Moçambique fortalece a conservação marinha: desenvolvida nova métrica para avaliar a condição ecológica de ervas marinhas em Moçambique

No dia 26 de Fevereiro de 2025, o Programa COMBO+ — uma parceria entre a Wildlife Conservation Society (WCS), a Fundação para a Conservação da Biodiversidade (BIOFUND) e o Ministério da Agricultura, Ambiente e Pescas (representado pela Direcção Nacional do Ambiente (DINAB)) — promoveu um workshop para validar a métrica para determinar a condição ecológica de ervas marinhas em Moçambique.

Desenvolvido pelo governo de Moçambique em colaboração com parceiros estratégicos, esta métrica representa um avanço na busca pelo equilíbrio entre o desenvolvimento económico e conservação da biodiversidade marinha. Este processo segue os princípios da hierarquia de mitigação de impactos na biodiversidade e a nova Directiva sobre os Contrabalanços da Biodiversidade  (Diploma Ministerial No. 55/2022 de 19 de Maio), consolidando-se como a quarta ferramenta de monitoria e avaliação da condição ecológica para ecossistemas do país.

O workshop, que foi realizado de forma híbrida na semana em que se celebra o Dia Mundial das Ervas marinhas, contou com 42 participantes nacionais e internacionais, incluindo biólogos marinhos, especialistas em ervas marinhas, docentes universitários, consultores ambientais, gestores de projectos e outros intervenientes. A sessão foi liderada pela Dra. Célia Macamo, consultora individual e docente da Universidade Eduardo Mondlane, e Manuela Amone, estudante de Pós-doutoramento na Universidade Nelson Mandela, na África do Sul, responsáveis pelo desenvolvimento da métrica.

O envolvimento da academia no desenvolvimento da métrica de ervas marinhas reforça a importância da pesquisa científica e da colaboração interinstitucional na construção de soluções para desafios ambientais.

As ervas marinhas, também conhecidas como prados marinhos, exercem uma função vital na resiliência climática através ao sequestrar carbono de forma eficiente, na protecção das zonas costeiras ao estabilizar os sedimentos e reduzir a energia das ondas, além de servir de habitat e área de reprodução para inúmeras espécies marinhas.

Esta nova métrica garante que, à medida que buscamos o desenvolvimento, também preservamos estes ecossistemas e os seus serviços para a presente e futuras gerações, garantindo assim a manutenção do posicionamento de Moçambique na liderança de países com instrumentos legais e técnicos disponíveis para viabilizar o desenvolvimento sustentável.

A métrica de ervas marinhas foi desenvolvida com apoio financeiro do Governo da Suécia através do Programa de Conservação da Biodiversidade e o Banco Mundial através do Projecto MozBio 2 (concluído em Dezembro de 2024).

Nova Etapa na Conservação da Biodiversidade: BIOFUND e SIDA Impulsionam Transição Energética em Áreas de Conservação

Em finais de 2024, a Fundação para a Conservação da Biodiversidade (BIOFUND) em parceria com a Administração Nacional das Áreas de Conservação (ANAC), deu mais um passo importante para o futuro da preservação ambiental em Moçambique, ao lançar mais uma fase do seu Programa de Conservação da Biodiversidade. Financiado pelo Governo da Suécia, através da Agência Sueca de Cooperação para o Desenvolvimento Internacional (SIDA), esta ação visa acelerar a transição energética nas Áreas de Conservação (ACs) do país.

Três empresas privadas que operam em Áreas de Conservação (ACs) no país, assinaram recentemente contratos de financiamento com a BIOFUND: a Kambako Safaris (Bloco L8 e L9) e a Lugenda Wildlife Reserve – Luwire (Bloco L7), ambas na Reserva Especial do Niassa (províncias do Niassa e Cabo Delgado), bem como o Santuário Bravio de Vilanculos, situada no Cabo São Sebastião (província de Inhambane). Cada projecto terá um limite de financiamento de 50.000 dólares americanos (equivalente a cerca de 3.200.000 meticais), quantia a ser reembolsável em três anos.

O objectivo primordial consiste em substituir os tradicionais geradores movidos a combustíveis fósseis, por sistemas de energia limpa, reduzindo drasticamente as emissões de carbono e diminuindo significativamente os custos associados ao transporte de combustível para regiões remotas e de difícil acesso. Ao mesmo tempo, esta transformação garante maior autonomia às ACs,  ao proporcionar um fornecimento de energia estável e de baixo impacto ambiental.

A aposta conjunta da BIOFUND e da SIDA não se limita à vertente ambiental: a transição energética também reforça a sustentabilidade das operações de conservação, contribuindo para uma gestão mais eficiente dos recursos naturais e alinhando as Áreas de Conservação de Moçambique com as metas globais de combate às mudanças climáticas. Espera-se que estas soluções inovadoras e replicáveis sirvam de referência para outras reservas, tanto em Moçambique como em todo o continente africano.

Com o apoio do Governo da Suécia, através da SIDA, a BIOFUND reafirma assim o seu compromisso na protecção e no desenvolvimento sustentáveis da biodiversidade nacional, demonstrando que é possível conciliar a conservação do património natural com o progresso e a eficiência económica. Este marco representa uma oportunidade de transformação e um modelo de inspiração para futuras iniciativas ambientais no país e além-fronteiras.

Conservação e Desenvolvimento Comunitário: Seminário do PROMOVE Biodiversidade Define Estratégias para um Futuro Sustentável

A Fundação para a Conservação da Biodiversidade – BIOFUND, através do Programa PROMOVE Biodiversidade, promoveu nos dias 19 e 20 de Fevereiro, na Cidade de Maputo, um seminário estratégico com objectivo de refletir sobre abordagens estratégicas, sustentáveis e eficazes para gerar benefícios concretos para as comunidades das Áreas de Conservação beneficiárias do programa, promovendo simultaneamente a conservação da biodiversidade.

O Seminário reuniu 86 participantes, incluindo representantes da BIOFUND, Administração Nacional das Áreas de Conservação (ANAC), União Europeia, Ministério de Agricultura, Ambiente e Pescas (MAAP), Universidade Católica de Moçambique (UCM), Universidade Eduardo Mondlane (UEM), Parque Nacional do Gilé (PNAG), Monte Mabu, parceiros de implementação do PROMOVE Biodiversidade e membros das Associações Comunitárias das áreas beneficiárias do Programa.

Compromisso com a Conservação: Intervenções dos actores chaves do PROMOVE Biodiversidade

Conservação é desenvolvimento“, afirmou Luís Honwana, Director Executivo da BIOFUND, destacando a importância de garantir que as próximas acções do Programa tragam impacto real para as comunidades.

A União Europeia, representada por Aude Guignard, destacou que o PROMOVE Biodiversidade se baseia na iniciativa https://www.natura-africa.de/aboutus e representa uma experiência pioneira da União Europeia em conservação em Moçambique, reforçando a necessidade de harmonizar abordagens, trocar experiências e superar desafios para melhorar a atuação nas Áreas de Conservação.

Para a ANAC, o PROMOVE Biodiversidade trouxe resultados positivos no fortalecimento das comunidades e das Áreas de Conservação, e para fortalecer a relação da ANAC com outras organizações.

Por sua vez, os representantes das organizações comunitárias sublinharam a importância do envolvimento activo das comunidades, destacando que o Programa já trouxe avanços na redução de queimadas descontroladas, caça furtiva e desmatamento no Monte Mabu e no PNAG.

“Desde o nosso nascimento, nunca tínhamos ouvido falar de conservação. Com o PROMOVE Biodiversidade, criámos a Associação Conserva Mabu e começámos a sensibilizar as comunidades. Hoje, já há consciência sobre a importância da preservação dos recursos naturais.” Disse Hortência Manuel, Gestora da Associação Conserva Mabu e facilitadora comunitária.

Trabalho em Grupo para Soluções Sustentáveis

No segundo dia do Seminário, os participantes trabalharam em grupos para identificar soluções sustentáveis para o desenvolvimento comunitário. Entre as soluções debatidas, destacaram-se:

  1. Valorização da cadeia de valor do caju no PNAG
  2. Produção de café e ecoturismo no Monte Mabu
  3. Pesca sustentável na Área de Protecção Ambiental das Ilhas Primeiras e Segundas (APAIPS).

O seminário reforçou a necessidade de continuar a desenvolver soluções construídas em conjunto com as comunidades, garantindo a sua apropriação e o envolvimento do sector privado. As recomendações do seminário serão transformadas em ações concretas, assegurando que as comunidades sejam protagonistas na conservação da biodiversidade e no desenvolvimento sustentável.

Fique atento às próximas actualizações sobre acções do PROMOVE Biodiversidade!

De Estagiária a Líder de Conservação Costeira e Marinha: Conheça a Inspiração de Muaule Chuluma na Construção de um Futuro Azul

Muaule  Chuluma é uma jovem inspiradora, licenciada em Ciências Biológicas pela Universidade Lúrio e Mestre em Biologia de Conservação pela Universidade Zambeze, através do Consórcio BioEducação do Parque Nacional da Gorongosa.

Em 2022, Muaule participou da 3ª edição de estágios do Programa de Liderança para a Conservação em Moçambique (PLCM) na Área de Protecção Ambiental das Ilhas Primeiras e Segundas (APAIPS), a primeira Área de Conservação em Moçambique com a categoria de Área de Protecção Ambiental e a segunda maior área de Conservação Marinha em África. Durante este estágio, ela aprimorou as suas habilidades técnico-práticas e liderou diversas actividades relacionadas à Conservação Marinha e Costeira, consolidando a sua carreira profissional e reforçando as suas capacidades na Conservação da Biodiversidade.

Para Muaule, o estágio do PLCM foi o ponto de partida perfeito para a sua carreira na Conservação da Biodiversidade Costeira e Marinha. Nas suas palavras

“Como estagiária na APAIPS, desempenhei um papel crucial na fiscalização e monitorização das reservas naturais integrais que são as áreas de Protecção total onde nenhuma actividade extractiva é permitida, além de contribuir para a revitalização dos Comités de Gestão dos Recursos Naturais (CGRN). No nono mês de estágio, candidatei-me a uma vaga na Wildlife Conservation Society (WCS) e fui contratada como Assistente de Projecto, onde participei na Elaboração da Estratégia e Plano de Acção para Expansão de Áreas de Conservação Marinha em Moçambique, baseada em Maputo”.

Actualmente, Muaule trabalha como Assistente de Projecto no programa “Construindo um Futuro Azul para Ecossistemas e Pessoas na Costa Leste Africana” da WCS, baseada em Nacala-Porto. Muaule é especialista marinha, uma extraordinária bióloga, que também actua motivando os comités de pesca e recursos naturais, e transformando conhecimento ecológico local e dados sobre tubarões em insights fantásticos para o projecto. E desta forma continua trilhando o caminho da conservação com determinação e paixão.

O programa PLCM tem sido fundamental para abrir portas para jovens talentos, permitindo-lhes desenvolver habilidades e assumir papéis de liderança. A trajectória de Muaule demonstra como o PLCM pode impulsionar o crescimento profissional e inspirar uma nova geração de jovens líderes, especialmente mulheres dedicadas à conservação da biodiversidade em Moçambique.

PROMOVE Biodiversidade Impulsiona Pesquisa e Capacitação no Parque Nacional do Gilé

Através do financiamento do Programa PROMOVE Biodiversidade, um projecto de pesquisa liderado pela Faculdade de Agronomia e Engenharia Florestal (FAEF) da Universidade Eduardo Mondlane (UEM) e parceiros está a transformar o conhecimento sobre o impacto das queimadas no ecossistema de Miombo do Parque Nacional do Gilé (PNAG). Iniciado em 2022 e com conclusão prevista para junho de 2025, o estudo visa fortalecer a  gestão e conservação do parque através de dados científicos robustos.

Workshop de Apresentação de Resultados: Conhecimento e Acção Práctica

O acampamento de Musseia, principal acampamento do PNAG, foi o palco do workshop de apresentação dos resultados da pesquisa que reuniu 23 participantes, entre membros das comunidades locais através dos Comités de Gestão dos Recursos Naturais (CGRN) e técnicos do PNAG. O evento dividiu-se em duas partes: apresentação e discussão dos resultados da pesquisa, seguida de uma sessão práctica de formação sobre maneio de queimadas.

Mapas Estratégicos para Combater Queimadas

Um dos resultados mais significativos do estudo foi a geração de mapas que identificam com precisão as zonas de maior risco de queimadas. Estes mapas serão fundamentais para que o PNAG aloque recursos de forma estratégica e intensifique as acções de prevenção e combate às queimadas, contribuindo directamente para a implementação eficaz do plano de maneio.

Capacitação e Colaboração Comunitária

O treinamento em gestão das queimadas ofereceu uma oportunidade valiosa de troca de conhecimentos entre membros das comunidades, gestores do parque e parceiros. Os participantes comprometeram-se a disseminar o conhecimento adquirido, reforçando o papel essencial da colaboração entre o parque e as comunidades locais. Este esforço é uma peça-chave para reduzir a incidência de queimadas e garantir a preservação da biodiversidade através de práticas sustentáveis de maneio integrado.

