia e gerido pela Fundação para a Conservação da Biodiversidade (BIOFUND) e pela Administração Nacional das Áreas de Conservação (ANAC), o Programa PROMOVE Biodiversidade é essencial para a conservação da biodiversidade em Moçambique. Através de projectos inovadores, o Programa PROMOVE Biodiversidade promove não apenas a protecção e restauração de ecossistemas críticos, mas também a capacitação comunitária para uma gestão sustentável dos recursos naturais.
Cartão Bio: Um Catalisador de Transformação Contínua na Conservação da Biodiversidade em Moçambique
Desde 2017, o Cartão bio, uma parceria pioneira entre a Fundação para a Conservação da Biodiversidade (BIOFUND) e o Banco Comercial de Investimentos (BCI), tem promovido impactos significativos no financiamento de iniciativas de conservação da biodiversidade e no desenvolvimento sustentável em Moçambique. Com mais de 37.000 cartões emitidos e mais de 22 milhões de meticais arrecadados, a iniciativa prova que pequenas contribuições podem gerar grandes mudanças.
Entre os projectos beneficiados destacam-se a protecção de rinocerontes no Sábiè Game Park, que utiliza monitorização por satélite para proteger espécies ameaçadas, e a restauração da Reserva Botânica de Bobole, onde o repovoamento da espécie Raphia australis foi combinado com sistemas agro-florestais que geraram benefícios directos para as comunidades, como o aumento da renda das famílias por meio de negócios agro-florestais e extrativismo florestal sustentável.”. Além disso, o Jardim Botânico da Universidade Eduardo Mondlane implementou um projecto para preservar espécies raras e ameaçadas, como a Warburgia salutaris, promovendo a formação de novos conservacionistas e assegurando a continuidade dos esforços de conservação.
No âmbito marinho, a monitorização de tartarugas na Área de Protecção Ambiental das Ilhas Primeiras e Segundas permitiu o estudo crucial das rotas de migração, ajudando a preservar esta espécie emblemática.
Mais recentemente, o Cartão Bio expandiu o seu impacto para lidar com desafios urgentes, como a mitigação de conflitos entre humanos e elefantes em Maputo, com a instalação de vedações eléctricas e coleiras de monitorização.
Em Sofala, o projecto “Acesso ao Mercado Nacional de Carvão Vegetal” aposta na gestão sustentável de biomassa florestal para criar empregos e reduzir riscos ambientais.
Na celebração do sexto aniversário do Cartão Bio, realizada no auditório do BCI, a BIOFUND reiterou o compromisso de ampliar os resultados positivos da iniciativa, incentivando mais parcerias nacionais. Este modelo conecta empresas e sociedade à conservação da biodiversidade, promovendo um futuro mais sustentável para Moçambique.
7ª Edição da Formação em Planificação e Gestão Financeira reforça competências nas Áreas de Conservação
No final de Novembro de 2024, a Fundação para a Conservação da Biodiversidade (BIOFUND), em parceria com a Administração Nacional das Áreas de Conservação (ANAC), realizou a 7ª edição da Formação em Planificação e Gestão Financeira. Pela primeira vez, o curso foi conduzido pela equipa da Direção de Administração e Finanças da BIOFUND, composta por Fenias Nhari e Celina Citole. O curso reuniu 39 técnicos de 14 Áreas de Conservação Públicas, da ANAC e de parceiros de implementação de projectos financiados pela BIOFUND, com objectivo de aprimorar a transparência, eficiência e responsabilidade na gestão financeira.
Os participantes aprofundaram conhecimentos em planificação financeira, com destaque para a elaboração de planos de actividades e a identificação de despesas elegíveis e inelegíveis. Entre os temas abordados, destacaram-se a gestão de contratos, cumprimento de regras fiscais e a utilização de documentos fiscalmente aceites. Adicionalmente, foi sublinhada a importância de ferramentas como a reconciliação bancária para assegurar o rigor na execução orçamental.
A formação reforçou a integração entre a planificação e a monitoria como uma prática essencial para alinhar metas planeadas à execução financeira. Outro ponto de relevo foi a valorização dos fiscais nas Áreas de Conservação, reconhecendo e sublinhando o papel indispensável destes profissionais na proteção dos parques e apontando os desafios que enfrentam, como a falta de benefícios sociais adequados. Estas questões foram encaminhadas à ANAC, destacando o compromisso de melhorar as condições de trabalho.
Com esta iniciativa, a BIOFUND e a ANAC reafirmam o seu compromisso em fortalecer a gestão sustentável das Áreas de Conservação e de garantir a conservação da biodiversidade, contribuindo para o desenvolvimento sustentável de Moçambique.
Este programa representa mais um passo na capacitação técnica para a gestão responsável dos recursos naturais, consolidando o papel das Áreas de Conservação como pilares do equilíbrio ambiental e do progresso económico.
Capacitada a Primeira Equipa de Fiscalização da APAIPS: Um Marco na Conservação da Biodiversidade em Moçambique
Com o apoio do Programa PROMOVE Biodiversidade, financiado pela União Europeia e gerido pela Fundação para a Conservação da Biodiversidade (BIOFUND) e pela Administração Nacional das Áreas de Conservação (ANAC), a Área de Proteção Ambiental das Ilhas Primeiras e Segundas (APAIPS) celebrou a formação da sua primeira equipa de fiscalização.
São quase 50 fiscais para proteger um dos maiores patrimónios naturais de África
Um total de 47 fiscais de floresta e fauna bravia receberam treino especializado pela Polícia da República de Moçambique. Deste grupo, 13 são antigos agentes comunitários que agora integram a equipa de fiscalização da APAIPS. A sua missão abrange os distritos de Angoche, Moma e Larde, na província de Nampula, e Pebane, na Zambézia, cobrindo pouco mais de 40% de uma área protegida que se estende por mais de um milhão de hectares.
Durante a cerimónia de graduação, realizada a 24 de Novembro, José Luís, Director Provincial de Serviços de Ambiente de Nampula, destacou a relevância do fortalecimento da fiscalização na área de conservação: “Além da sua importância ecológica, a APAIPS oferece oportunidades essenciais para a pesca sustentável, ecoturismo e outros meios de subsistência que beneficiam directamente as nossas comunidades locais.”
Parcerias e compromissos reforçam o sucesso da iniciativa
O Director Geral Adjunto da ANAC, Severiano Khoy, expressou gratidão aos parceiros: “A União Europeia, BIOFUND e a WWF têm sido incansáveis em assegurar a preservação deste belo património natural.” A Administradora da APAIPS, Ricardina Matusse, enfatizou o impacto deste marco, apontando que os esforços fortalecem a conservação de uma das maiores áreas marinhas de África.
Sustentabilidade como objectivo final
O Programa PROMOVE Biodiversidade, no seu compromisso contínuo e colaboração com a ANAC, vai além da fiscalização, apostando em estratégias de gestão sustentável, práticas de sobrevivência para comunidades locais e estudos que influenciem políticas ambientais. Esta abordagem integrada visa garantir não só a protecção da biodiversidade, mas também a melhoria das condições de vida das populações.
Esta conquista reafirma o compromisso de Moçambique com o desenvolvimento sustentável, promovendo uma coexistência harmoniosa entre a preservação ambiental e o bem-estar comunitário.
Evento Vozes da Terra Celebra Encerramento do Projecto MozBio 2 e Exalta Relação Entre Comunidades e Natureza
Nos dias 25 e 26 de Novembro de 2024, a cidade de Maputo acolheu a cerimónia de encerramento do Projecto MozBio 2, designada “Vozes da Terra”. O evento, promovido pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento Sustentável (FNDS) em parceria com a Administração Nacional das Áreas de Conservação (ANAC) e com a Fundação para a Conservação da Biodiversidade (BIOFUND), reuniu 250 participantes e destacou algumas das conquistas e aprendizagens resultantes do projecto.
O objectivo do evento foi partilhar lições aprendidas e promover o diálogo sobre a relação entre pessoas e natureza, estabelecendo uma base de conhecimento que sirva de orientação para futuras intervenções. Participaram membros das comunidades da Reserva Nacional de Marromeu, do Parque Nacional de Chimanimani e do Parque Nacional de Maputo, principais Áreas de Conservação beneficiárias do projecto.