 PROMOVE Biodiversidade: Um Programa Crucial para a Conservação

Financiado pela União Europeia e gerido pela Fundação para a Conservação da Biodiversidade (BIOFUND) e pela Administração Nacional das Áreas de Conservação (ANAC), o Programa PROMOVE Biodiversidade é essencial para a conservação da biodiversidade em Moçambique. Através de projectos inovadores, o Programa PROMOVE Biodiversidade promove não apenas a protecção e restauração de ecossistemas críticos, mas também capacitação comunitária para uma gestão sustentável dos recursos naturais.

Cartão Bio: Um Catalisador de Transformação Contínua na Conservação da Biodiversidade em Moçambique

Desde 2017, o Cartão bio, uma parceria pioneira entre a Fundação para a Conservação da Biodiversidade (BIOFUND) e o Banco Comercial de Investimentos (BCI), tem promovido impactos significativos no financiamento de iniciativas de conservação da biodiversidade e no desenvolvimento sustentável em Moçambique. Com mais de 37.000 cartões emitidos e mais de 22 milhões de meticais arrecadados, a iniciativa prova que pequenas contribuições podem gerar grandes mudanças.

Entre os projectos beneficiados destacam-se a protecção de rinocerontes no Sábiè Game Park, que utiliza monitorização por satélite para proteger espécies ameaçadas, e a restauração da Reserva Botânica de Bobole, onde o repovoamento da espécie Raphia australis foi combinado com sistemas agro-florestais que geraram benefícios directos para as comunidades, como o aumento da renda das famílias por meio de negócios agro-florestais e extrativismo florestal sustentável.”. Além disso, o Jardim Botânico da Universidade Eduardo Mondlane implementou um projecto para preservar espécies raras e ameaçadas, como a Warburgia salutaris, promovendo a formação de novos conservacionistas e assegurando a continuidade dos esforços de conservação.

No âmbito marinho, a monitorização de tartarugas na Área de Protecção Ambiental das Ilhas Primeiras e Segundas permitiu o estudo crucial das rotas de migração, ajudando a preservar esta espécie emblemática.

Mais recentemente, o Cartão Bio expandiu o seu impacto para lidar com desafios urgentes, como a mitigação de conflitos entre humanos e elefantes em Maputo, com a instalação de vedações eléctricas e coleiras de monitorização.

Em Sofala, o projecto “Acesso ao Mercado Nacional de Carvão Vegetal” aposta na gestão sustentável de biomassa florestal para criar empregos e reduzir riscos ambientais.

Na celebração do sexto aniversário do Cartão Bio, realizada no auditório do BCI, a BIOFUND reiterou o compromisso de ampliar os resultados positivos da iniciativa, incentivando mais parcerias nacionais. Este modelo conecta empresas e sociedade à conservação da biodiversidade, promovendo um futuro mais sustentável para Moçambique.

7ª Edição da Formação em Planificação e Gestão Financeira reforça competências nas Áreas de Conservação

No final de Novembro de 2024, a Fundação para a Conservação da Biodiversidade (BIOFUND), em parceria com a Administração Nacional das Áreas de Conservação (ANAC), realizou a 7ª edição da Formação em Planificação e Gestão Financeira. Pela primeira vez, o curso foi conduzido pela equipa da Direção de Administração e Finanças da BIOFUND, composta por Fenias Nhari e Celina Citole. O curso reuniu 39 técnicos de 14 Áreas de Conservação Públicas, da ANAC e de parceiros de implementação de projectos financiados pela BIOFUND, com objectivo de aprimorar a transparência, eficiência e responsabilidade na gestão financeira.

Os participantes aprofundaram conhecimentos em planificação financeira, com destaque para a elaboração de planos de actividades e a identificação de despesas elegíveis e inelegíveis. Entre os temas abordados, destacaram-se a gestão de contratos, cumprimento de regras fiscais e a utilização de documentos fiscalmente aceites. Adicionalmente, foi sublinhada a importância de ferramentas como a reconciliação bancária para assegurar o rigor na execução orçamental.

A formação reforçou a integração entre a planificação e a monitoria como uma prática essencial para alinhar metas planeadas à execução financeira. Outro ponto de relevo foi a valorização dos fiscais nas Áreas de Conservação, reconhecendo e sublinhando o papel indispensável destes profissionais na proteção dos parques e apontando os desafios que enfrentam, como a falta de benefícios sociais adequados. Estas questões foram encaminhadas à ANAC, destacando o compromisso de melhorar as condições de trabalho.

Com esta iniciativa, a BIOFUND e a ANAC reafirmam o seu compromisso em fortalecer a gestão sustentável das Áreas de Conservação e de garantir a conservação da biodiversidade, contribuindo para o desenvolvimento sustentável de Moçambique.

Este programa representa mais um passo na capacitação técnica para a gestão responsável dos recursos naturais, consolidando o papel das Áreas de Conservação como pilares do equilíbrio ambiental e do progresso económico.

Capacitada a Primeira Equipa de Fiscalização da APAIPS: Um Marco na Conservação da Biodiversidade em Moçambique

Com o apoio do Programa PROMOVE Biodiversidade, financiado pela União Europeia e gerido pela Fundação para a Conservação da Biodiversidade (BIOFUND) e pela Administração Nacional das Áreas de Conservação (ANAC), a Área de Proteção Ambiental das Ilhas Primeiras e Segundas (APAIPS) celebrou a formação da sua primeira equipa de fiscalização.

São quase 50 fiscais para proteger um dos maiores patrimónios naturais de África

Um total de 47 fiscais de floresta e fauna bravia receberam treino especializado pela Polícia da República de Moçambique. Deste grupo, 13 são antigos agentes comunitários que agora integram a equipa de fiscalização da APAIPS. A sua missão abrange os distritos de Angoche, Moma e Larde, na província de Nampula, e Pebane, na Zambézia, cobrindo pouco mais de 40% de uma área protegida que se estende por mais de um milhão de hectares.

Durante a cerimónia de graduação, realizada em 24 de Novembro, José Luís, Director Provincial de Serviços de Ambiente de Nampula, destacou: “Além da sua importância ecológica, a APAIPS oferece oportunidades essenciais para a pesca sustentável, ecoturismo e outros meios de subsistência que beneficiam diretamente as nossas comunidades locais.”

Parcerias e compromissos reforçam o sucesso da iniciativa

O Director Geral Adjunto da ANAC, Severiano Khoy, expressou gratidão aos parceiros: “A União Europeia, BIOFUND e a WWF têm sido incansáveis em assegurar a preservação deste belo património natural.” A Administradora da APAIPS, Ricardina Matusse, enfatizou o impacto deste marco, apontando que os esforços fortalecem a conservação de uma das maiores áreas marinhas de África.

Sustentabilidade como objetivo final

O Programa PROMOVE Biodiversidade, no seu compromisso continuo e colaboração com a ANAC, vai além da fiscalização, apostando em estratégias de gestão sustentável, práticas de sobrevivência para comunidades locais e estudos que influenciem políticas ambientais. Esta abordagem integrada visa garantir não só a protecção da biodiversidade, mas também a melhoria das condições de vida das populações.

Esta conquista reafirma o compromisso de Moçambique com o desenvolvimento sustentável, promovendo uma coexistência harmoniosa entre a preservação ambiental e o bem-estar comunitário.

Evento Vozes da Terra Celebra Encerramento do Projecto MozBio 2 e Exalta Relação Entre Comunidades e Natureza

Nos dias 25 e 26 de Novembro de 2024, a cidade de Maputo acolheu a cerimónia de encerramento do Projecto MozBio 2, designada “Vozes da Terra”. O evento, promovido pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento Sustentável (FNDS) em parceria com a Administração Nacional das Áreas de Conservação (ANAC) e com a Fundação para a Conservação da Biodiversidade (BIOFUND), reuniu 250 participantes e destacou algumas das conquistas e aprendizagens resultantes do projecto.

O objectivo do evento foi partilhar lições aprendidas e promover o diálogo sobre a relação entre pessoas e natureza, estabelecendo uma base de conhecimento que sirva de orientação para futuras intervenções. Participaram membros das comunidades da Reserva Nacional de Marromeu, do Parque Nacional de Chimanimani e do Parque Nacional de Maputo, principais Áreas de Conservação beneficiárias do projecto.

Na abertura, Madyo Couto, coordenador do projecto pelo FNDS, afirmou:

“Este Projecto, foi criado com objectivo de melhorar a relação entre as pessoas e a natureza, onde, junto com a ANAC, pensamos em um Programa que poderia ajudar a melhorar a gestão dos recursos naturais e as condições de vida das pessoas que vivem dentro e à volta das ACs. Realizámos este evento para abordar a natureza e as pessoas de uma forma encantadora, trazendo as diferentes vozes dos carvoeiros, agricultores, pescadores e da comunidade em geral, que estão na linha da frente na relação com a natureza, para partilharem em primeira mão as suas experiências e ideias sobre a natureza e as suas formas de gestão.”

Fátima Amade, representante da BIOFUND, destacou:

“A BIOFUND ouviu as “vozes da terra” e se organizou para continuar a apoiar as Áreas de Conservação, criando espaço para a continuidade do apoio às bolseiras do educa+. A BIOFUND orgulha-se de ter sido parte deste projecto, e continuará a apoiar iniciativas em prol da conservação da biodiversidade e da melhoria das condições de vidas das comunidades”

O evento incluiu uma feira que exibiu produtos e serviços das comunidades e dos parceiros do projecto, bem como uma exposição de biodiversidade promovida pela BIOFUND. Também foram apresentados alguns dos programas financiados pelo MozBio 2, através da BIOFUND, como o PLCM e os Contrabalanços de Biodiversidade.

O Projecto MozBio 2 trouxe impactos positivos às comunidades beneficiárias, elevando a consciência ambiental e estimulando acções colectivas de conservação. Além disso, fomentou fontes alternativas de rendimento, reduzindo práticas como a caça furtiva e a exploração insustentável de recursos naturais.

O evento Vozes da Terra consolidou o legado do Projecto MozBio 2, apontando para um futuro onde a preservação ambiental e o desenvolvimento das comunidades caminham lado a lado.

Beira Confirmada como Anfitriã da 3ª Edição da Conferência da Biodiversidade Marinha em Junho de 2025

A cidade da Beira foi escolhida para acolher a 3ª edição da Conferência da Biodiversidade Marinha (CBM), organizada pela Fundação para a Conservação da Biodiversidade (BIOFUND) em parceria com diversas entidades. Este evento, agendado para Junho de 2025, visa promover sinergias entre iniciativas de adaptação baseada em ecossistemas, facilitando a partilha de conhecimento entre o governo, investigadores, academia, sector privado e comunidades costeiras.

No dia 27 de Novembro de 2024, a equipa da BIOFUND, liderada pelo Director Executivo Luís Bernardo Honwana, apresentou o conceito e os aspectos práticos da conferência às autoridades do Governo central da província de Sofala, e ao Conselho Municipal da Cidade da Beira, sublinhando a importância da colaboração para o sucesso do evento.

Durante a reunião, o Governador da província de Sofala, Lourenço Bulha, destacou que a escolha da Beira para sediar a conferência reforça o compromisso da província com a conservação. Projectos como a restauração das florestas de mangal têm contribuído para a protecção costeira e evidenciam a  dedicação à sustentabilidade.

A Secretária de Estado, Cecília Chamutota, demonstrou entusiasmo, afirmando:

“Agradeço principalmente pela escolha da cidade da Beira. Estamos de braços abertos para garantir o apoio para a realização deste evento da melhor forma, e esperamos que este seja um marco para a consolidação de mais iniciativas de conservação na nossa província.”

O Presidente do Conselho Municipal da Beira, Albano Carige, também manifestou apoio e assegurou total disponibilidade para colaborar na realização do evento.

Com o sucesso das edições anteriores em Maputo e Nacala-Porto, a 3ª edição da CBM completa  a cobertura geográfica das três regiões (Sul, Norte e Centro) do país. A escolha da Beira, uma cidade vulnerável às alterações climáticas, reforça o simbolismo deste evento, que visa impulsionar soluções inovadoras para a conservação de ecossistemas marinhos e costeiros.

A Conferência da Biodiversidade Marinha na Beira promete ser um marco para o avanço da conservação em Moçambique, reunindo especialistas e actores chave para debater desafios e oportunidades. Acompanhe-nos nas nossas plataformas para mais actualizações sobre este evento transformador.