Na abertura, Madyo Couto, coordenador do projecto pelo FNDS, afirmou:
“Este Projecto, foi criado com objectivo de melhorar a relação entre as pessoas e a natureza, onde, junto com a ANAC, pensamos em um Programa que poderia ajudar a melhorar a gestão dos recursos naturais e as condições de vida das pessoas que vivem dentro e à volta das ACs. Realizámos este evento para abordar a natureza e as pessoas de uma forma encantadora, trazendo as diferentes vozes dos carvoeiros, agricultores, pescadores e da comunidade em geral, que estão na linha da frente na relação com a natureza, para partilharem em primeira mão as suas experiências e ideias sobre a natureza e as suas formas de gestão.”
Fátima Amade, representante da BIOFUND, destacou:
“A BIOFUND ouviu as “vozes da terra” e se organizou para continuar a apoiar as Áreas de Conservação, criando espaço para a continuidade do apoio às bolseiras do educa+. A BIOFUND orgulha-se de ter sido parte deste projecto, e continuará a apoiar iniciativas em prol da conservação da biodiversidade e da melhoria das condições de vidas das comunidades”
O evento incluiu uma feira que exibiu produtos e serviços das comunidades e dos parceiros do projecto, bem como uma exposição de biodiversidade promovida pela BIOFUND. Também foram apresentados alguns dos programas financiados pelo MozBio 2, através da BIOFUND, como o PLCM e os Contrabalanços de Biodiversidade.
O Projecto MozBio 2 trouxe impactos positivos às comunidades beneficiárias, elevando a consciência ambiental e estimulando acções colectivas de conservação. Além disso, fomentou fontes alternativas de rendimento, reduzindo práticas como a caça furtiva e a exploração insustentável de recursos naturais.
O evento Vozes da Terra consolidou o legado do Projecto MozBio 2, apontando para um futuro onde a preservação ambiental e o desenvolvimento das comunidades caminham lado a lado.
Beira Confirmada como Anfitriã da 3ª Edição da Conferência da Biodiversidade Marinha em Junho de 2025
A cidade da Beira foi escolhida para acolher a 3ª edição da Conferência da Biodiversidade Marinha (CBM), organizada pela Fundação para a Conservação da Biodiversidade (BIOFUND) em parceria com diversas entidades. Este evento, agendado para Junho de 2025, visa promover sinergias entre iniciativas de adaptação baseada em ecossistemas, facilitando a partilha de conhecimento entre o governo, investigadores, academia, sector privado e comunidades costeiras.
No dia 27 de Novembro de 2024, a equipa da BIOFUND, liderada pelo Director Executivo Luís Bernardo Honwana, apresentou o conceito e os aspectos práticos da conferência às autoridades do Governo central da província de Sofala, e ao Conselho Municipal da Cidade da Beira, sublinhando a importância da colaboração para o sucesso do evento.
Durante a reunião, o Governador da província de Sofala, Lourenço Bulha, destacou que a escolha da Beira para sediar a conferência reforça o compromisso da província com a conservação. Projectos como a restauração das florestas de mangal têm contribuído para a protecção costeira e evidenciam a dedicação à sustentabilidade.
A Secretária de Estado, Cecília Chamutota, demonstrou entusiasmo, afirmando:
“Agradeço principalmente pela escolha da cidade da Beira. Estamos de braços abertos para garantir o apoio para a realização deste evento da melhor forma, e esperamos que este seja um marco para a consolidação de mais iniciativas de conservação na nossa província.”
O Presidente do Conselho Municipal da Beira, Albano Carige, também manifestou apoio e assegurou total disponibilidade para colaborar na realização do evento.
Com o sucesso das edições anteriores em Maputo e Nacala-Porto, a 3ª edição da CBM completa a cobertura geográfica das três regiões (Sul, Norte e Centro) do país. A escolha da Beira, uma cidade vulnerável às alterações climáticas, reforça o simbolismo deste evento, que visa impulsionar soluções inovadoras para a conservação de ecossistemas marinhos e costeiros.
A Conferência da Biodiversidade Marinha na Beira promete ser um marco para o avanço da conservação em Moçambique, reunindo especialistas e actores chave para debater desafios e oportunidades. Acompanhe-nos nas nossas plataformas para mais actualizações sobre este evento transformador.
Unidade Técnico-Científica (UTC) capacitada em ferramentas e plataformas para identificação de biodiversidade a evitar e/ou alvo de Contrabalanços de Biodiversidade em Moçambique
A Unidade Técnico-Científica (UTC) de Apoio aos Contrabalanços de Biodiversidade beneficia-se de uma capacitação sobre ferramentas e plataformas disponíveis para identificação de biodiversidade prioritária a evitar e/ou alvo de Contrabalanços de Biodiversidade em Moçambique, de acordo com a Directiva sobre os Contrabalanços de Biodiversidade (Diploma Ministerial no 55/2022, de 19 de Maio). O evento teve lugar no dia 28 de Novembro de 2024 de forma hibrida em Maputo, e contou com a participação de 14 pessoas. A capacitação foi promovido pelo Programa COMBO+, uma parceria entre o Ministério da Terra e Ambiente (MTA), Wildlife Conservation Society (WCS-Moçambique) e a Fundação para a Conservação da Biodiversidade (BIOFUND), e focou na Lista Vermelha de espécies e ecossistemas, mapa histórico de vegetação terrestre, as áreas-chave para a biodiversidade (KBAs), o Sistema de Biodiversidade de Moçambique (SIBMOZ).
A Unidade Técnico-Científica de Apoio aos Contrabalanços de Biodiversidade, é um grupo multissectorial (com representantes do governo, academia, Sociedade civil e sector privado) estabelecido em Maio de 2024 com o objectivo de apoiar a Autoridade de Avaliação de Impacto Ambiental, na tomada de decisão, de uma forma estratégica e integrada, nos aspectos-chave associados à concepção, aprovação, implementação, avaliação e monitoria dos Planos de Gestão de Contrabalanços de Biodiversidade (PGCB).
Considerando que já existem potenciais Planos de Gestão de Contrabalanços de Biodiversidade (PGCBs) que serão implementados em Moçambique, era essencial reforçar a capacidade dos membros da recém-criada UTC relativamente as ferramentas e plataformas actualmente disponíveis para apoiar na identificação da biodiversidade a ser evitada por projectos de desenvolvimento e a serem consideradas para os contrabalanços de biodiversidade em Moçambique.
O programa COMBO+ prevê apoiar com outros treinamentos complementares visando a solidificar a UTC para que este possa melhor desempenhar a sua função.
O Programa COMBO+ é actualmente financiado pela Agence Française de Developpement (AFD) e pelo Fonds Français pour l’Environnement Mondial (FFEM), com cofinanciamento de outros doadores, incluindo a NORAD. Em Moçambique, o COMBO+ é também financiado pelo Projecto MOZBIO 2 (Banco Mundial), PNUD (BIOSFAC e BIOFIN) e pelo Governo da Suécia através do Programa de Conservação da Biodiversidade.
Governo Moçambicano e parceiros fortalecem o envolvimento do sector privado em matérias de mitigação de impactos de projectos de desenvolvimento na biodiversidade
Cerca de 25 membros da Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), sector privado e do governo foram capacitados sobre a implementação de contrabalanços de biodiversidade em Moçambique (Diploma Ministerial no 55/2022, de 19 de Maio). O evento promovido pelo Programa COMBO+, uma parceria entre o Ministério da Terra e Ambiente (MTA), Wildlife Conservation Society (WCS-Moçambique) e a Fundação para a Conservação da Biodiversidade (BIOFUND), teve lugar no dia 27 de Novembro de 2024, no Parque Nacional de Maputo (PNAM).
Este treinamento teve como objectivo capacitar e consciencializar os participantes sobre o conteúdo da Directiva sobre os Contrabalanços da Biodiversidade em Moçambique (Diploma Ministerial no 55/2022, de 19 de Maio) , bem como a utilização do respectivo Manual de Implementação , e partilhar experiências e lições aprendidas com o Projecto Piloto que simula a implementação de um Contrabalanço de Biodiversidade (designado por Projecto Piloto de Melhoria de Habitats) implementado no Parque Nacional de Maputo (PNAM) seguindo as directrizes elencadas no Diploma Ministerial no 55/2022, de 19 de Maio. Com a realização desta capacitação, a CTA e o sector privado ficam cada vez mais conscientes e preparados para seu engajamento activo na implementação de medidas de mitigação de impactos de projectos de desenvolvimento na biodiversidade seguindo a Hierarquia de Mitigação (HM), contribuindo assim para o alinhamento do desenvolvimento económico com a conservação da biodiversidade.
Este treino faz parte do programa de capacitação implementado pelo programa COMBO+ desde 2021, direccionado à Repartição de Avaliação e Acompanhamento de Contrabalanços de Biodiversidade (RAACB) da Direcção Nacional do Ambiente (DINAB), Comissão Técnica de Avaliação de Avaliação de Impacto Ambiental, academia, sector privado, ONGs e todos outros actores envolvidos na implementação de contrabalanços de Biodiversidade em Moçambique. Serão implementados mais treinos de reforço da capacidade nacional, estando previsto que o próximo seja dirigido ao sector financeiro.
O Programa COMBO+ é actualmente financiado pela Agence Française de Developpement (AFD) e pelo Fonds Français pour l’Environnement Mondial (FFEM), com co-financiamento de outros doadores, incluindo a NORAD. Em Moçambique, o COMBO+ é também financiado pelo Projecto MOZBIO 2 (Banco Mundial), PNUD (BIOSFAC e BIOFIN) e programa de conservação da biodiversidade através do Governo da Suécia.
Projecto CBDC Impulsiona Conservação e Desenvolvimento Sustentável na Zona Tampão do Parque Nacional de Chimanimani
Com um financiamento da AFD/FFEM de 4,2 milhões de euros, o projecto Conservação da Biodiversidade e Desenvolvimento Comunitário (CBDC) está a transformar positivamente a zona tampão do Parque Nacional de Chimanimani (PNC). A iniciativa alia conservação ambiental a desenvolvimento socioeconómico, promovendo a gestão sustentável dos recursos naturais e beneficiando tanto a biodiversidade como a qualidade de vida das comunidades locais.
Nos últimos meses, o projecto implementou acções relevantes, incluindo a criação de planos locais de conservação e maneio comunitário com as 14 comunidades residentes na zona tampão, nomeadamente:
- Treinamentos práticos em agricultura sustentável: Práticas que aumentam a segurança alimentar (aumentando a produtividade das colheitas e gerando mais rendimentos) e melhoram a preservação dos solos (mitigando impactos ambientais).
- Gestão de recursos hídricos: Garantindo um uso mais eficiente e sustentável da água.
- Reflorestamento: Ações que ajudam a recuperar áreas degradadas e a promover a conservação da biodiversidade.
Uma das estratégias de destaque do projecto envolve a diversificação das fontes de rendimento das comunidades por meio da promoção de Produtos Florestais Não Madeireiros (PFNMs), com destaque para a produção de mel. Esta abordagem tem:
- Capacitado pequenos apicultores e a implementação de boas práticas de maneio de colmeias.
- Proporcionado benefícios económicos para as famílias, aumentando as fontes de rendimento.
- Contribuído para a polinização, essencial para a biodiversidade e a produtividade local.
A Fundação Micaia, parceira na implementação do projecto, levou pela terceira vez os produtos das comunidades à Feira Internacional de Maputo (FACIM). Os produtos exibidos destacaram-se pela elevada qualidade e originalidade dos produtos, atraindo a atenção significativa de visitantes e expositores.
O esforço culminou no prémio de segundo lugar na categoria de Melhor Produto Manufacturado para Pequenas e Médias Empresas (PME), reforçando o impacto positivo do projecto e a capacidade das comunidades em gerar produtos inovadores e competitivos.
O projecto CBDC continua a consolidar o equilíbrio entre a conservação da biodiversidade e o desenvolvimento socioeconómico, fortalecendo as comunidades da zona tampão do PNC e promovendo um futuro mais sustentável.
Conciliando o Desenvolvimento Económico com a Conservação da Biodiversidade: Desenvolvimento de Métricas para Ervas Marinhas em Moçambique
No dia 20 de Novembro de 2024, o Programa COMBO+ —uma parceria entre a Wildlife Conservation Society (WCS), a Fundação para a Conservação da Biodiversidade (BIOFUND) e o Ministério da Terra e do Ambiente (representado pela Direcção Nacional do Ambiente (DINAB))—foi realizado um workshop virtual para desenvolver métrica de ervas marinhas em Moçambique. Com o aumento das ameaças a esses ecossistemas devido ao rápido crescimento industrial, avaliá-los e monitora-los é essencial para garantir a sua conservação. Esta iniciativa está alinhada com a conservação da biodiversidade e o desenvolvimento económico, seguindo a hierarquia de mitigação e o novo Diploma Ministerial No. 55/2022 de 19 de Maio.
O workshop contou com a participação de 36 pessoas, incluindo biólogos marinhos, especialistas em ervas marinhas, consultores ambientais, gestores de projectos e outros stakeholders, o que demonstrou a importância de abordagens multidisciplinares na avaliação ecológica. A sessão proporcionou uma plataforma para um diálogo aberto sobre como aprimorar as métricas propostas para avaliar as condições das ervas marinhas.
A Dra. Célia Macamo, consultora da Universidade Eduardo Mondlane, e Manuela Amone, estudante de pós-doutoramento na Universidade Nelson Mandela, na África do Sul, lideraram as discussões, com foco nos ecossistemas de ervas marinhas de Moçambique e na criação de um novo sistema de métricas para avaliar e monitorar a sua saúde. A equipa seguiu uma abordagem de dez etapas desenvolvida pelo Programa COMBO+ para padronizar as avaliações, levando à criação de um Índice que permitir avaliar a Qualidade do Habitat de Ervas Marinhas.
A colaboração e a transparência foram enfatizadas como elementos fundamentais para garantir o sucesso da ferramenta no monitoramento e na conservação dos ecossistemas de ervas marinhas de Moçambique.
Com esta nova ferramenta, em desenvolvimento, Moçambique está posicionado para liderar os esforços de conservação de ervas marinhas, estabelecendo um exemplo de desenvolvimento sustentável e conservação de biodiversidade.
Embaixada da Suécia Reforça Apoio a Projectos de Conservação na APA Maputo
A Área de Protecção Ambiental de Maputo (APA Maputo) recebeu, no passado dia 20 de Novembro de 2024, uma delegação da Embaixada da Suécia, liderada por Karin Andersson, Chefe de Cooperação. A visita insere-se no âmbito do Programa de Conservação da Biodiversidade, financiado pela Agência Sueca de Cooperação para o Desenvolvimento Internacional (SIDA-Suécia) e coordenado pela Fundação para a Conservação da Biodiversidade (BIOFUND).
O principal objectivo foi acompanhar actividades em curso, como a criação da Área de Conservação Comunitária de Muwai (ACC Muwai), e avaliar iniciativas que promovam o desenvolvimento sustentável e a mitigação de conflitos entre comunidades e fauna bravia. Entre as propostas destacam-se a instalação de uma vedação eléctrica financiada pelo programa, prevista para início em Fevereiro de 2025, com conclusão estimada em 6 meses. O projecto beneficiará as comunidades de Chia, Machia, Mussongue, Madjedjane, Huco e Massale.
Durante a visita, representantes da BIOFUND, ANAC, APA Maputo, Associação Comunitária do Corredor de Futhi e Conserve Global acompanharam a delegação sueca, que também conheceu o local onde será construída a nova Sede da APA Maputo. O administrador da APA Maputo, Luís Buchir, detalhou iniciativas em andamento, como o Plano de Desenvolvimento Integrado (PDI), acções de gestão comunitária de recursos naturais, programas de educação ambiental e fiscalização da biodiversidade.
As comunidades locais expressaram gratidão pelo apoio da SIDA-Suécia, destacando o impacto positivo do programa na região. Actividades como a selecção e capacitação de membros da comunidade e a limpeza do perímetro da futura vedação já estão em curso.
A APA Maputo, criada pelo Decreto n.º 103/2019, cobre o distrito de Matutuíne e a Ilha de Inhaca, promovendo o uso sustentável e a conservação da biodiversidade numa área rica em património natural e cultural. Esta é uma das sete áreas beneficiadas pelo Programa de Conservação da Biodiversidade.
BIOFUND Participou da Maior Reunião sobre Ambiente e Biodiversidade na COP16 em Cali, Colômbia
A Fundação para a Conservação da Biodiversidade (BIOFUND) integrou a delegação de Moçambique na 16ª Conferência das Partes (COP16) da Convenção sobre Diversidade Biológica, o maior encontro global dedicado à proteção do ambiente e da biodiversidade. Realizada na cidade de Cali, esta conferência reúniu chefes de Estado, Ministros e especialistas de mais de 90 países com o objectivo de reforçar o compromisso internacional em proteger e restaurar ecossistemas, travar a perda de biodiversidade e assegurar o uso sustentável dos recursos naturais. Entre as principais metas da COP16 está a implementação do Quadro Global de Biodiversidade Kunming-Montreal, que estabelece orientações para que os países avancem com medidas práticas de conservação e de fortalecimento das políticas nacionais de biodiversidade.