Unidade Técnico-Científica (UTC) capacitada em ferramentas e plataformas para identificação de biodiversidade a evitar e/ou alvo de Contrabalanços de Biodiversidade em Moçambique

A Unidade Técnico-Científica (UTC) de Apoio aos Contrabalanços de Biodiversidade beneficia-se de uma  capacitação sobre  ferramentas e plataformas disponíveis para identificação de biodiversidade prioritária a evitar e/ou alvo de Contrabalanços de Biodiversidade em Moçambique, de acordo com a Directiva sobre os Contrabalanços de Biodiversidade (Diploma Ministerial no 55/2022, de 19 de Maio). O evento teve lugar no dia 28 de Novembro de 2024 de forma hibrida em Maputo, e contou com a participação de 14 pessoas. A capacitação foi promovido pelo Programa COMBO+, uma parceria entre o Ministério da Terra e Ambiente (MTA), Wildlife Conservation Society (WCS-Moçambique) e a Fundação para a Conservação da Biodiversidade (BIOFUND), e focou na Lista Vermelha de espécies e ecossistemas, mapa histórico de vegetação terrestre, as áreas-chave para a biodiversidade (KBAs), o Sistema de Biodiversidade de Moçambique (SIBMOZ).

A  Unidade Técnico-Científica de Apoio aos Contrabalanços de Biodiversidade, é um grupo multissectorial (com representantes do governo, academia, Sociedade civil e sector privado) estabelecido em Maio de 2024  com o objectivo de apoiar a Autoridade de Avaliação de Impacto Ambiental, na tomada de decisão, de uma forma estratégica e integrada, nos aspectos-chave associados à concepção, aprovação, implementação, avaliação e monitoria dos Planos de Gestão de Contrabalanços de Biodiversidade (PGCB).

Considerando que já existem potenciais Planos de Gestão de Contrabalanços de Biodiversidade (PGCBs) que  serão implementados em Moçambique, era essencial reforçar a capacidade dos membros da recém-criada UTC relativamente as ferramentas e plataformas actualmente disponíveis para apoiar na identificação da biodiversidade a ser evitada por projectos de desenvolvimento e  a serem consideradas para os contrabalanços de biodiversidade em Moçambique.

O programa COMBO+ prevê apoiar com outros treinamentos complementares visando a solidificar a UTC para que este possa melhor desempenhar a sua função.

O Programa COMBO+ é actualmente financiado pela Agence Française de Developpement (AFD) e pelo Fonds Français pour l’Environnement Mondial (FFEM), com cofinanciamento de outros doadores, incluindo a NORAD. Em Moçambique, o COMBO+ é também financiado pelo Projecto MOZBIO 2 (Banco Mundial), PNUD (BIOSFAC e BIOFIN) e pelo Governo da Suécia através do Programa de Conservação da Biodiversidade.

Governo Moçambicano e parceiros fortalecem o envolvimento do sector privado em matérias de mitigação de impactos de projectos de desenvolvimento na biodiversidade

Cerca de 25 membros da Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), sector privado e do governo foram capacitados  sobre a implementação de contrabalanços de biodiversidade em Moçambique (Diploma Ministerial no 55/2022, de 19 de Maio). O evento promovido pelo Programa COMBO+, uma parceria entre o Ministério da Terra e Ambiente (MTA), Wildlife Conservation Society (WCS-Moçambique) e a Fundação para a Conservação da Biodiversidade (BIOFUND), teve lugar no dia 27 de Novembro de 2024, no Parque Nacional de Maputo (PNAM).

Este treinamento teve como objectivo capacitar e consciencializar os participantes sobre o conteúdo da Directiva sobre os Contrabalanços da Biodiversidade em Moçambique (Diploma Ministerial no 55/2022, de 19 de Maio) , bem como a utilização do respectivo Manual de Implementação , e partilhar experiências e lições aprendidas com o Projecto Piloto que simula a implementação de um  Contrabalanço de Biodiversidade (designado por Projecto Piloto de Melhoria de Habitats) implementado no Parque Nacional de Maputo (PNAM) seguindo as directrizes elencadas no Diploma Ministerial no 55/2022, de 19 de Maio. Com a realização desta capacitação, a CTA e o sector privado ficam cada vez mais conscientes e preparados para seu engajamento activo na implementação de medidas de mitigação de impactos de projectos de desenvolvimento na biodiversidade seguindo a Hierarquia de Mitigação (HM),  contribuindo assim para o alinhamento do desenvolvimento económico com a conservação da biodiversidade.

Este treino faz parte do programa de capacitação implementado pelo programa COMBO+ desde 2021, direccionado à Repartição de Avaliação e Acompanhamento de Contrabalanços de Biodiversidade (RAACB) da Direcção Nacional do Ambiente (DINAB), Comissão Técnica de Avaliação de Avaliação de Impacto Ambiental, academia, sector privado, ONGs e todos outros actores envolvidos na implementação de contrabalanços de Biodiversidade em Moçambique. Serão implementados mais treinos de reforço da capacidade nacional, estando previsto que o próximo seja dirigido ao sector financeiro.

O Programa COMBO+ é actualmente financiado pela Agence Française de Developpement (AFD) e pelo Fonds Français pour l’Environnement Mondial (FFEM), com co-financiamento de outros doadores, incluindo a NORAD. Em Moçambique, o COMBO+ é também financiado pelo Projecto MOZBIO 2 (Banco Mundial), PNUD (BIOSFAC e BIOFIN) e programa de conservação da biodiversidade através do Governo da Suécia.

Projecto CBDC Impulsiona Conservação e Desenvolvimento Sustentável na Zona Tampão do Parque Nacional de Chimanimani

Com um financiamento da AFD/FFEM de 4,2 milhões de euros, o projecto Conservação da Biodiversidade e Desenvolvimento Comunitário (CBDC) está a transformar positivamente a zona tampão do Parque Nacional de Chimanimani (PNC). A iniciativa alia conservação ambiental a desenvolvimento socioeconómico, promovendo a gestão sustentável dos recursos naturais e beneficiando tanto a biodiversidade como a qualidade de vida das comunidades locais.

Nos últimos meses, o projecto implementou acções relevantes, incluindo a criação de planos locais de conservação e maneio comunitário com as  14 comunidades residentes na zona tampão, nomeadamente:

  • Treinamentos práticos em agricultura sustentável: Práticas que aumentam a segurança alimentar (aumentando a produtividade das colheitas e gerando mais rendimentos) e melhoram a preservação dos solos (mitigando impactos ambientais).
  • Gestão de recursos hídricos: Garantindo um uso mais eficiente e sustentável da água.
  • Reflorestamento: Ações que ajudam a recuperar áreas degradadas e a promover a conservação da biodiversidade.

Uma das estratégias de destaque do projecto envolve a diversificação das fontes de rendimento das comunidades por meio da promoção de Produtos Florestais Não Madeireiros (PFNMs), com destaque para a produção de mel. Esta abordagem tem:

  • Capacitado pequenos apicultores e a implementação de boas práticas de maneio de colmeias.
  • Proporcionado benefícios económicos para as famílias, aumentando as fontes de rendimento.
  • Contribuído para a polinização, essencial para a biodiversidade e a produtividade local.

A Fundação Micaia, parceira na implementação do projecto, levou pela terceira vez os produtos das comunidades à Feira Internacional de Maputo (FACIM). Os produtos exibidos destacaram-se pela elevada qualidade e originalidade dos produtos, atraindo a atenção significativa de visitantes e expositores.

O esforço culminou no prémio de segundo lugar na categoria de Melhor Produto Manufacturado para Pequenas e Médias Empresas (PME), reforçando o impacto positivo do projecto e a capacidade das comunidades em gerar produtos inovadores e competitivos.

O projecto CBDC continua a consolidar o equilíbrio entre a conservação da biodiversidade e o desenvolvimento socioeconómico, fortalecendo as comunidades da zona tampão do PNC e promovendo um futuro mais sustentável.

Conciliando o Desenvolvimento Económico com a Conservação da Biodiversidade: Desenvolvimento de Métricas para Ervas Marinhas em Moçambique

No dia 20 de Novembro de 2024, o Programa COMBO+ —uma parceria entre a Wildlife Conservation Society (WCS), a Fundação para a Conservação da Biodiversidade (BIOFUND) e o Ministério da Terra e do Ambiente (representado pela Direcção Nacional do Ambiente (DINAB))—foi realizado um workshop virtual para desenvolver métrica de ervas marinhas em Moçambique. Com o aumento das ameaças a esses ecossistemas devido ao rápido crescimento industrial, avaliá-los e monitora-los é essencial para garantir a sua conservação. Esta iniciativa está alinhada com a conservação da biodiversidade e o desenvolvimento económico, seguindo a hierarquia de mitigação e o novo Diploma Ministerial No. 55/2022 de 19 de Maio.

O workshop contou com a participação de 36 pessoas, incluindo biólogos marinhos, especialistas em ervas marinhas, consultores ambientais, gestores de projectos e outros stakeholders, o que demonstrou a importância de abordagens multidisciplinares na avaliação ecológica. A sessão proporcionou uma plataforma para um diálogo aberto sobre como aprimorar as métricas propostas para avaliar as condições das ervas marinhas.

A Dra. Célia Macamo, consultora da Universidade Eduardo Mondlane, e Manuela Amone, estudante de pós-doutoramento na Universidade Nelson Mandela, na África do Sul, lideraram as discussões, com foco nos ecossistemas de ervas marinhas de Moçambique e na criação de um novo sistema de métricas para avaliar e monitorar a sua saúde. A equipa seguiu uma abordagem de dez etapas desenvolvida pelo Programa COMBO+ para padronizar as avaliações,  levando à criação de um Índice que permitir avaliar a Qualidade do Habitat de Ervas Marinhas.

A colaboração e a transparência foram enfatizadas como elementos fundamentais para garantir o sucesso da ferramenta no monitoramento e na conservação dos ecossistemas de ervas marinhas de Moçambique.

Com esta nova ferramenta, em desenvolvimento, Moçambique está posicionado para liderar os esforços de conservação de ervas marinhas, estabelecendo um exemplo de desenvolvimento sustentável e conservação de biodiversidade.

Embaixada da Suécia Reforça Apoio a Projectos de Conservação na APA Maputo

A Área de Protecção Ambiental de Maputo (APA Maputo) recebeu, no passado dia 20 de Novembro de 2024, uma delegação da Embaixada da Suécia, liderada por Karin Andersson, Chefe de Cooperação. A visita insere-se no âmbito do Programa de Conservação da Biodiversidade, financiado pela Agência Sueca de Cooperação para o Desenvolvimento Internacional (SIDA-Suécia) e coordenado pela Fundação para a Conservação da Biodiversidade (BIOFUND).

O principal objectivo foi acompanhar actividades em curso, como a criação da Área de Conservação Comunitária de Muwai (ACC Muwai), e avaliar iniciativas que promovam o desenvolvimento sustentável e a mitigação de conflitos entre comunidades e fauna bravia. Entre as propostas destacam-se a instalação de uma vedação eléctrica financiada pelo programa, prevista para início em Fevereiro de 2025, com conclusão estimada em 6 meses. O projecto beneficiará as comunidades de Chia, Machia, Mussongue, Madjedjane, Huco e Massale.

Durante a visita, representantes da BIOFUND, ANAC, APA Maputo, Associação Comunitária do Corredor de Futhi e Conserve Global acompanharam a delegação sueca, que também conheceu o local onde será construída a nova Sede da APA Maputo. O administrador da APA Maputo, Luís Buchir, detalhou iniciativas em andamento, como o Plano de Desenvolvimento Integrado (PDI), acções de gestão comunitária de recursos naturais, programas de educação ambiental e fiscalização da biodiversidade.

As comunidades locais expressaram gratidão pelo apoio da SIDA-Suécia, destacando o impacto positivo do programa na região. Actividades como a selecção e capacitação de membros da comunidade e a limpeza do perímetro da futura vedação já estão em curso.

A APA Maputo, criada pelo Decreto n.º 103/2019, cobre o distrito de Matutuíne e a Ilha de Inhaca, promovendo o uso sustentável e a conservação da biodiversidade numa área rica em património natural e cultural. Esta é uma das sete áreas beneficiadas pelo Programa de Conservação da Biodiversidade.

BIOFUND Participou da Maior Reunião sobre Ambiente e Biodiversidade na COP16 em Cali, Colômbia

A Fundação para a Conservação da Biodiversidade (BIOFUND) integrou a delegação de Moçambique na 16ª Conferência das Partes (COP16) da Convenção sobre Diversidade Biológica, o maior encontro global dedicado à proteção do ambiente e da biodiversidade. Realizada na cidade de Cali, esta conferência reúniu chefes de Estado, Ministros e especialistas de mais de 90 países com o objectivo de reforçar o compromisso internacional em proteger e restaurar ecossistemas, travar a perda de biodiversidade e assegurar o uso sustentável dos recursos naturais. Entre as principais metas da COP16 está a implementação do Quadro Global de Biodiversidade Kunming-Montreal, que estabelece orientações para que os países avancem com medidas práticas de conservação e de fortalecimento das políticas nacionais de biodiversidade.