A delegação de Moçambique, liderada pela Ministra da Terra e Ambiente, Ivete Maibaze, contoucom representantes da Administração Nacional das Áreas de Conservação (ANAC), da BIOFUND, da Direção Nacional do Ambiente, do Ministério dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, do Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural, do Ministério do Mar, Águas Interiores e Pescas e diversas organizações da sociedade civil. Ao longo dos dias de discussão, a BIOFUND participou activamente em painéis e eventos paralelos, onde promovou a sua experiência em temáticas como mecanismos de financiamentos inovadores na conservação da Biodiversidade, entre outros.
Entre os temas abordados pela BIOFUND, destaca-se o painel sobre a “Muralha Azul”, um mecanismo internacional que explora novas fontes de financiamento para a proteção dos oceanos. Esse conceito visa criar uma barreira de áreas marinhas protegidas para conservar a biodiversidade oceânica. Além disso, foram realizadas discussões sobre contrabalanços de biodiversidade, que são medidas compensatórias para mitigar impactos ambientais negativos causados por atividades humanas.
A BIOFUND também partilhou a sua experiencia sobre o papel das zonas de exclusão marinha conduzidas por comunidades locais na conservação marinha em Moçambique, demostrando como estas práticas comunitárias reforçam a sustentabilidade dos recursos marinhos. Em outra sessão, o Director de Financiamentos Inovadores, Sean Nazerali, integrou um painel sobre mecanismos financeiros para a conservação ao lado do Ministro do Ambiente de Madagascar. Nesse contexto, foi debatido o papel dos fundos fiduciários de conservação e a importância de recursos financeiros sustentáveis para as metas globais de biodiversidade.
Além de alinhar as estratégias nacionais com as metas internacionais, a COP16 avança no desenvolvimento de um mecanismo multilateral para a repartição justa e equitativa dos benefícios derivados do uso de recursos genéticos, um ponto crucial para garantir o compromisso global com a biodiversidade. Para a BIOFUND, participar neste evento reafirma o seu papel na busca de soluções inovadoras e sustentáveis que contribuem para a construção de um futuro resiliente para a biodiversidade e as gerações futuras.
BIOFUND e BCI premiam usuária do cartão bio
Recentemente a Fundação para a Conservação da Biodiversidade (BIOFUND) e o Banco Comercial de Investimentos (BCI) premiaram uma das usuárias do Cartão bio do ano 2023.
A premiada, Clarina, da província de Maputo, teve o privilégio de viver uma experiência única ao lado do seu esposo. Como parte do prémio, ela visitou o Parque Nacional de Maputo (PNAM), uma das Áreas de Conservação do país, onde também foi agraciada com uma noite em um eco-resort e brindes sustentáveis. Acompanhados pelas equipas da BIOFUND, BCI e do PNAM, a premiada, embarcou em um safari inesquecível, percorrendo paisagens deslumbrantes e observando a rica diversidade de fauna do local. Entre os momentos mais marcantes, destacaram-se os encontros com o majestoso elefante, uma das espécies mais icónicas do Parque.
“Foi uma experiência incrível e única“, afirmou Clarina Rodrigues. “A natureza em seu estado puro e a chance de ver de perto os elefantes foi algo que nunca esquecerei.” Seu esposo, igualmente emocionado, ressaltou a importância de promover mais iniciativas como esta, que não só aproximam as pessoas da natureza, mas também despertam maior consciência sobre a necessidade de proteger o meio ambiente.
Marta Aduge, estagiária de Monitoria e Avaliação da BIOFUND, também partilhou a sua satisfação: “Ver o impacto que esta iniciativa tem nas pessoas e como o Cartão bio está ajudando na conservação de várias espécies e ecossistemas importantes é gratificante.”
Para a equipa do BCI que visitava pela primeira vez o PNAM, este contacto com a natureza foi muito importante para aumentar a consciência sobre a conservação da biodiversidade daqui.
Lançado em 2017, o Cartão bio é o primeiro cartão biodegradável de Moçambique, e já conta com mais de 37,222.00 usuários. Esta iniciativa inovadora é fruto da parceria entre o BCI e a BIOFUND, onde, através da sua política de responsabilidade social, o BCI destina uma percentagem da anuidade e do uso do cartão para apoiar projectos de conservação da biodiversidade em todo o país, através da BIOFUND. Com esta iniciativa, vários projectos de conservação já foram financiados, incluindo a protecção de rinocerontes, da Raphia australis (espécie rara encontrada em Bobole) e a conservação das tartarugas marinhas na Área de Protecção Ambiental das Ilhas Primeiras e Segundas (APAIPS). Actualmente, estão em curso outros projectos importantes, como a conservação do Jardim Botânico da Universidade Eduardo Mondlane, a identificação de espécies de aves no Parque Nacional de Banhine, a a colocação de coleiras em elefantes para melhor monitoramento das suas migrações no Distrito de Moamba. Além disso, estão também sendo implementadas soluções inovadoras de electricidade e água sustentável no Cabo São Sebastião, e intensificados os esforços para combater o tráfico ilegal de pangolins no Parque Nacional de Chimanimani.
Saiba mais sobre as vantagens do cartão bio e dos projectos apoiados por esta iniciativa Daqui!
Projecto de Infraestruturas em Pomene beneficia a Preservação Ambiental
Na 2ª quinzena de Outubro de 2024, a Reserva Nacional de Pomene (RNP) testemunhou um marco significativo no esforço de conservação e desenvolvimento local. Em cerimónia oficial, foram consignadas as obras de construção de um armazém e reabilitação da residência do administrador da reserva. Este evento, presidido pelo Director dos Serviços Distritais de Planificação e Infraestruturas (SDPI) de Massinga, Maçada Augusto, em representação do Governo do Distrito, assinalou o arranque de um projecto essencial para a sustentabilidade ambiental. Estiveram presentes representantes da Fundação para a Conservação da Biodiversidade (BIOFUND), Administração Nacional das Áreas de Conservação (ANAC), do SDPI, da RNP e da Construtora CCL Construções, num total de 11 participantes.
O projecto de infraestruturas, de cerca de 7,8 milhões de meticais, financiado pelo Programa de Conservação da Biodiversidade, conta com o apoio da Agência Sueca para o Desenvolvimento Internacional (SIDA) e coordenação da BIOFUND em sintonia com a ANAC. Previsto para durar quatro meses, o plano visa melhorar as infraestruturas da reserva, fortalecendo a sua gestão e contribuindo para a conservação da biodiversidade local.
A empresa CCL Construções comprometeu-se em contratar trabalhadores locais, sempre que possível, assegurando que as comunidades que habitam a área sejam activamente envolvidas e beneficiem das intervenções na reserva.
Durante a cerimónia, destacou-se a observância rigorosa de salvaguardas ambientais e sociais, tendo em conta a sensibilidade da área protegida. A CCL Construções implementará acções de formação para a sua equipa sobre igualdade de género, violência baseada no género, assédio e exploração sexual, numa colaboração estreita com a ANAC e a BIOFUND. Adicionalmente, foram realçadas as medidas de rigor em segurança e higiene no trabalho, fundamentais numa área sem postos de saúde próximos.
O evento culimou com uma cerimónia tradicional, onde as quatro comunidades locais realizaram rituais para abençoar e proteger o projecto, respeitando profundamente as tradições e a cultura regional. Este acto simbólico sublinha a união entre a modernização e o respeito pela herança cultural, impulsionando o desenvolvimento sustentável e o bem-estar das comunidades de Pomene.
Este projecto representa um passo audaciosos e inspirador para a conservação, demonstrando que é possível aliar o progresso à protecção ambiental.
Elsa Caetano: Transformando Paixão por Borboletas em Ferramenta de Conservação Uma Jornada Inspiradora no Parque Nacional do Gilé
Elsa Caetano, uma jovem bióloga apaixonada pela natureza, encontrou no Programa de Liderança para Conservação de Moçambique (PLCM) uma chance de unir a sua formação académica à sua paixão por borboletas e contribuir para a Conservação da biodiversidade.
Assim que iniciou o seu estágio no Parque Nacional do Gilé (PNAG) Elsa lançou-se em um desafio ousado: criar uma base de dados fotográfica de borboletas encontradas no parque. Ela sabia que essa tarefa não seria fácil, pois, apesar da sua paixão, nunca havia conseguido fotografar borboletas em campo, apenas em laboratório.
Em suas próprias palavras:
‘‘Tenho uma grande paixão por borboletas, mas, antes de começar o estágio, nunca tinha conseguido fotografá-las em campo, apenas no laboratório. Tentei várias vezes e sem sucesso, o que me levou a acreditar que essa tarefa seria impossível para mim. No entanto, depois de algum tempo, consegui tirar fotografias de borboletas no parque que ficaram tão boas que, ao vê-las, senti uma enorme satisfação por ter descoberto uma nova habilidade: a fotografia.’’
A proposta da Elsa foi aprovada pelo Parque. Com cada fotografia, Elsa não apenas superou seus próprios limites, mas também trouxe à tona uma nova dimensão do valor ecológico das borboletas. Estes insectos são excelentes bioindicadores, pois a sua presença e diversidade podem indicar a saúde de um ecossistema. A base de dados que ela criou tornou-se o primeiro sistema de catalogação de borboletas do parque, trazendo informações essenciais para a conservação e protecção da biodiversidade.
As fotos e o sistema de catalogação desenvolvido por Elsa forneceram uma ferramenta fundamental para identificar espécies ameaçadas e monitorar áreas que precisam de protecção especial. Além de orientar estratégias de conservação, o seu trabalho também contribuiu para aumentar a conscientização sobre a importância de preservar os habitats das borboletas.
A história de Elsa demonstra como a paixão e ciência podem caminhar juntas para gerar impacto positivo. A sua jornada no PNAG é uma prova inspiradora de que desafios pessoais podem se transformar em conquistas significativas para a conservação. O PLCM, ao formar jovens líderes como a Elsa, continua a promover a conservação e proteger a biodiversidade em Moçambique.
Capacitando Líderes para o Futuro da Conservação: A História de Eulário Pombal
A vida é cheia de desafios, mas o que define aqueles que alcançam o sucesso é a sua determinação em superar obstáculos e perseverar, mesmo diante das maiores adversidades. Eulário Pombal é o exemplo perfeito dessa resiliência. Um jovem que acreditou na sua capacidade de quebrar barreiras, Eulário escolheu investir na sua educação e se dedicou à Conservação da Biodiversidade, mostrando como o estudo, a pesquisa e a dedicação podem abrir portas e gerar avanços importantes nesta área tão vital.
Através do Programa de Liderança para Conservação de Moçambique (PLCM) cujo objectivo mais importante é “Elevar a capacidade de liderança dos profissionais do Sistema Nacional das Áreas de Conservação“, Eulário concorreu e conquistou uma bolsa de mestrado em Planeamento Territorial e Conservação da Biodiversidade na Universidade Zambeze. Com muito esforço e persistência, concluiu o curso, defendendo com sucesso uma dissertação com um tema desafiador: “Avaliação do Conflito Homem-Fauna Bravia na Comunidade de Nhamacuenguere da Zona Tampão do Parque Nacional de Gorongosa”.
Para Eulário, desafios sempre fizeram parte da sua trajectória. Formar-se em uma área tão complexa como a Conservação foi apenas mais um passo na sua jornada. Decidir fazer a sua dissertação na zona tampão do Parque Nacional de Gorongosa, exigiu coragem e força. Durante 30 dias, ele viveu imerso na comunidade local, enfrentando o medo constante causado pelos conflitos entre humanos e animais selvagens. Elefantes, conhecidos pela sua força e imprevisibilidade, circulavam pela área, criando um clima de tensão e, por vezes, presenciou ataques a membros da comunidade.
“As noites se tornaram longas e inquietas, pois não conseguia dormir devido ao medo. Fui acomodado em uma cabana onde dormia sozinho, e frequentemente ouvia sons estranhos vindos da selva, o que dificultava ainda mais o sono. O líder comunitário me tranquilizava, dizendo para não temer, pois eram apenas animais segundo ele, até leões costumavam passear pela comunidade.”
O impacto da pesquisa de Eulário não pode ser subestimado. Ela revelou a profundidade dos problemas enfrentados pela comunidade devido à presença de elefantes e búfalos, directamente afectando a subsistência local. A sua investigação contribui para que as autoridades desenvolvam estratégias mais eficazes de mitigação de danos e cria uma base sólida para programas de educação e conscientização, além de políticas públicas mais alinhadas às necessidades locais.
A história de Eulário é uma prova de que a educação, resiliência e dedicação podem gerar transformações positivas em qualquer sociedade. Hoje, ele incentiva jovens moçambicanos a se tornarem agentes de mudança nas suas comunidades, promovendo a conservação da biodiversidade e a coexistência harmoniosa entre humanos e fauna bravia.
Novo Financiamento do Governo da Suécia Impulsiona a Conservação da Biodiversidade em Moçambique
No mês de Setembro, a Fundação para a Conservação da Biodiversidade (BIOFUND) e a Agência Sueca para o Desenvolvimento Internacional (SIDA) realizaram uma visita de monitoria à Reserva de Vida Selvagem de Lugenda (Luwire), localizada no bloco L7 da Reserva Especial do Niassa, para avaliar os progressos e impactos do novo financiamento do Governo da Suécia através do Programa de Conservação da Biodiversidade. Este apoio, que se prolongará até Abril de 2027 e é avaliado em 300.000 USD, visa o fortalecimento da gestão das áreas protegidas, a melhoria da qualidade de vida das comunidades locais e o aumento da resiliência climática no país, em colaboração com a Administração Nacional das Áreas de Conservação (ANAC).
O Governo da Suécia, num compromisso renovado com a preservação da biodiversidade, está a apoiar acções concretas que consolidam os resultados alcançados pela iniciativa de outros parceiros. O foco deste novo financiamento recai sobre a promoção de uma gestão sustentável dos recursos naturais e a inovação tecnológica na conservação.
Durante a visita, destacaram-se avanços como a implementação de tecnologias de monitoria em tempo real, incluindo o SMART (Spatial Monitoring and Reporting Tool) e o EARTHRANGER. Estas ferramentas facilitam a recolha de dados e a gestão operacional, permitindo uma protecção mais eficaz das espécies e habitats, através de contagens aéreas de fauna e fiscalização do terreno.
O projecto não se limita apenas à conservação ambiental, priorizando também o fortalecimento institucional e técnico, garantindo a sustentabilidade a longo prazo das acções de conservação. Observou-se um progresso notável nas iniciativas de ecoturismo e geração de renda, com as comunidades a assumirem um papel activo na conservação da biodiversidade local.
O ciclo de financiamento do Governo da Suécia reforça o legado das acções anteriormente desenvolvidas por outros projectos, que introduziram ferramentas de gestão ambiental e fomentaram a criação de redes de cooperação entre o governo, parceiros internacionais e comunidades locais. A expansão de tecnologias de comunicação, como rádios e sistemas de monitoria, tem vindo a fortalecer as operações de fiscalização, essenciais no combate ao tráfico de espécies e ao desmatamento.
Os representantes do Governo da Suécia reafirmaram o seu compromisso com a conservação da biodiversidade na província de Niassa, sublinhando a importância da resiliência das Áreas de Conservação face às alterações climáticas. A BIOFUND, com o apoio do Governo da Suécia e de outros parceiros, continuará a liderar esforços de conservação e desenvolvimento sustentável, promovendo uma abordagem integrada que envolva directamente as comunidades locais na preservação dos recursos naturais do país.
Este novo financiamento promete ser um passo decisivo na protecção da biodiversidade em Moçambique, abrindo caminho para um futuro em que as comunidades, as áreas protegidas e o clima estejam interligados numa rede de resiliência e prosperidade.
PLCM supera metas e consolida liderança na conservação em Moçambique
A Fundação para a Conservação da Biodiversidade (BIOFUND), através do Programa de Liderança para a Conservação de Moçambique (PLCM) apresentou a 30 de Setembro, em Maputo, os resultados da avaliação dos 5 anos do programa, culminando também com a 8ª Sessão do Comité Directivo do PLCM. O evento reuniu cerca de 30 participantes, incluindo representantes da BIOFUND, ANAC, Áreas de Conservação (ACs), academia, MozBio2, Banco Mundial, Embaixada da Suécia e outros parceiros estratégicos. O encontro focou-se na análise dos resultados obtidos nas 3 componentes do programa e definição do perfil do PLCM para os próximos tempos, numa altura em que o financiamento do MozBio2, com fundos do Banco Mundial/IDA, se aproxima do seu término, previsto para Novembro de 2024.