A delegação de Moçambique, liderada pela Ministra da Terra e Ambiente, Ivete Maibaze, contoucom representantes da Administração Nacional das Áreas de Conservação (ANAC), da BIOFUND, da Direção Nacional do Ambiente, do Ministério dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, do Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural, do Ministério do Mar, Águas Interiores e Pescas e diversas organizações da sociedade civil. Ao longo dos dias de discussão, a BIOFUND  participou activamente em painéis e eventos paralelos, onde  promovou a sua experiência em temáticas como mecanismos de financiamentos inovadores na conservação da Biodiversidade, entre outros.

Entre os temas abordados pela BIOFUND, destaca-se o painel sobre a “Muralha Azul”, um mecanismo internacional que explora novas fontes de financiamento para a proteção dos oceanos. Esse conceito visa criar uma barreira de áreas marinhas protegidas para conservar a biodiversidade oceânica. Além disso, foram realizadas discussões sobre contrabalanços de biodiversidade, que são medidas compensatórias para mitigar impactos ambientais negativos causados por atividades humanas.

A BIOFUND também partilhou a sua experiencia sobre o papel das zonas de exclusão marinha conduzidas por comunidades locais na conservação marinha em Moçambique, demostrando como estas práticas comunitárias reforçam a sustentabilidade dos recursos marinhos. Em outra sessão, o Director de Financiamentos Inovadores, Sean Nazerali, integrou um painel sobre mecanismos financeiros para a conservação ao lado do Ministro do Ambiente de Madagascar. Nesse contexto, foi debatido o papel dos fundos fiduciários de conservação e a importância de recursos financeiros sustentáveis para as metas globais de biodiversidade.

Além de alinhar as estratégias nacionais com as metas internacionais, a COP16 avança no desenvolvimento de um mecanismo multilateral para a repartição justa e equitativa dos benefícios derivados do uso de recursos genéticos, um ponto crucial para garantir o compromisso global com a biodiversidade. Para a BIOFUND, participar neste evento reafirma o seu papel na busca de soluções inovadoras e sustentáveis que contribuem para a construção de um futuro resiliente para a biodiversidade e as gerações futuras.

BIOFUND e BCI premiam usuária do cartão bio

Recentemente a Fundação para a Conservação da Biodiversidade (BIOFUND) e o Banco Comercial de Investimentos (BCI) premiaram uma das usuárias do Cartão bio  do ano 2023.

A premiada, Clarina, da província de Maputo, teve o privilégio de viver uma experiência única ao lado do seu esposo. Como parte do prémio, ela visitou o Parque Nacional de Maputo (PNAM), uma das Áreas de Conservação do país, onde também foi agraciada com uma noite em um eco-resort e brindes sustentáveis. Acompanhados pelas equipas da BIOFUND, BCI e do PNAM, a premiada, embarcou em um safari inesquecível, percorrendo paisagens deslumbrantes e observando a rica diversidade de fauna do local. Entre os momentos mais marcantes, destacaram-se os encontros com o majestoso elefante, uma das espécies mais icónicas do Parque.

Foi uma experiência incrível e única“, afirmou Clarina Rodrigues. “A natureza em seu estado puro e a chance de ver de perto os elefantes foi algo que nunca esquecerei.” Seu esposo, igualmente emocionado, ressaltou a importância de promover mais iniciativas como esta, que não só aproximam as pessoas da natureza, mas também despertam maior consciência sobre a necessidade de proteger o meio ambiente.

Marta Aduge, estagiária de Monitoria e Avaliação da BIOFUND, também partilhou a sua satisfação: “Ver o impacto que esta iniciativa tem nas pessoas e como o Cartão bio está ajudando na conservação de várias espécies e ecossistemas  importantes é gratificante.”

Para a equipa do BCI que visitava pela primeira vez o PNAM, este contacto com a natureza foi muito importante para aumentar a consciência sobre a conservação da biodiversidade daqui.

Lançado em 2017, o Cartão bio é o primeiro cartão biodegradável de Moçambique, e já conta com mais de 37,222.00 usuários. Esta iniciativa inovadora é fruto da parceria entre o BCI e a BIOFUND, onde, através da sua política de responsabilidade social, o BCI destina uma percentagem da anuidade e do uso do cartão para apoiar projectos de conservação da biodiversidade em todo o país, através da BIOFUND. Com esta iniciativa, vários projectos de conservação já foram financiados, incluindo a protecção de rinocerontes, da Raphia australis (espécie rara encontrada em Bobole) e a conservação das tartarugas marinhas na Área de Protecção Ambiental das Ilhas Primeiras e Segundas (APAIPS). Actualmente, estão em curso outros projectos importantes, como a conservação do Jardim Botânico da Universidade Eduardo Mondlane, a identificação de espécies de aves no Parque Nacional de Banhine, a a colocação de coleiras em elefantes para melhor monitoramento das suas migrações no Distrito de Moamba. Além disso, estão também sendo implementadas soluções inovadoras de electricidade e água sustentável no Cabo São Sebastião, e intensificados os esforços para combater o tráfico ilegal de pangolins no Parque Nacional de Chimanimani.

Saiba mais sobre as vantagens do cartão bio e dos projectos apoiados por esta iniciativa Daqui!

Projecto de Infraestruturas em Pomene beneficia a Preservação Ambiental

Na 2ª quinzena de Outubro de 2024, a Reserva Nacional de Pomene (RNP) testemunhou um marco significativo no esforço de conservação e desenvolvimento local. Em cerimónia oficial, foram consignadas as obras de construção de um armazém e reabilitação da residência do administrador da reserva. Este evento, presidido pelo Director dos Serviços Distritais de Planificação e Infraestruturas (SDPI) de Massinga, Maçada Augusto, em representação do Governo do Distrito, assinalou o arranque de um projecto essencial para a sustentabilidade ambiental. Estiveram presentes representantes da Fundação para a Conservação da Biodiversidade (BIOFUND), Administração Nacional das Áreas de Conservação (ANAC), do SDPI, da RNP e da Construtora CCL Construções, num total de 11 participantes.

O projecto de infraestruturas, de cerca de 7,8 milhões de meticais, financiado pelo Programa de Conservação da Biodiversidade, conta com o apoio da Agência Sueca para o Desenvolvimento Internacional (SIDA) e coordenação da BIOFUND em sintonia com a ANAC. Previsto para durar quatro meses, o plano visa melhorar as infraestruturas da reserva, fortalecendo a sua gestão e contribuindo para a conservação da biodiversidade local.

A empresa CCL Construções comprometeu-se em contratar trabalhadores locais, sempre que possível, assegurando que as comunidades que habitam a área sejam activamente envolvidas e beneficiem das intervenções na reserva.

Durante a cerimónia, destacou-se a observância rigorosa de salvaguardas ambientais e sociais, tendo em conta a sensibilidade da área protegida. A CCL Construções implementará acções de formação para a sua equipa sobre igualdade de género, violência baseada no género, assédio e exploração sexual, numa colaboração estreita com a ANAC e a BIOFUND. Adicionalmente, foram realçadas as medidas de rigor em segurança e higiene no trabalho, fundamentais numa área sem postos de saúde próximos.

O evento culimou com uma cerimónia tradicional, onde as quatro comunidades locais realizaram rituais para abençoar e proteger o projecto, respeitando profundamente as tradições e a cultura regional. Este acto simbólico sublinha a união entre a modernização e o respeito pela herança cultural, impulsionando o desenvolvimento sustentável e o bem-estar das comunidades de Pomene.

Este projecto representa um passo audaciosos e inspirador para a conservação, demonstrando que é possível aliar o progresso à protecção ambiental.

Elsa Caetano: Transformando Paixão por Borboletas em Ferramenta de Conservação Uma Jornada Inspiradora no Parque Nacional do Gilé

Elsa Caetano, uma jovem bióloga apaixonada pela natureza, encontrou no Programa de Liderança para Conservação de Moçambique (PLCM) uma chance de unir a sua formação académica à sua paixão por borboletas e contribuir para a Conservação da biodiversidade.

Assim que iniciou o seu estágio no Parque Nacional do Gilé (PNAG) Elsa lançou-se em um desafio ousado: criar uma base de dados fotográfica de borboletas encontradas no parque. Ela sabia que essa tarefa não seria fácil, pois, apesar da sua paixão, nunca havia conseguido fotografar borboletas em campo, apenas em laboratório.

Em suas próprias palavras:

‘‘Tenho uma grande paixão por borboletas, mas, antes de começar o estágio, nunca tinha conseguido fotografá-las em campo, apenas no laboratório. Tentei várias vezes e sem sucesso, o que me levou a acreditar que essa tarefa seria impossível para mim. No entanto, depois de algum tempo, consegui tirar fotografias de borboletas no parque que ficaram tão boas que, ao vê-las, senti uma enorme satisfação por ter descoberto uma nova habilidade: a fotografia.’’

A proposta da Elsa foi aprovada pelo Parque. Com cada fotografia, Elsa não apenas superou seus próprios limites, mas também trouxe à tona uma nova dimensão do valor ecológico das borboletas. Estes insectos são excelentes bioindicadores, pois a sua presença e diversidade podem indicar a saúde de um ecossistema. A base de dados que ela criou tornou-se o primeiro sistema de catalogação de borboletas do parque, trazendo informações essenciais para a conservação e protecção da biodiversidade.

As fotos e o sistema de catalogação desenvolvido por Elsa forneceram uma ferramenta fundamental para identificar espécies ameaçadas e monitorar áreas que precisam de protecção especial. Além de orientar estratégias de conservação, o seu trabalho também contribuiu para aumentar a conscientização sobre a importância de preservar os habitats das borboletas.

A história de Elsa demonstra como a paixão e ciência podem caminhar juntas para gerar impacto positivo. A sua jornada no PNAG é uma prova inspiradora de que desafios pessoais podem se transformar em conquistas significativas para a conservação. O PLCM, ao formar jovens líderes como a Elsa, continua a promover a conservação e proteger a biodiversidade em Moçambique.

Capacitando Líderes para o Futuro da Conservação: A História de Eulário Pombal

A vida é cheia de desafios, mas o que define aqueles que alcançam o sucesso é a sua determinação em superar obstáculos e perseverar, mesmo diante das maiores adversidades. Eulário Pombal é o exemplo perfeito dessa resiliência. Um jovem que acreditou na sua capacidade de quebrar barreiras, Eulário escolheu investir na sua educação e se dedicou à Conservação da Biodiversidade, mostrando como o estudo, a pesquisa e a dedicação podem abrir portas e gerar avanços importantes nesta área tão vital.

Através do Programa de Liderança para Conservação de Moçambique (PLCM) cujo objectivo mais importante é “Elevar a capacidade de liderança dos profissionais do Sistema Nacional das Áreas de Conservação“, Eulário concorreu e conquistou uma bolsa de mestrado em Planeamento Territorial e Conservação da Biodiversidade na Universidade Zambeze. Com muito esforço e persistência, concluiu o curso, defendendo com sucesso uma dissertação com um tema desafiador: “Avaliação do Conflito Homem-Fauna Bravia na Comunidade de Nhamacuenguere da Zona Tampão do Parque Nacional de Gorongosa”.

Para Eulário, desafios sempre fizeram parte da sua trajectória. Formar-se em uma área tão complexa como a Conservação foi apenas mais um passo na sua jornada. Decidir fazer a sua dissertação na zona tampão do Parque Nacional de Gorongosa, exigiu coragem e força. Durante 30 dias, ele viveu imerso na comunidade local, enfrentando o medo constante causado pelos conflitos entre humanos e animais selvagens. Elefantes, conhecidos pela sua força e imprevisibilidade, circulavam pela área, criando um clima de tensão e, por vezes, presenciou ataques a membros da comunidade.

“As noites se tornaram longas e inquietas, pois não conseguia dormir devido ao medo. Fui acomodado em uma cabana onde dormia sozinho, e frequentemente ouvia sons estranhos vindos da selva, o que dificultava ainda mais o sono. O líder comunitário me tranquilizava, dizendo para não temer, pois eram apenas animais segundo ele, até leões costumavam passear pela comunidade.”

O impacto da pesquisa de Eulário não pode ser subestimado. Ela revelou a profundidade dos problemas enfrentados pela comunidade devido à presença de elefantes e búfalos, directamente afectando a subsistência local. A sua investigação contribui para que as autoridades desenvolvam estratégias mais eficazes de mitigação de danos e cria uma base sólida para programas de educação e conscientização, além de políticas públicas mais alinhadas às necessidades locais.

A história de Eulário é uma prova de que a educação, resiliência e dedicação podem gerar transformações positivas em qualquer sociedade. Hoje, ele incentiva jovens moçambicanos a se tornarem agentes de mudança nas suas comunidades, promovendo a conservação da biodiversidade e a coexistência harmoniosa entre humanos e fauna bravia.

Novo Financiamento do Governo da Suécia Impulsiona a Conservação da Biodiversidade em Moçambique

No mês de Setembro, a Fundação para a Conservação da Biodiversidade (BIOFUND) e a Agência Sueca para o Desenvolvimento Internacional (SIDA) realizaram uma visita de monitoria à Reserva de Vida Selvagem de Lugenda (Luwire), localizada no bloco L7 da Reserva Especial do Niassa, para avaliar os progressos e impactos do novo financiamento do Governo da Suécia através do Programa de Conservação da Biodiversidade. Este apoio, que se prolongará até Abril de 2027 e é avaliado em 300.000 USD, visa o fortalecimento da gestão das áreas protegidas, a melhoria da qualidade de vida das comunidades locais e o aumento da resiliência climática no país, em colaboração com a Administração Nacional das Áreas de Conservação (ANAC).

O Governo da Suécia, num compromisso renovado com a preservação da biodiversidade, está a apoiar acções concretas que consolidam os resultados alcançados pela iniciativa de outros parceiros. O foco deste novo financiamento recai sobre a promoção de uma gestão sustentável dos recursos naturais e a inovação tecnológica na conservação.

Durante a visita, destacaram-se avanços como a implementação de tecnologias de monitoria em tempo real, incluindo o SMART (Spatial Monitoring and Reporting Tool) e o EARTHRANGER. Estas ferramentas facilitam a recolha de dados e a gestão operacional, permitindo uma protecção mais eficaz das espécies e habitats, através de contagens aéreas de fauna e fiscalização do terreno.

O projecto não se limita apenas à conservação ambiental, priorizando também o fortalecimento institucional e técnico, garantindo a sustentabilidade a longo prazo das acções de conservação. Observou-se um progresso notável nas iniciativas de ecoturismo e geração de renda, com as comunidades a assumirem um papel activo na conservação da biodiversidade local.

O ciclo de financiamento do Governo da Suécia reforça o legado das acções anteriormente desenvolvidas por outros projectos, que introduziram ferramentas de gestão ambiental e fomentaram a criação de redes de cooperação entre o governo, parceiros internacionais e comunidades locais. A expansão de tecnologias de comunicação, como rádios e sistemas de monitoria, tem vindo a fortalecer as operações de fiscalização, essenciais no combate ao tráfico de espécies e ao desmatamento.

Os representantes do Governo da Suécia reafirmaram o seu compromisso com a conservação da biodiversidade na província de Niassa, sublinhando a importância da resiliência das Áreas de Conservação face às alterações climáticas. A BIOFUND, com o apoio do Governo da Suécia e de outros parceiros, continuará a liderar esforços de conservação e desenvolvimento sustentável, promovendo uma abordagem integrada que envolva directamente as comunidades locais na preservação dos recursos naturais do país.

Este novo financiamento promete ser um passo decisivo na protecção da biodiversidade em Moçambique, abrindo caminho para um futuro em que as comunidades, as áreas protegidas e o clima estejam interligados numa rede de resiliência e prosperidade.

PLCM supera metas e consolida liderança na conservação em Moçambique

A Fundação para a Conservação da Biodiversidade (BIOFUND), através do Programa de Liderança para a Conservação de Moçambique (PLCM) apresentou a 30 de Setembro, em Maputo, os resultados da avaliação dos 5 anos do programa, culminando também com a 8ª Sessão do Comité  Directivo do PLCM. O evento reuniu cerca de 30 participantes, incluindo representantes da BIOFUND, ANAC, Áreas de Conservação (ACs), academia, MozBio2, Banco Mundial, Embaixada da Suécia e outros parceiros estratégicos. O encontro focou-se na análise dos resultados obtidos nas 3 componentes do programa e definição do perfil do PLCM para os próximos tempos, numa altura em que o financiamento do MozBio2, com fundos do Banco Mundial/IDA, se aproxima do seu término, previsto para Novembro de 2024.

Segundo o relatório apresentado pelo consultor responsável pela avaliação, o PLCM superou as metas definidas nas suas componentes:

  • A componente 1 – destinada a elevar a capacidade de liderança dos profissionais do Sistema Nacional das Áreas de Conservação (SNAC), registou um impressionante nível de execução de 130%.
  • A componente 2 – que visa atrair jovens qualificados para o SNAC, superou a meta em 106%, através de programas de estágios, bolsas de estudo e subvenções de pesquisa.
  • A componente 3 – que procura atrair o público em geral para a comunidade de conservação, alcançou 93% de execução com a diversas acções e campanhas de consciencialização ambiental.

Durante o evento, Mohamed Harun em representação da ANAC, destacou o impacto positivo do PLCM na formação e integração de jovens no sector de conservação da biodiversidade, sublinhando a importância de se repensar o modelo de acompanhamento contínuo dos beneficiários de estágios. Madyo Couto, coordenador do MozBio2, reforçou que o factor mais importante do PLCM é a Liderança, salientando que o programa tem sido fundamental para a formação de líderes da conservação da biodiversidade em Moçambique, mas alertou para a importância de continuar a capacitar novos líderes.

“Agradecemos a todos intervenientes que contribuíram para a avaliação do PLCM e em particular ao Banco Mundial através do MozBio2, o Governo da Suécia e os membros do Comité Directivo pela participação, pois esta acção exige muito dinamismo e engajamento interno e conta com apoio dos nossos parceiros para a capacitação e futuro do programa”, afirmou a Directora de Programas da BIOFUND e Presidente do Comité Directivo do PLCM Alexandra Jorge.

O Comité Directivo do PLCM compromete-se a dar seguimento as recomendações resultantes da avaliação e das discussões do evento. Entre 2019 e 2024 o PLCM demonstrou um desempenho notável, consolidando a sua relevância no panorama da conservação em Moçambique.

Unidade Técnico-Cientifica reunida para discutir o primeiro Plano de Gestão de Contrabalanços de Biodiversidade a ser implementado em Moçambique

No dia 12 de Setembro do corrente ano, a Unidade Técnico-Cientifica de Apoio aos Contrabalanços de Biodiversidade, órgão estabelecido pela Autoridade de Avaliação de Impacto Ambiental e composta por representantes de instituições governamentais, sector privado, academia e organizações da sociedade civil, esteve reunida em mais uma sessão ordinária em Maputo, para analisar e discutir o primeiro Plano de Gestão de Contrabalanços de Biodiversidade (PGCB) em Moçambique.

O PGCB preliminar em análise foi o da empresa mineradora Kenmare Resources Plc, localizada na costa Nordeste da Província de Nampula, cuja actividade principal, desde 2009, tem sido a mineração, extracção e processamento de minerais do grupo de titânio e de zircão, através da mina de areias minerais de Larde e Moma e uma instalação de processamento.  Com o PGCB consolidado a empresa pretende assegurar essencialmente a Nenhuma Perda Líquida do habitat natural e Ganho Líquido em habitats críticos.

A Unidade Técnico-Científica de Apoio aos Contrabalanços da Biodiversidade, estabelecido ao abrigo do Diploma Ministerial nº 55/2022 de 19 de Maio, tem a função de apoiar a Autoridade de Avaliação de Impacto Ambiental, especialmente a Repartição de Avaliação e Acompanhamento dos Contrabalanços da Biodiversidade (RAACB), na análise estratégica   do conjunto de projectos de contrabalanços em proposta e em implementação no país, verificando o respectivo alinhamento com as metas de conservação de biodiversidade definidas pelo Governo de Moçambique.

Durante a reunião a Unidade Técnico-Cientifica de Apoio aos Contrabalanços de Biodiversidade ficou ainda a conhecer outros potenciais PGCB em desenvolvimento para o cumprimento do Diploma Ministerial nº 55/2022 de 19 de Maio.

A operacionalização da Unidade Técnico-Cientifica de apoio aos Contrabalanços de Biodiversidade conta com o apoio do programa COMBO+, uma parceria entre o Ministério da Terra e Ambiente (MTA), Wildlife Conservation Society (WCS-Moçambique) e a Fundação para a Conservação da Biodiversidade (BIOFUND). O Programa COMBO+ é actualmente financiado pela Agence Française de Developpement (AFD) e pelo Fonds Français pour l’Environnement Mondial (FFEM), com co-financiamento de outros doadores, incluindo a NORAD. Em Moçambique, o COMBO+ é também financiado pelo Projecto MOZBIO 2 (Banco Mundial), PNUD (BIOSFAC e BIOFIN) e pelo Governo da Suécia através do Programa de Conservação da Biodiversidade.

Pela Fauna e Comunidades Daki: Coleiras com GPS Reduzem Conflitos entre Homem e Elefantes no Incomati

Em finais de Setembro de 2024, a Àrea de Conservação “Incomati Conservação”, no Distrito de Moamba, foi palco de uma importante atividade de conservação e proteção da fauna bravia, com a colocação de coleiras GPS em três elefantes machos, batizados Saseka (“bonito” ou “gracioso”, reflectindo a beleza e a majestade dos elefantes na natureza), Tintswalo (“compaixão”, procura encorajar atitudes compassivas em relação à fauna) e Vutomi (“vida”, destaca a importância de preservar a vida dos elefantes). A iniciativa, apoiada pela BIOFUND, Mozambique Wildlife Alliance (MWA) e pela Incomati Conservation, em coordenação com a Administração Nacional das Áreas de Conservação (ANAC), faz parte do projecto “Vozes da Savana: Elefantes Monitorados, Comunidades Ouvidas“, cujo objectivo é mitigar os conflitos entre elefantes e as comunidades nas províncias de Maputo, especialmente nos distritos de Moamba, Namaacha e Matutuíne.

Este projecto, que tem a duração de um ano, visa monitorar a movimentação dos elefantes através do uso de tecnologia avançada, como as coleiras GPS. Essa abordagem permite obter dados em tempo real sobre os movimentos dos animais, ajudando a antecipar interacções entre elefantes e populações locais, especialmente nos distritos de Moamba, Namaacha e Matutuíne. Além de contribuir para a procteção das colheitas e infraestruturas comunitárias, a iniciativa fortalece as capacidades locais para a resolução pacífica de conflitos entre humanos e fauna bravia.

A colocação das coleiras foi possível graças ao apoio do “Cartão Bio”, uma parceria entre o Banco Comercial de Investimentos (BCI) e a Fundação para a Conservação da Biodiversidade (BIOFUND), em coordenação com a ANAC. O Cartão Bio, o primeiro cartão biodegradável de Moçambique, direcciona uma parte das suas receitas para apoiar projectos de conservação, como este, sem custo adicional para os usuários.

Esta acção não só reforça os esforços para preservar a biodiversidade, mas também representa um passo significativo na promoção da coexistência pacífica entre comunidades e elefantes, criando um modelo sustentável e replicável para outras áreas de Moçambique.

Cartão bio impulsiona conservação da biodiversidade e desenvolvimento comunitário em Moçambique

Em mais uma acção inovadora para a conservação da biodiversidade, o Cartão bio, uma iniciativa  conjunta entre a Fundação para a Conservação da Biodiversidade (BIOFUND) e o Banco Comercial de Investimentos (BCI), está a financiar três novos projectos destinados  a fortalecer a protecção da Fauna e Flora nacional e a melhorar as condições de vida das comunidades locais. Estas iniciativas, anunciadas recentemente, visam a protecção de espécies chave e o desenvolvimento sustentável em áreas rurais.

Em parceria com a Mozambique Wildlife Alliance, um dos projectos visa mitigar os conflitos entre elefantes e as comunidades ao longo do Rio Incomáti. A instalação de uma vedação eléctrica ao longo da fronteira leste do rio tem  como objectivo reduzir os incidentes envolvidos pelos elefantes, promovendo a coexistência pacifica entre humanos e os elefantes. A iniciativa também abrange o reforço das capacidades de monitoria no distrito de Moamba (através da colocação de colares satélites em elefantes e seguimento dos mesmos), onde a circulação de elefantes tem gerado desafios para os residentes.

No Parque Nacional de Chimanimani, os esforços estão concentrados no combate ao tráfico ilegal do pangolim, uma das espécies mais ameaçada no mundo, listadas como criticamente em perigo pela  União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN). O projecto envolve o estabelecimento de condições para o resgate e reabilitação do pangolim, bem como a capacitação de fiscais e técnicos da Área de Conservação em primeiros socorros para esta espécie. Além disso, será implementado um sistema de  monitoria para acompanhar a recuperação das populações de pangolins no corredor de Manica, uma área prioritária para a sua conservação.

O terceiro projecto, localizado no  Santuário Bravio de Vilanculos, no Cabo de São Sebastião, aposta em soluções inovadoras para melhorar a qualidade de vida das comunidades. Através da tecnologia OffGridBox,  será garantido o acesso a electricidade sustentável e água potável segura. A gestão da infraestrutura será conduzida por uma cooperativa comunitária, cujas receitas serão reinvestidas em novos projectos de desenvolvimento local.

O Cartão bio reafirma assim o seu compromisso com a conservação de espécies ameaçadas e ecossistemas essenciais, ao mesmo tempo que envolve as comunidades locais na protecção do património natural de Moçambique. Estas iniciativas não só contribuem para a conservação da biodiversidade, como também promovem o desenvolvimento comunitário e a consciência ecológica entre as populações locais.