Segundo o relatório apresentado pelo consultor responsável pela avaliação, o PLCM superou as metas definidas nas suas componentes:
- A componente 1 – destinada a elevar a capacidade de liderança dos profissionais do Sistema Nacional das Áreas de Conservação (SNAC), registou um impressionante nível de execução de 130%.
- A componente 2 – que visa atrair jovens qualificados para o SNAC, superou a meta em 106%, através de programas de estágios, bolsas de estudo e subvenções de pesquisa.
- A componente 3 – que procura atrair o público em geral para a comunidade de conservação, alcançou 93% de execução com a diversas acções e campanhas de consciencialização ambiental.
Durante o evento, Mohamed Harun em representação da ANAC, destacou o impacto positivo do PLCM na formação e integração de jovens no sector de conservação da biodiversidade, sublinhando a importância de se repensar o modelo de acompanhamento contínuo dos beneficiários de estágios. Madyo Couto, coordenador do MozBio2, reforçou que o factor mais importante do PLCM é a Liderança, salientando que o programa tem sido fundamental para a formação de líderes da conservação da biodiversidade em Moçambique, mas alertou para a importância de continuar a capacitar novos líderes.
“Agradecemos a todos intervenientes que contribuíram para a avaliação do PLCM e em particular ao Banco Mundial através do MozBio2, o Governo da Suécia e os membros do Comité Directivo pela participação, pois esta acção exige muito dinamismo e engajamento interno e conta com apoio dos nossos parceiros para a capacitação e futuro do programa”, afirmou a Directora de Programas da BIOFUND e Presidente do Comité Directivo do PLCM Alexandra Jorge.
O Comité Directivo do PLCM compromete-se a dar seguimento as recomendações resultantes da avaliação e das discussões do evento. Entre 2019 e 2024 o PLCM demonstrou um desempenho notável, consolidando a sua relevância no panorama da conservação em Moçambique.
Unidade Técnico-Cientifica reunida para discutir o primeiro Plano de Gestão de Contrabalanços de Biodiversidade a ser implementado em Moçambique
No dia 12 de Setembro do corrente ano, a Unidade Técnico-Cientifica de Apoio aos Contrabalanços de Biodiversidade, órgão estabelecido pela Autoridade de Avaliação de Impacto Ambiental e composta por representantes de instituições governamentais, sector privado, academia e organizações da sociedade civil, esteve reunida em mais uma sessão ordinária em Maputo, para analisar e discutir o primeiro Plano de Gestão de Contrabalanços de Biodiversidade (PGCB) em Moçambique.
O PGCB preliminar em análise foi o da empresa mineradora Kenmare Resources Plc, localizada na costa Nordeste da Província de Nampula, cuja actividade principal, desde 2009, tem sido a mineração, extracção e processamento de minerais do grupo de titânio e de zircão, através da mina de areias minerais de Larde e Moma e uma instalação de processamento. Com o PGCB consolidado a empresa pretende assegurar essencialmente a Nenhuma Perda Líquida do habitat natural e Ganho Líquido em habitats críticos.
A Unidade Técnico-Científica de Apoio aos Contrabalanços da Biodiversidade, estabelecido ao abrigo do Diploma Ministerial nº 55/2022 de 19 de Maio, tem a função de apoiar a Autoridade de Avaliação de Impacto Ambiental, especialmente a Repartição de Avaliação e Acompanhamento dos Contrabalanços da Biodiversidade (RAACB), na análise estratégica do conjunto de projectos de contrabalanços em proposta e em implementação no país, verificando o respectivo alinhamento com as metas de conservação de biodiversidade definidas pelo Governo de Moçambique.
Durante a reunião a Unidade Técnico-Cientifica de Apoio aos Contrabalanços de Biodiversidade ficou ainda a conhecer outros potenciais PGCB em desenvolvimento para o cumprimento do Diploma Ministerial nº 55/2022 de 19 de Maio.
A operacionalização da Unidade Técnico-Cientifica de apoio aos Contrabalanços de Biodiversidade conta com o apoio do programa COMBO+, uma parceria entre o Ministério da Terra e Ambiente (MTA), Wildlife Conservation Society (WCS-Moçambique) e a Fundação para a Conservação da Biodiversidade (BIOFUND). O Programa COMBO+ é actualmente financiado pela Agence Française de Developpement (AFD) e pelo Fonds Français pour l’Environnement Mondial (FFEM), com co-financiamento de outros doadores, incluindo a NORAD. Em Moçambique, o COMBO+ é também financiado pelo Projecto MOZBIO 2 (Banco Mundial), PNUD (BIOSFAC e BIOFIN) e pelo Governo da Suécia através do Programa de Conservação da Biodiversidade.
Pela Fauna e Comunidades Daki: Coleiras com GPS Reduzem Conflitos entre Homem e Elefantes no Incomati
Em finais de Setembro de 2024, a Àrea de Conservação “Incomati Conservação”, no Distrito de Moamba, foi palco de uma importante atividade de conservação e proteção da fauna bravia, com a colocação de coleiras GPS em três elefantes machos, batizados Saseka (“bonito” ou “gracioso”, reflectindo a beleza e a majestade dos elefantes na natureza), Tintswalo (“compaixão”, procura encorajar atitudes compassivas em relação à fauna) e Vutomi (“vida”, destaca a importância de preservar a vida dos elefantes). A iniciativa, apoiada pela BIOFUND, Mozambique Wildlife Alliance (MWA) e pela Incomati Conservation, em coordenação com a Administração Nacional das Áreas de Conservação (ANAC), faz parte do projecto “Vozes da Savana: Elefantes Monitorados, Comunidades Ouvidas“, cujo objectivo é mitigar os conflitos entre elefantes e as comunidades nas províncias de Maputo, especialmente nos distritos de Moamba, Namaacha e Matutuíne.
Este projecto, que tem a duração de um ano, visa monitorar a movimentação dos elefantes através do uso de tecnologia avançada, como as coleiras GPS. Essa abordagem permite obter dados em tempo real sobre os movimentos dos animais, ajudando a antecipar interacções entre elefantes e populações locais, especialmente nos distritos de Moamba, Namaacha e Matutuíne. Além de contribuir para a procteção das colheitas e infraestruturas comunitárias, a iniciativa fortalece as capacidades locais para a resolução pacífica de conflitos entre humanos e fauna bravia.
A colocação das coleiras foi possível graças ao apoio do “Cartão Bio”, uma parceria entre o Banco Comercial de Investimentos (BCI) e a Fundação para a Conservação da Biodiversidade (BIOFUND), em coordenação com a ANAC. O Cartão Bio, o primeiro cartão biodegradável de Moçambique, direcciona uma parte das suas receitas para apoiar projectos de conservação, como este, sem custo adicional para os usuários.
Esta acção não só reforça os esforços para preservar a biodiversidade, mas também representa um passo significativo na promoção da coexistência pacífica entre comunidades e elefantes, criando um modelo sustentável e replicável para outras áreas de Moçambique.
Cartão bio impulsiona conservação da biodiversidade e desenvolvimento comunitário em Moçambique
Em mais uma acção inovadora para a conservação da biodiversidade, o Cartão bio, uma iniciativa conjunta entre a Fundação para a Conservação da Biodiversidade (BIOFUND) e o Banco Comercial de Investimentos (BCI), está a financiar três novos projectos destinados a fortalecer a protecção da Fauna e Flora nacional e a melhorar as condições de vida das comunidades locais. Estas iniciativas, anunciadas recentemente, visam a protecção de espécies chave e o desenvolvimento sustentável em áreas rurais.
Em parceria com a Mozambique Wildlife Alliance, um dos projectos visa mitigar os conflitos entre elefantes e as comunidades ao longo do Rio Incomáti. A instalação de uma vedação eléctrica ao longo da fronteira leste do rio tem como objectivo reduzir os incidentes envolvidos pelos elefantes, promovendo a coexistência pacifica entre humanos e os elefantes. A iniciativa também abrange o reforço das capacidades de monitoria no distrito de Moamba (através da colocação de colares satélites em elefantes e seguimento dos mesmos), onde a circulação de elefantes tem gerado desafios para os residentes.
No Parque Nacional de Chimanimani, os esforços estão concentrados no combate ao tráfico ilegal do pangolim, uma das espécies mais ameaçada no mundo, listadas como criticamente em perigo pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN). O projecto envolve o estabelecimento de condições para o resgate e reabilitação do pangolim, bem como a capacitação de fiscais e técnicos da Área de Conservação em primeiros socorros para esta espécie. Além disso, será implementado um sistema de monitoria para acompanhar a recuperação das populações de pangolins no corredor de Manica, uma área prioritária para a sua conservação.