BIOFUND Reforça seu Compromisso com a Conservação da Biodiversidade na 14ª Assembleia Geral do CAFÉ em Swakopmund, Namíbia

A Fundação para a Conservação da Biodiversidade – BIOFUND, marcou presença na 14ª Assembleia Geral do Consórcio dos Fundos Africanos para o Ambiente (CAFÉ), realizada em  Swakopmund, Namíbia, de 02 a 06 de Setembro de 2024. A delegação da BIOFUND foi composta por Narciso Matos, Presidente do Conselho de Administração, Tereza Alves, Presidente do Conselho Fiscal, Alexandra Jorge, Directora de Programas, Samiro Mangane, Coordenador do Programa de Conservação de Biodiversidade, Vanda Machava, Gestora do Programa de Contrabalanços de Biodiversidade, e Celina Sitole, Contabilista.

O evento, organizado pelo Community Conservation Fund of Namibia (CCFN), contou com a presença de 17 dos 19 membros do CAFÉ de forma presencial e reuniu participantes de 27 países, entre eles 19 africanos e 04 da América Latina, além de representantes de países como Alemanha, Reino Unido, Estados Unidos e Mônaco. A RedLAC também esteve representada por fundos ambientais da Bolívia, El Salvador e Costa Rica.

O tema de destaque da 14ª Assembleia, “Gestão dos Recursos Naturais Baseada na Comunidade (GRNBC) rumo às metas de conservação 30×30”, sublinhou o papel central das comunidades e dos povos indígenas na conservação da biodiversidade. Foram cinco dias de intensos debates e partilhas de experiências, em sessões temáticas sobre a experiência da Namíbia na Conservação e GRNBC, governança dos Fundos de Conservação (CTFs), partilha de conhecimento e experiências dos CTFs do CAFÉ e do RedLAC no âmbito do Projecto de Mentoria do BRIDGE,  as tendências emergentes de financiamento e mercados para a conservação, e parcerias em África.

A Assembleia foi oficialmente inaugurada pelo Presidente do CAFÉ, Dr. Théophile Zognou, e pelo Vice-Presidente e Director Executivo do CCFN, Tapiwa Makiwa que destacaram a importância da cooperação entre governos, sociedade civil e o sector privado para enfrentar os desafios da conservação e da gestão sustentável dos recursos naturais em África.

A BIOFUND destacou-se pelas suas contribuições substanciais, com apresentações conduzidas por Vanda Machava sobre Contrabalanços de Biodiversidade, onde foram realçados as principais actividades realizadas e os resultados alcançados em Moçambique, com ênfase no papel dos fundos ambientais na implementação de contrabalanços de biodiversidade. Além disso, a BIOFUND participou no painel de discussão do Programa de Mentoria do BRIDGE, partilhando as suas experiências em Angariação de Fundos com o Sector Privado, Contrabalanços de Biodiversidade e Impact Investment, reforçando a importância de parcerias com o sector privado para a sustentabilidade das iniciativas de conservação.

Numa sessão paralela do programa “Enduring Earth” onde foram apresentados 04 estudos de caso do Gabão, Alasca, Mongólia e Namíbia no âmbito da iniciativa Project Finance for Permanence (PFP) em se alcançar uma conservação duradoura e a longo termo.

A BIOFUND aproveitou a oportunidade para estreitar laços com representantes de Angola, Guiné Bissau e São Tomé e Príncipe, Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), que demonstraram interesse com a experiência da BIOFUND, especialmente na fase inicial de criação dos seus respectivos fundos ambientais.

O evento culminou com uma visita à icônica Spitzkoppe, Gaingu Conservancy, onde os participantes testemunharam os projectos de conservação locais e os benefícios gerados pelo turismo sustentável para as comunidades locais.

A participação activa da BIOFUND reforça o seu compromisso contínuo com a conservação da biodiversidade, partilhando conhecimento, influenciando políticas e mobilizando recursos para a preservação dos ecossistemas de Moçambique e da África.

Moçambique aposta na capacitação de jovens académicos para garantir a implementação efectiva do quadro legal do processo de avaliação de impacto ambiental e de contrabalanços de biodiversidade

Mais de 200 estudantes universitários finalistas e recém graduados provenientes de universidades e institutos superiores públicas e privadas de todo país, foram treinados no processo de avaliação de impacto ambiental e implementação de contrabalanços de biodiversidade em Moçambique. O evento promovido pelo Programa COMBO+, uma parceria entre o Ministério da Terra e Ambiente (MTA), Wildlife Conservation Society (WCS-Moçambique) e a Fundação para a Conservação da Biodiversidade (BIOFUND), teve lugar entre os dias 10 e 11 de Setembro de 2024 de forma presencial em Maputo e virtual.

Este treinamento teve como objectivo criar capacidade nos académicos das áreas ambientais a nível nacional para promover a consciencialização sobre a legislação do processo de avaliação de impacto ambiental (Decreto no 54/2015, de 31 de Dezembro) e implementação de contrabalanços de biodiversidade, de acordo com a Directiva sobre os Contrabalanços de Biodiversidade (Diploma Ministerial no 55/2022, de 19 de Maio). Com este treinamento, os estudantes universitários recém graduados ficam com uma bagagem que irá contribuir para sua carreira profissional no futuro como consultores ambientais, auditores ou qualquer outra função relacionada.

Este treino faz parte do programa de capacitação implementado pelo programa COMBO+ desde 2021, direccionado à Repartição de Avaliação e Acompanhamento de Contrabalanços de Biodiversidade (RAACB) da DINAB, Comissão Técnica de Avaliação de Avaliação de Impacto Ambiental (CTA), academia, sector privado, ONGs e todos outros actores envolvidos na implementação de contrabalanços de Biodiversidade em Moçambique. Serão implementados mais treinos de reforço da capacidade nacional, estando previsto que o próximo seja dirigido ao sector financeiro.

O Programa COMBO+ é actualmente financiado pela Agence Française de Developpement (AFD) e pelo Fonds Français pour l’Environnement Mondial (FFEM), com cofinanciamento de outros doadores, incluindo a NORAD. Em Moçambique, o COMBO+ é também financiado pelo Projecto MOZBIO 2 (Banco Mundial), PNUD (BIOSFAC e BIOFIN) e programa de conservação da biodiversidade através da Embaixada da Suécia.

Mulheres à frente na conservação: PCLM reforça a 6ª edição de estágios

A Fundação para a Conservação da Biodiversidade (BIOFUND) deu início à indução do 2.º grupo da extensão da 6ª Edição do Programa de Estágios Pré-profissionais do Programa de Liderança para a Conservação de Moçambique (PLCM). Este novo grupo, composto por 20 mulheres, está agora preparado para iniciar os seus estágios em várias instituições do sector da conservação em todo o país.

O evento contou com a participação de Mohamed Harun, representante da Administração Nacional das Áreas de Conservação (ANAC), de Alexandre Fumo, da Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais (ADRA), e da equipa de diversos sectores da BIOFUND.

Durante a sessão de boas-vindas, o director executivo da BIOFUND sublinhou a importância do estágio como uma etapa fundamental na formação dos futuros líderes da conservação em Moçambique. Destacou ainda, a necessidade de uma abordagem integrada e abrangente para a conservação, encorajando as estagiárias a manterem-se abertas e atentas a todas as áreas do sector da conservação.

As  intervenções dos representantes da ANAC, BIOFUND e a ADRA focaram-se no papel de cada instituição na conservação da biodiversidade. Foram também abordados temas essenciais sobre o que é o projecto PLCM, bem como as salvaguardas ambientais e sociais, incluindo questões de género e violência baseada no género, conduzidas pela oficial de género da BIOFUND.

Um dos momentos mais marcantes da sessão foi a partilha de experiências por antigas estagiárias, algumas das quais conseguiram emprego nas instituições onde realizaram os seus estágios. Estes testemunhos proporcionaram uma visão valiosa sobre as oportunidades e os desafios do programa, contextualizando e inspirando as novas participantes.

Com a extensão desta edição, o PLCM continua a consolidar-se como um programa de referência na capacitação de jovens profissionais para enfrentar os desafios na conservação da biodiversidade em Moçambique, reforçando o compromisso da BIOFUND em assegurar um futuro sustentável para o país.

Nova Frota Reforça Defesa da Biodiversidade: BIOFUND, ANAC e Suécia em Acção

No dia 27 de Agosto de 2024, a Fundação para a Conservação da Biodiversidade (BIOFUND), em parceria com a Administração Nacional das Áreas de Conservação (ANAC) e com o financiamento da Agência Sueca de Desenvolvimento Internacional (SIDA-SUÉCIA), entregou duas novas viaturas no âmbito do Programa de Conservação da Biodiversidade (2023-2027), o qual é coordenado pela BIOFUND. As viaturas destinam-se à Reserva Nacional de Pomene (RNP) e à Área de Protecção Ambiental de Maputo (APA Maputo), áreas prioritárias do programa.

Samiro Magane, Coordenador do Programa, sublinhou a importância desta entrega no contexto dos esforços da BIOFUND e da ANAC para reforçar as capacidades operacionais das Áreas de Conservação em Moçambique. “Estas viaturas são um exemplo concreto de como estamos a transformar recursos financeiros em acções práticas que apoiam directamente a protecção dos ecossistemas vitais do país. A nossa parceria com a ANAC é fundamental para assegurar que as Áreas de Conservação disponham das ferramentas necessárias para enfrentar os desafios ambientais de forma eficaz e sustentável,” afirmou Magane.

Frida Rodhe, representante da Embaixada da Suécia, destacou que esta acção vai além do reforço logístico, representando o compromisso contínuo do Governo da Suécia com a conservação da biodiversidade e a mitigação das mudanças climáticas em Moçambique. “O Governo da Suécia entende que a conservação da biodiversidade está intrinsecamente ligada às questões climáticas e que o fortalecimento das capacidades operacionais em áreas protegidas é essencial para enfrentar ambos os desafios de maneira integrada. Estes meios são fundamentais para garantir que as equipas no terreno possam realizar o seu trabalho de forma eficiente, assegurando a protecção de ecossistemas críticos e contribuindo para a resiliência das comunidades locais frente às mudanças climáticas,” explicou Rodhe.

Pejul Calenga, Director Geral da ANAC, , enalteceu a entrega das viaturas como um avanço significativo no fortalecimento das capacidades de conservação. “Com estes recursos e iniciativas, as Áreas de Conservação estarão melhor equipadas para enfrentar os desafios actuais de conservação, assegurar uma gestão sustentável da biodiversidade e trazer benefícios significativos para as comunidades locais,” afirmou Calenga.

Calenga referiu ainda que o apoio providenciado pelo Programa de Conservação da Biodiversidade visa também apoiar a reestruturação da Rede Nacional das Áreas de Conservação, a operacionalização do Parque Ecológico de Malhazine e a recategorização da Reserva Parcial do Lago Niassa.

O Director Geral da ANAC concluiu mencionando que, com este apoio, espera-se uma melhoria significativa das operações de conservação e protecção da biodiversidade nas áreas beneficiadas, aumentando a eficácia das patrulhas e permitindo respostas mais rápidas a emergências, reforçando o trabalho de fiscalização.

Escola de Sussundenga Reforça Consciência Ecológica com Projecto de Reciclagem

A Fundação para a Conservação da Biodiversidade (BIOFUND), através do Programa de Liderança para a Conservação de Biodiversidade de Moçambique (PLCM), em parceria com o Fundo Nacional de Desenvolvimento Sustentável (FNDS) e o Parque Nacional de Chimanimane organizou recentemente oficinas e actividades de sensibilização ambiental na Escola Secundária de Sussundenga.

A sessão contou com a participação de 20 alunos do Clube Ambiental, dos quais 10 raparigas e 10 rapazes, com idades compreendidas entre 14 e os 16 anos de idade. A actividade foi orientada por Juvêncio Safo, professor responsável pela Sala de Conservação da escola, e teve como principal objectivo o reaproveitamento de cartazes antigos sobre Violência Baseada no Género, substituindo a terminologia “casamentos prematuros” por “uniões prematuras”, que posteriormente foram colados nas paredes da escola. Esta iniciativa visou a redução do desperdício de papel diminuindo a pressão sobre as árvores, que são matéria-prima para a produção deste recurso.

Gérdio Rui, beneficiário do Programa de Liderança para a Conservação de Moçambique (PLCM) e alocado no FNDS orientou as actividade de oficinas ambientais na Sala de Conservação de Sussundenga. Estas actividades integram-se no projecto “Sala de Conservação de Sussundenga”, uma iniciativa do PLCM no âmbito do projecto MozBio2 (financiado pelo IDA/Banco Mundial) em parceria com o Parque Nacional de Chimanimani, Portucel Moçambique e Associação Gonazololo.