O terceiro projecto, localizado no Santuário Bravio de Vilanculos, no Cabo de São Sebastião, aposta em soluções inovadoras para melhorar a qualidade de vida das comunidades. Através da tecnologia OffGridBox, será garantido o acesso a electricidade sustentável e água potável segura. A gestão da infraestrutura será conduzida por uma cooperativa comunitária, cujas receitas serão reinvestidas em novos projectos de desenvolvimento local.
O Cartão bio reafirma assim o seu compromisso com a conservação de espécies ameaçadas e ecossistemas essenciais, ao mesmo tempo que envolve as comunidades locais na protecção do património natural de Moçambique. Estas iniciativas não só contribuem para a conservação da biodiversidade, como também promovem o desenvolvimento comunitário e a consciência ecológica entre as populações locais.
BIOFUND Reforça seu Compromisso com a Conservação da Biodiversidade na 14ª Assembleia Geral do CAFÉ em Swakopmund, Namíbia
A Fundação para a Conservação da Biodiversidade – BIOFUND, marcou presença na 14ª Assembleia Geral do Consórcio dos Fundos Africanos para o Ambiente (CAFÉ), realizada em Swakopmund, Namíbia, de 02 a 06 de Setembro de 2024. A delegação da BIOFUND foi composta por Narciso Matos, Presidente do Conselho de Administração, Tereza Alves, Presidente do Conselho Fiscal, Alexandra Jorge, Directora de Programas, Samiro Mangane, Coordenador do Programa de Conservação de Biodiversidade, Vanda Machava, Gestora do Programa de Contrabalanços de Biodiversidade, e Celina Sitole, Contabilista.
O evento, organizado pelo Community Conservation Fund of Namibia (CCFN), contou com a presença de 17 dos 19 membros do CAFÉ de forma presencial e reuniu participantes de 27 países, entre eles 19 africanos e 04 da América Latina, além de representantes de países como Alemanha, Reino Unido, Estados Unidos e Mônaco. A RedLAC também esteve representada por fundos ambientais da Bolívia, El Salvador e Costa Rica.
O tema de destaque da 14ª Assembleia, “Gestão dos Recursos Naturais Baseada na Comunidade (GRNBC) rumo às metas de conservação 30×30”, sublinhou o papel central das comunidades e dos povos indígenas na conservação da biodiversidade. Foram cinco dias de intensos debates e partilhas de experiências, em sessões temáticas sobre a experiência da Namíbia na Conservação e GRNBC, governança dos Fundos de Conservação (CTFs), partilha de conhecimento e experiências dos CTFs do CAFÉ e do RedLAC no âmbito do Projecto de Mentoria do BRIDGE, as tendências emergentes de financiamento e mercados para a conservação, e parcerias em África.
A Assembleia foi oficialmente inaugurada pelo Presidente do CAFÉ, Dr. Théophile Zognou, e pelo Vice-Presidente e Director Executivo do CCFN, Tapiwa Makiwa que destacaram a importância da cooperação entre governos, sociedade civil e o sector privado para enfrentar os desafios da conservação e da gestão sustentável dos recursos naturais em África.
A BIOFUND destacou-se pelas suas contribuições substanciais, com apresentações conduzidas por Vanda Machava sobre Contrabalanços de Biodiversidade, onde foram realçados as principais actividades realizadas e os resultados alcançados em Moçambique, com ênfase no papel dos fundos ambientais na implementação de contrabalanços de biodiversidade. Além disso, a BIOFUND participou no painel de discussão do Programa de Mentoria do BRIDGE, partilhando as suas experiências em Angariação de Fundos com o Sector Privado, Contrabalanços de Biodiversidade e Impact Investment, reforçando a importância de parcerias com o sector privado para a sustentabilidade das iniciativas de conservação.
Numa sessão paralela do programa “Enduring Earth” onde foram apresentados 04 estudos de caso do Gabão, Alasca, Mongólia e Namíbia no âmbito da iniciativa Project Finance for Permanence (PFP) em se alcançar uma conservação duradoura e a longo termo.
A BIOFUND aproveitou a oportunidade para estreitar laços com representantes de Angola, Guiné Bissau e São Tomé e Príncipe, Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), que demonstraram interesse com a experiência da BIOFUND, especialmente na fase inicial de criação dos seus respectivos fundos ambientais.
O evento culminou com uma visita à icônica Spitzkoppe, Gaingu Conservancy, onde os participantes testemunharam os projectos de conservação locais e os benefícios gerados pelo turismo sustentável para as comunidades locais.
A participação activa da BIOFUND reforça o seu compromisso contínuo com a conservação da biodiversidade, partilhando conhecimento, influenciando políticas e mobilizando recursos para a preservação dos ecossistemas de Moçambique e da África.
Moçambique aposta na capacitação de jovens académicos para garantir a implementação efectiva do quadro legal do processo de avaliação de impacto ambiental e de contrabalanços de biodiversidade
Mais de 200 estudantes universitários finalistas e recém graduados provenientes de universidades e institutos superiores públicas e privadas de todo país, foram treinados no processo de avaliação de impacto ambiental e implementação de contrabalanços de biodiversidade em Moçambique. O evento promovido pelo Programa COMBO+, uma parceria entre o Ministério da Terra e Ambiente (MTA), Wildlife Conservation Society (WCS-Moçambique) e a Fundação para a Conservação da Biodiversidade (BIOFUND), teve lugar entre os dias 10 e 11 de Setembro de 2024 de forma presencial em Maputo e virtual.
Este treinamento teve como objectivo criar capacidade nos académicos das áreas ambientais a nível nacional para promover a consciencialização sobre a legislação do processo de avaliação de impacto ambiental (Decreto no 54/2015, de 31 de Dezembro) e implementação de contrabalanços de biodiversidade, de acordo com a Directiva sobre os Contrabalanços de Biodiversidade (Diploma Ministerial no 55/2022, de 19 de Maio). Com este treinamento, os estudantes universitários recém graduados ficam com uma bagagem que irá contribuir para sua carreira profissional no futuro como consultores ambientais, auditores ou qualquer outra função relacionada.
Este treino faz parte do programa de capacitação implementado pelo programa COMBO+ desde 2021, direccionado à Repartição de Avaliação e Acompanhamento de Contrabalanços de Biodiversidade (RAACB) da DINAB, Comissão Técnica de Avaliação de Avaliação de Impacto Ambiental (CTA), academia, sector privado, ONGs e todos outros actores envolvidos na implementação de contrabalanços de Biodiversidade em Moçambique. Serão implementados mais treinos de reforço da capacidade nacional, estando previsto que o próximo seja dirigido ao sector financeiro.
O Programa COMBO+ é actualmente financiado pela Agence Française de Developpement (AFD) e pelo Fonds Français pour l’Environnement Mondial (FFEM), com cofinanciamento de outros doadores, incluindo a NORAD. Em Moçambique, o COMBO+ é também financiado pelo Projecto MOZBIO 2 (Banco Mundial), PNUD (BIOSFAC e BIOFIN) e programa de conservação da biodiversidade através da Embaixada da Suécia.
Mulheres à frente na conservação: PCLM reforça a 6ª edição de estágios
A Fundação para a Conservação da Biodiversidade (BIOFUND) deu início à indução do 2.º grupo da extensão da 6ª Edição do Programa de Estágios Pré-profissionais do Programa de Liderança para a Conservação de Moçambique (PLCM). Este novo grupo, composto por 20 mulheres, está agora preparado para iniciar os seus estágios em várias instituições do sector da conservação em todo o país.
O evento contou com a participação de Mohamed Harun, representante da Administração Nacional das Áreas de Conservação (ANAC), de Alexandre Fumo, da Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais (ADRA), e da equipa de diversos sectores da BIOFUND.
Durante a sessão de boas-vindas, o director executivo da BIOFUND sublinhou a importância do estágio como uma etapa fundamental na formação dos futuros líderes da conservação em Moçambique. Destacou ainda, a necessidade de uma abordagem integrada e abrangente para a conservação, encorajando as estagiárias a manterem-se abertas e atentas a todas as áreas do sector da conservação.