O objectivo destas actividades é incutir nos alunos um espírito de cidadania ambiental, promovendo acções autónomas e colectivas para a defesa dos recursos naturais. As oficinas ambientais são consideradas ferramentas cruciais de Educação Ambiental e deveriam integrar as actividades regulares das escolas, fomentando uma cultura de sustentabilidade que inspire e mobilize as gerações presentes e futuras a adoptar práticas ambientalmente sustentáveis. Este tipo de iniciativas reforça a ideia de que mudanças significativas começam com pequenas acções que têm um impacto profundo na conservação dos recursos naturais e na saúde do nosso planeta.

Lançamento do Projecto de Resiliência Rural do Norte de Moçambique na Reserva Especial do Niassa e Bloco L4E

A Fundação para a Conservação da Biodiversidade (BIOFUND), em parceria com o Governo de Moçambique, através da Administração Nacional das Áreas de Conservação (ANAC), lançou oficialmente no dia 07 de Agosto as actividades do Projecto de Resiliência Rural do Norte de Moçambique (MozNorte) para a Reserva Especial do Niassa e Bloco L4E. A cerimónia, presidida por Jornito Muemede, Director dos Serviços Provinciais do Ambiente, contou com a presença de 47 participantes, incluindo representantes do Governo Provincial e Distrital, sociedade civil e líderes comunitários.

O Projecto MozNorte, financiado pelo Banco Mundial (IDA), vai ser implementado pela Wildlife Conservation Society (WCS) até Junho de 2026, e tem como objectivo principal melhorar o acesso a oportunidades de subsistência para as comunidades vulneráveis e promover a gestão sustentável dos recursos naturais nas áreas rurais de Moçambique. As actividades previstas incluem a preparação e capacitação dos Comités de Gestão de Recursos Naturais (CGRN), bem como o desenvolvimento de novas infra-estruturas, nomeadamente a construção e reabilitação de estradas e pontes, fundamentais para as operações de conservação e governação comunitária. Adicionalmente, o projecto prevê a criação de uma unidade canina nos aeroportos de Nacala e Pemba, com o objectivo de reforçar o controlo e prevenir o tráfico e comércio ilegal de troféus resultantes da caça furtiva.

Durante o evento, a comunidade manifestou o seu apoio à iniciativa, comprometendo-se a colaborar na gestão dos recursos naturais, monitorar os impactos do projecto e promover a coexistência entre a população e a fauna bravia.

Aníbal dos Anjos, coordenador do projecto a nível da ANAC, destacou a importância destas acções para o sucesso do projecto e a protecção dos recursos naturais. Por sua vez, Alexandre Milice, coordenador e representante da BIOFUND, elucidou sobre o papel da BIOFUND na gestão da Reserva Especial do Niassa, bem como no processo de angariação e canalização de recursos financeiros para a implementação do projecto.

O Administrador do distrito de Mecula, António Joaquim Paulo, sublinhou a necessidade de coordenação entre todas as partes envolvidas, reafirmando o compromisso do governo local em apoiar todas as actividades e iniciativas do projecto, e apelou à comunidade de Mecula para que participe activamente no sucesso da conservação dos recursos naturais.

Parque Nacional do Gilé recebe cerca de 200 Búfalos da Reserva Nacional de Marromeu

A Administração Nacional das Áreas de Conservação (ANAC) em coordenação com o parceiro de assistência técnica Fondation François Sommer (FFS – IGF) e a União Europeia através do Programa PROMOVE Biodiversidade gerido pela Fundação para a Conservação da Biodiversidade (BIOFUND) realizam durante um período de 15 dias a partir de 07 de Agosto de 2024, uma operação de translocação de 200 búfalos da Reserva Nacional de Marromeu para o Parque Nacional do Gilé, localizado nos distritos de Pebane e Gilé, na Província da Zambézia.

Para o Director Geral da ANAC, Pejul Calenga, as operações de translocação de animais constituem um marco histórico para a rede nacional das áreas de conservação.

“𝘌𝘴𝘵𝘢𝘮𝘰𝘴 𝘧𝘦𝘭𝘪𝘻𝘦𝘴, 𝘤𝘰𝘮 𝘦𝘴𝘵𝘢 𝘰𝘱𝘦𝘳𝘢çã𝘰 𝘥𝘦 𝘵𝘳𝘢𝘯𝘴𝘭𝘰𝘤𝘢çã𝘰, 𝘷𝘢𝘮𝘰𝘴 𝘵𝘦𝘴𝘵𝘦𝘮𝘶𝘯𝘩𝘢𝘳 𝘮𝘢𝘪𝘴 𝘶𝘮 𝘮𝘢𝘳𝘤𝘰 𝘩𝘪𝘴𝘵ó𝘳𝘪𝘤𝘰 𝘱𝘢𝘳𝘢 𝘢 𝘳𝘦𝘥𝘦 𝘯𝘢𝘤𝘪𝘰𝘯𝘢𝘭 𝘥𝘢𝘴 á𝘳𝘦𝘢𝘴 𝘥𝘦 𝘤𝘰𝘯𝘴𝘦𝘳𝘷𝘢çã𝘰. 𝘝𝘢𝘮𝘰𝘴 𝘢𝘤𝘰𝘮𝘱𝘢𝘯𝘩𝘢𝘳 𝘦 𝘵𝘦𝘴𝘵𝘦𝘮𝘶𝘯𝘩𝘢𝘳 𝘯𝘰 𝘵𝘦𝘳𝘳𝘦𝘯𝘰 𝘦𝘴𝘵𝘢 𝘰𝘱𝘦𝘳𝘢çã𝘰. É 𝘶𝘮𝘢 𝘰𝘱𝘦𝘳𝘢çã𝘰 𝘲𝘶𝘦 𝘫á 𝘥𝘦𝘷𝘦𝘳𝘪𝘢 𝘵𝘦𝘳 𝘢𝘤𝘰𝘯𝘵𝘦𝘤𝘪𝘥𝘰 𝘯𝘰 𝘢𝘯𝘰 𝘱𝘢𝘴𝘴𝘢𝘥𝘰 𝘦𝘮 2023, 𝘮𝘢𝘴 𝘥𝘦𝘷𝘪𝘥𝘰 𝘢𝘰𝘴 𝘦𝘧𝘦𝘪𝘵𝘰𝘴 𝘥𝘰 𝘊𝘪𝘤𝘭𝘰𝘯𝘦 𝘍𝘳𝘦𝘥𝘥𝘺, 𝘢𝘴 𝘷𝘪𝘢𝘴 𝘥𝘦 𝘢𝘤𝘦𝘴𝘴𝘰 𝘯ã𝘰 𝘱𝘦𝘳𝘮𝘪𝘵𝘪𝘳𝘢𝘮, 𝘮𝘢𝘴 𝘦𝘴𝘵𝘢𝘮𝘰𝘴 𝘢𝘲𝘶𝘪 𝘢 𝘳𝘦𝘢𝘭𝘪𝘻𝘢𝘳 𝘦𝘴𝘵𝘢 𝘰𝘱𝘦𝘳𝘢çã𝘰 𝘩𝘪𝘴𝘵ó𝘳𝘪𝘤𝘢. 𝘌𝘴𝘵𝘢 é 𝘮𝘢𝘪𝘴 𝘶𝘮𝘢 𝘱𝘳𝘰𝘷𝘢 𝘥𝘰 𝘤𝘰𝘮𝘱𝘳𝘰𝘮𝘪𝘴𝘴𝘰 𝘥𝘰 𝘎𝘰𝘷𝘦𝘳𝘯𝘰 𝘥𝘦 𝘔𝘰ç𝘢𝘮𝘣𝘪𝘲𝘶𝘦 𝘤𝘰𝘮 𝘰 𝘥𝘦𝘴𝘦𝘯𝘷𝘰𝘭𝘷𝘪𝘮𝘦𝘯𝘵𝘰 𝘥𝘢𝘴 á𝘳𝘦𝘢𝘴 𝘥𝘦 𝘤𝘰𝘯𝘴𝘦𝘳𝘷𝘢çã𝘰. 𝘊𝘰𝘮 𝘢 𝘤𝘩𝘦𝘨𝘢𝘥𝘢 𝘥𝘦𝘴𝘵𝘦𝘴 𝘣ú𝘧𝘢𝘭𝘰𝘴, 𝘱𝘳𝘦𝘵𝘦𝘯𝘥𝘦𝘮𝘰𝘴 𝘯ã𝘰 𝘢𝘱𝘦𝘯𝘢𝘴 𝘳𝘦𝘴𝘵𝘢𝘶𝘳𝘢𝘳 𝘢𝘴 𝘧𝘶𝘯çõ𝘦𝘴 𝘦𝘤𝘰𝘭ó𝘨𝘪𝘤𝘢𝘴 𝘤𝘰𝘮 𝘰 𝘳𝘦𝘱𝘰𝘷𝘰𝘢𝘮𝘦𝘯𝘵𝘰 𝘥𝘦 𝘶𝘮𝘢 𝘦𝘴𝘱é𝘤𝘪𝘦 𝘲𝘶𝘦 𝘩𝘢𝘣𝘪𝘵𝘢 𝘯𝘰 𝘗𝘢𝘳𝘲𝘶𝘦, 𝘮𝘢𝘴 𝘵𝘢𝘮𝘣é𝘮 𝘪𝘯𝘪𝘤𝘪𝘢𝘳𝘮𝘰𝘴 𝘤𝘰𝘮 𝘰 𝘱𝘳𝘰𝘤𝘦𝘴𝘴𝘰 𝘥𝘦 𝘤𝘳𝘪𝘢çã𝘰 𝘥𝘦 𝘣𝘢𝘴𝘦𝘴 𝘱𝘢𝘳𝘢 𝘦𝘹𝘱𝘭𝘰𝘳𝘢𝘳 𝘢 𝘤𝘢𝘥𝘦𝘪𝘢 𝘥𝘦 𝘷𝘢𝘭𝘰𝘳 𝘥𝘰 𝘛𝘶𝘳𝘪𝘴𝘮𝘰 𝘣𝘢𝘴𝘦𝘢𝘥𝘰 𝘯𝘢 𝘕𝘢𝘵𝘶𝘳𝘦𝘻𝘢 𝘷𝘪𝘴𝘢𝘯𝘥𝘰 𝘱𝘳𝘰𝘮𝘰𝘷𝘦𝘳 𝘰 𝘪𝘯𝘷𝘦𝘴𝘵𝘪𝘮𝘦𝘯𝘵𝘰 𝘥𝘰 𝘴𝘦𝘤𝘵𝘰𝘳 𝘱𝘳𝘪𝘷𝘢𝘥𝘰 𝘦 𝘢𝘵𝘳𝘢𝘪𝘳 𝘮𝘢𝘪𝘴 𝘵𝘶𝘳𝘪𝘴𝘵𝘢𝘴 𝘱𝘢𝘳𝘢 𝘷𝘪𝘴𝘪𝘵𝘢𝘳 𝘦 𝘤𝘰𝘯𝘩𝘦𝘤𝘦𝘳 𝘰𝘴 𝘗𝘢𝘳𝘲𝘶𝘦𝘴 𝘦 𝘙𝘦𝘴𝘦𝘳𝘷𝘢𝘴, 𝘴𝘰𝘣𝘳𝘦𝘵𝘶𝘥𝘰, 𝘰𝘴 𝘯𝘰𝘴𝘴𝘰𝘴 𝘵𝘶𝘳𝘪𝘴𝘵𝘢𝘴 𝘯𝘢𝘤𝘪𝘰𝘯𝘢𝘪𝘴.” – disse o Director Geral da ANAC, Pejul Calenga.