As intervenções dos representantes da ANAC, BIOFUND e a ADRA focaram-se no papel de cada instituição na conservação da biodiversidade. Foram também abordados temas essenciais sobre o que é o projecto PLCM, bem como as salvaguardas ambientais e sociais, incluindo questões de género e violência baseada no género, conduzidas pela oficial de género da BIOFUND.
Um dos momentos mais marcantes da sessão foi a partilha de experiências por antigas estagiárias, algumas das quais conseguiram emprego nas instituições onde realizaram os seus estágios. Estes testemunhos proporcionaram uma visão valiosa sobre as oportunidades e os desafios do programa, contextualizando e inspirando as novas participantes.
Com a extensão desta edição, o PLCM continua a consolidar-se como um programa de referência na capacitação de jovens profissionais para enfrentar os desafios na conservação da biodiversidade em Moçambique, reforçando o compromisso da BIOFUND em assegurar um futuro sustentável para o país.
Nova Frota Reforça Defesa da Biodiversidade: BIOFUND, ANAC e Suécia em Acção
No dia 27 de Agosto de 2024, a Fundação para a Conservação da Biodiversidade (BIOFUND), em parceria com a Administração Nacional das Áreas de Conservação (ANAC) e com o financiamento da Agência Sueca de Desenvolvimento Internacional (SIDA-SUÉCIA), entregou duas novas viaturas no âmbito do Programa de Conservação da Biodiversidade (2023-2027), o qual é coordenado pela BIOFUND. As viaturas destinam-se à Reserva Nacional de Pomene (RNP) e à Área de Protecção Ambiental de Maputo (APA Maputo), áreas prioritárias do programa.
Samiro Magane, Coordenador do Programa, sublinhou a importância desta entrega no contexto dos esforços da BIOFUND e da ANAC para reforçar as capacidades operacionais das Áreas de Conservação em Moçambique. “Estas viaturas são um exemplo concreto de como estamos a transformar recursos financeiros em acções práticas que apoiam directamente a protecção dos ecossistemas vitais do país. A nossa parceria com a ANAC é fundamental para assegurar que as Áreas de Conservação disponham das ferramentas necessárias para enfrentar os desafios ambientais de forma eficaz e sustentável,” afirmou Magane.
Frida Rodhe, representante da Embaixada da Suécia, destacou que esta acção vai além do reforço logístico, representando o compromisso contínuo do Governo da Suécia com a conservação da biodiversidade e a mitigação das mudanças climáticas em Moçambique. “O Governo da Suécia entende que a conservação da biodiversidade está intrinsecamente ligada às questões climáticas e que o fortalecimento das capacidades operacionais em áreas protegidas é essencial para enfrentar ambos os desafios de maneira integrada. Estes meios são fundamentais para garantir que as equipas no terreno possam realizar o seu trabalho de forma eficiente, assegurando a protecção de ecossistemas críticos e contribuindo para a resiliência das comunidades locais frente às mudanças climáticas,” explicou Rodhe.
Pejul Calenga, Director Geral da ANAC, , enalteceu a entrega das viaturas como um avanço significativo no fortalecimento das capacidades de conservação. “Com estes recursos e iniciativas, as Áreas de Conservação estarão melhor equipadas para enfrentar os desafios actuais de conservação, assegurar uma gestão sustentável da biodiversidade e trazer benefícios significativos para as comunidades locais,” afirmou Calenga.
Calenga referiu ainda que o apoio providenciado pelo Programa de Conservação da Biodiversidade visa também apoiar a reestruturação da Rede Nacional das Áreas de Conservação, a operacionalização do Parque Ecológico de Malhazine e a recategorização da Reserva Parcial do Lago Niassa.
O Director Geral da ANAC concluiu mencionando que, com este apoio, espera-se uma melhoria significativa das operações de conservação e protecção da biodiversidade nas áreas beneficiadas, aumentando a eficácia das patrulhas e permitindo respostas mais rápidas a emergências, reforçando o trabalho de fiscalização.
Escola de Sussundenga Reforça Consciência Ecológica com Projecto de Reciclagem
A Fundação para a Conservação da Biodiversidade (BIOFUND), através do Programa de Liderança para a Conservação de Biodiversidade de Moçambique (PLCM), em parceria com o Fundo Nacional de Desenvolvimento Sustentável (FNDS) e o Parque Nacional de Chimanimane organizou recentemente oficinas e actividades de sensibilização ambiental na Escola Secundária de Sussundenga.
A sessão contou com a participação de 20 alunos do Clube Ambiental, dos quais 10 raparigas e 10 rapazes, com idades compreendidas entre 14 e os 16 anos de idade. A actividade foi orientada por Juvêncio Safo, professor responsável pela Sala de Conservação da escola, e teve como principal objectivo o reaproveitamento de cartazes antigos sobre Violência Baseada no Género, substituindo a terminologia “casamentos prematuros” por “uniões prematuras”, que posteriormente foram colados nas paredes da escola. Esta iniciativa visou a redução do desperdício de papel diminuindo a pressão sobre as árvores, que são matéria-prima para a produção deste recurso.
Gérdio Rui, beneficiário do Programa de Liderança para a Conservação de Moçambique (PLCM) e alocado no FNDS orientou as actividade de oficinas ambientais na Sala de Conservação de Sussundenga. Estas actividades integram-se no projecto “Sala de Conservação de Sussundenga”, uma iniciativa do PLCM no âmbito do projecto MozBio2 (financiado pelo IDA/Banco Mundial) em parceria com o Parque Nacional de Chimanimani, Portucel Moçambique e Associação Gonazololo.
O objectivo destas actividades é incutir nos alunos um espírito de cidadania ambiental, promovendo acções autónomas e colectivas para a defesa dos recursos naturais. As oficinas ambientais são consideradas ferramentas cruciais de Educação Ambiental e deveriam integrar as actividades regulares das escolas, fomentando uma cultura de sustentabilidade que inspire e mobilize as gerações presentes e futuras a adoptar práticas ambientalmente sustentáveis. Este tipo de iniciativas reforça a ideia de que mudanças significativas começam com pequenas acções que têm um impacto profundo na conservação dos recursos naturais e na saúde do nosso planeta.
Lançamento do Projecto de Resiliência Rural do Norte de Moçambique na Reserva Especial do Niassa e Bloco L4E
A Fundação para a Conservação da Biodiversidade (BIOFUND), em parceria com o Governo de Moçambique, através da Administração Nacional das Áreas de Conservação (ANAC), lançou oficialmente no dia 07 de Agosto as actividades do Projecto de Resiliência Rural do Norte de Moçambique (MozNorte) para a Reserva Especial do Niassa e Bloco L4E. A cerimónia, presidida por Jornito Muemede, Director dos Serviços Provinciais do Ambiente, contou com a presença de 47 participantes, incluindo representantes do Governo Provincial e Distrital, sociedade civil e líderes comunitários.
O Projecto MozNorte, financiado pelo Banco Mundial (IDA), vai ser implementado pela Wildlife Conservation Society (WCS) até Junho de 2026, e tem como objectivo principal melhorar o acesso a oportunidades de subsistência para as comunidades vulneráveis e promover a gestão sustentável dos recursos naturais nas áreas rurais de Moçambique. As actividades previstas incluem a preparação e capacitação dos Comités de Gestão de Recursos Naturais (CGRN), bem como o desenvolvimento de novas infra-estruturas, nomeadamente a construção e reabilitação de estradas e pontes, fundamentais para as operações de conservação e governação comunitária. Adicionalmente, o projecto prevê a criação de uma unidade canina nos aeroportos de Nacala e Pemba, com o objectivo de reforçar o controlo e prevenir o tráfico e comércio ilegal de troféus resultantes da caça furtiva.
Durante o evento, a comunidade manifestou o seu apoio à iniciativa, comprometendo-se a colaborar na gestão dos recursos naturais, monitorar os impactos do projecto e promover a coexistência entre a população e a fauna bravia.
Aníbal dos Anjos, coordenador do projecto a nível da ANAC, destacou a importância destas acções para o sucesso do projecto e a protecção dos recursos naturais. Por sua vez, Alexandre Milice, coordenador e representante da BIOFUND, elucidou sobre o papel da BIOFUND na gestão da Reserva Especial do Niassa, bem como no processo de angariação e canalização de recursos financeiros para a implementação do projecto.
O Administrador do distrito de Mecula, António Joaquim Paulo, sublinhou a necessidade de coordenação entre todas as partes envolvidas, reafirmando o compromisso do governo local em apoiar todas as actividades e iniciativas do projecto, e apelou à comunidade de Mecula para que participe activamente no sucesso da conservação dos recursos naturais.