Para o Chefe de Equipa da Secção Resiliência, Mudanças Climáticas e Fragilidade da Delegação da União Europeia em Moçambique, Riccardo Rossi “𝘢 𝘰𝘱𝘦𝘳𝘢çã𝘰 𝘥𝘦 𝘵𝘳𝘢𝘯𝘴𝘭𝘰𝘤𝘢çã𝘰 𝘥𝘰𝘴 𝘣ú𝘧𝘢𝘭𝘰𝘴 é 𝘶𝘮 𝘱𝘢𝘴𝘴𝘰 𝘪𝘮𝘱𝘰𝘳𝘵𝘢𝘯𝘵𝘦 𝘯𝘢𝘴 𝘳𝘦𝘢𝘭𝘪𝘻𝘢çõ𝘦𝘴 𝘥𝘰 𝘱𝘳𝘰𝘨𝘳𝘢𝘮𝘢 𝘗𝘙𝘖𝘔𝘖𝘝𝘌 𝘉𝘪𝘰𝘥𝘪𝘷𝘦𝘳𝘴𝘪𝘥𝘢𝘥𝘦 𝘦 𝘱𝘢𝘳𝘢 𝘰 𝘰𝘣𝘫𝘦𝘤𝘵𝘪𝘷𝘰 𝘢 𝘭𝘰𝘯𝘨𝘰 𝘱𝘳𝘢𝘻𝘰 𝘥𝘦 𝘳𝘦𝘴𝘵𝘢𝘶𝘳𝘢𝘳 𝘢 𝘷𝘪𝘥𝘢 𝘴𝘦𝘭𝘷𝘢𝘨𝘦𝘮 𝘰𝘳𝘪𝘨𝘪𝘯𝘢𝘭 𝘥𝘰 𝘗𝘢𝘳𝘲𝘶𝘦 𝘕𝘢𝘤𝘪𝘰𝘯𝘢𝘭 𝘥𝘦 𝘎𝘪𝘭é. 𝘈𝘵é à 𝘥𝘢𝘵𝘢, é 𝘶𝘮𝘢 𝘥𝘢𝘴 𝘱𝘳𝘪𝘯𝘤𝘪𝘱𝘢𝘪𝘴 𝘳𝘦𝘢𝘭𝘪𝘻𝘢çõ𝘦𝘴 𝘥𝘰 𝘱𝘳𝘰𝘨𝘳𝘢𝘮𝘢, 𝘲𝘶𝘦 𝘮𝘢𝘵𝘦𝘳𝘪𝘢𝘭𝘪𝘻𝘢 𝘰𝘴 𝘤𝘰𝘮𝘱𝘳𝘰𝘮𝘪𝘴𝘴𝘰𝘴 𝘢𝘴𝘴𝘶𝘮𝘪𝘥𝘰𝘴 𝘱𝘦𝘭𝘢 𝘜𝘯𝘪ã𝘰 𝘌𝘶𝘳𝘰𝘱𝘦𝘪𝘢 𝘢𝘵𝘳𝘢𝘷é𝘴 𝘥𝘰 𝘗𝘢𝘤𝘵𝘰 𝘌𝘤𝘰𝘭ó𝘨𝘪𝘤𝘰 𝘥𝘢 𝘜𝘌 𝘱𝘢𝘳𝘢 𝘔𝘰ç𝘢𝘮𝘣𝘪𝘲𝘶𝘦, 𝘣𝘦𝘮 𝘤𝘰𝘮𝘰 𝘥𝘢 𝘕𝘢𝘵𝘶𝘳𝘈𝘧𝘳𝘪𝘤𝘢, 𝘢 𝘪𝘯𝘪𝘤𝘪𝘢𝘵𝘪𝘷𝘢 𝘥𝘦 𝘢𝘱𝘰𝘪𝘰 à 𝘤𝘰𝘯𝘴𝘦𝘳𝘷𝘢çã𝘰 𝘥𝘢 𝘣𝘪𝘰𝘥𝘪𝘷𝘦𝘳𝘴𝘪𝘥𝘢𝘥𝘦 𝘥𝘢 𝘜𝘯𝘪ã𝘰 𝘌𝘶𝘳𝘰𝘱𝘦𝘪𝘢 𝘦𝘮 Á𝘧𝘳𝘪𝘤𝘢.”

Para o Director Executivo da BIOFUND, Luís Bernardo Honwana, esta operação é um grande marco para o Programa PROMOVE Biodiversidade, um dos programas geridos pela BIOFUND.

“𝘌𝘴𝘵𝘢 𝘰𝘱𝘦𝘳𝘢çã𝘰 𝘳𝘦𝘱𝘳𝘦𝘴𝘦𝘯𝘵𝘢 𝘶𝘮 𝘦𝘴𝘧𝘰𝘳ç𝘰 𝘤𝘰𝘭𝘢𝘣𝘰𝘳𝘢𝘵𝘪𝘷𝘰 𝘦𝘴𝘴𝘦𝘯𝘤𝘪𝘢𝘭 𝘱𝘢𝘳𝘢 𝘢 𝘳𝘦𝘴𝘵𝘢𝘶𝘳𝘢çã𝘰 𝘦 𝘱𝘳𝘰𝘵𝘦𝘤çã𝘰 𝘥𝘢 𝘣𝘪𝘰𝘥𝘪𝘷𝘦𝘳𝘴𝘪𝘥𝘢𝘥𝘦 𝘯𝘰 𝘗𝘢𝘳𝘲𝘶𝘦 𝘕𝘢𝘤𝘪𝘰𝘯𝘢𝘭 𝘥𝘰 𝘎𝘪𝘭é, 𝘶𝘮𝘢 𝘥𝘢𝘴 𝘵𝘳ê𝘴 á𝘳𝘦𝘢𝘴 𝘣𝘦𝘯𝘦𝘧𝘪𝘤𝘪á𝘳𝘪𝘢𝘴 𝘥𝘰 𝘗𝘙𝘖𝘔𝘖𝘝𝘌 𝘉𝘪𝘰𝘥𝘪𝘷𝘦𝘳𝘴𝘪𝘥𝘢𝘥𝘦, 𝘧𝘪𝘯𝘢𝘯𝘤𝘪𝘢𝘥𝘰 𝘱𝘦𝘭𝘢 𝘜𝘯𝘪ã𝘰 𝘌𝘶𝘳𝘰𝘱𝘦𝘪𝘢. 𝘈 𝘵𝘳𝘢𝘯𝘴𝘭𝘰𝘤𝘢çã𝘰 𝘯ã𝘰 𝘴ó 𝘢𝘫𝘶𝘥𝘢𝘳á 𝘢 𝘢𝘶𝘮𝘦𝘯𝘵𝘢𝘳 𝘢 𝘱𝘰𝘱𝘶𝘭𝘢çã𝘰 𝘥𝘦 𝘣ú𝘧𝘢𝘭𝘰𝘴, 𝘮𝘢𝘴 𝘵𝘢𝘮𝘣é𝘮 𝘧𝘰𝘳𝘵𝘢𝘭𝘦𝘤𝘦𝘳á 𝘢 𝘳𝘦𝘴𝘪𝘭𝘪ê𝘯𝘤𝘪𝘢 𝘦𝘤𝘰𝘭ó𝘨𝘪𝘤𝘢 𝘦 𝘱𝘳𝘰𝘮𝘰𝘷𝘦𝘳á 𝘰 𝘥𝘦𝘴𝘦𝘯𝘷𝘰𝘭𝘷𝘪𝘮𝘦𝘯𝘵𝘰 𝘴𝘶𝘴𝘵𝘦𝘯𝘵á𝘷𝘦𝘭 𝘯𝘢 𝘳𝘦𝘨𝘪ã𝘰. 𝘊𝘰𝘮𝘰 𝘧𝘶𝘯𝘥𝘰 𝘢𝘮𝘣𝘪𝘦𝘯𝘵𝘢𝘭 𝘯𝘢𝘤𝘪𝘰𝘯𝘢𝘭, 𝘢 𝘉𝘐𝘖𝘍𝘜𝘕𝘋 𝘦𝘴𝘵á 𝘤𝘰𝘮𝘱𝘳𝘰𝘮𝘦𝘵𝘪𝘥𝘢 𝘦𝘮 𝘮𝘰𝘣𝘪𝘭𝘪𝘻𝘢𝘳 𝘦 𝘨𝘦𝘳𝘪𝘳 𝘳𝘦𝘤𝘶𝘳𝘴𝘰𝘴 𝘧𝘪𝘯𝘢𝘯𝘤𝘦𝘪𝘳𝘰𝘴 𝘦𝘮 𝘣𝘦𝘯𝘦𝘧í𝘤𝘪𝘰 𝘦𝘹𝘤𝘭𝘶𝘴𝘪𝘷𝘰 𝘥𝘢 𝘤𝘰𝘯𝘴𝘦𝘳𝘷𝘢çã𝘰 𝘥𝘢 𝘣𝘪𝘰𝘥𝘪𝘷𝘦𝘳𝘴𝘪𝘥𝘢𝘥𝘦 𝘦𝘮 𝘔𝘰ç𝘢𝘮𝘣𝘪𝘲𝘶𝘦, 𝘨𝘢𝘳𝘢𝘯𝘵𝘪𝘯𝘥𝘰 𝘲𝘶𝘦 𝘪𝘯𝘪𝘤𝘪𝘢𝘵𝘪𝘷𝘢𝘴 𝘤𝘰𝘮𝘰 𝘦𝘴𝘵𝘢 𝘵𝘦𝘯𝘩𝘢𝘮 𝘶𝘮 𝘪𝘮𝘱𝘢𝘤𝘵𝘰 𝘥𝘶𝘳𝘢𝘥𝘰𝘶𝘳𝘰 𝘦 𝘱𝘰𝘴𝘪𝘵𝘪𝘷𝘰 𝘯𝘢𝘴 𝘯𝘰𝘴𝘴𝘢𝘴 Á𝘳𝘦𝘢𝘴 𝘥𝘦 𝘊𝘰𝘯𝘴𝘦𝘳𝘷𝘢çã𝘰.” – disse o Director Executivo da BIOFUND, Luís Bernardo Honwana.

Para o Director Geral da Foundation François Sommer (FFS – IGF), Alban de Loisy, esta translocação irá aumentar a população de búfalos do parque, actualmente estimada em 150 indivíduos, após duas outras translocações nos últimos dez anos.

“𝘋𝘦𝘴𝘥𝘦 2007 𝘲𝘶𝘦 𝘢 𝘍𝘶𝘯𝘥𝘢çã𝘰 𝘍𝘳𝘢𝘯ç𝘰𝘪𝘴 𝘚𝘰𝘮𝘮𝘦𝘳 𝘴𝘦 𝘰𝘳𝘨𝘶𝘭𝘩𝘢 𝘥𝘦 𝘵𝘳𝘢𝘣𝘢𝘭𝘩𝘢𝘳 𝘦𝘮 𝘱𝘢𝘳𝘤𝘦𝘳𝘪𝘢 𝘤𝘰𝘮 𝘰 𝘔𝘪𝘯𝘪𝘴𝘵é𝘳𝘪𝘰 𝘥𝘢 𝘛𝘦𝘳𝘳𝘢 𝘦 𝘈𝘮𝘣𝘪𝘦𝘯𝘵𝘦 𝘦 𝘢 𝘈𝘥𝘮𝘪𝘯𝘪𝘴𝘵𝘳𝘢çã𝘰 𝘕𝘢𝘤𝘪𝘰𝘯𝘢𝘭 𝘥𝘢𝘴 Á𝘳𝘦𝘢𝘴 𝘥𝘦 𝘊𝘰𝘯𝘴𝘦𝘳𝘷𝘢çã𝘰 (𝘈𝘕𝘈𝘊) 𝘱𝘢𝘳𝘢 𝘥𝘦𝘴𝘦𝘯𝘷𝘰𝘭𝘷𝘦𝘳 𝘦 𝘱𝘳𝘰𝘵𝘦𝘨𝘦𝘳 𝘰 𝘗𝘢𝘳𝘲𝘶𝘦 𝘕𝘢𝘤𝘪𝘰𝘯𝘢𝘭 𝘥𝘰 𝘎𝘪𝘭é, 𝘦𝘮 𝘔𝘰ç𝘢𝘮𝘣𝘪𝘲𝘶𝘦. 𝘌𝘴𝘵𝘢 𝘵𝘳𝘢𝘯𝘴𝘭𝘰𝘤𝘢çã𝘰 𝘥𝘦 200 𝘣ú𝘧𝘢𝘭𝘰𝘴, 𝘢 𝘮𝘢𝘪𝘰𝘳 𝘢𝘭𝘨𝘶𝘮𝘢 𝘷𝘦𝘻 𝘳𝘦𝘢𝘭𝘪𝘻𝘢𝘥𝘢 𝘯𝘰 𝘱𝘢í𝘴, 𝘧𝘰𝘪 𝘱𝘭𝘢𝘯𝘦𝘢𝘥𝘢 𝘯𝘰𝘴 ú𝘭𝘵𝘪𝘮𝘰𝘴 𝘵𝘳ê𝘴 𝘢𝘯𝘰𝘴 𝘤𝘰𝘮 𝘰 𝘢𝘱𝘰𝘪𝘰 𝘧𝘪𝘯𝘢𝘯𝘤𝘦𝘪𝘳𝘰 𝘥𝘢 𝘜𝘯𝘪ã𝘰 𝘌𝘶𝘳𝘰𝘱𝘦𝘪𝘢, 𝘢𝘵𝘳𝘢𝘷é𝘴 𝘥𝘰 𝘱𝘳𝘰𝘨𝘳𝘢𝘮𝘢 𝘗𝘙𝘖𝘔𝘖𝘝𝘌, 𝘨𝘦𝘳𝘪𝘥𝘰 𝘱𝘦𝘭𝘢 𝘉𝘪𝘰𝘧𝘶𝘯𝘥. 𝘐𝘳á 𝘢𝘶𝘮𝘦𝘯𝘵𝘢𝘳 𝘢 𝘱𝘰𝘱𝘶𝘭𝘢çã𝘰 𝘥𝘦 𝘣ú𝘧𝘢𝘭𝘰𝘴 𝘥𝘰 𝘱𝘢𝘳𝘲𝘶𝘦, 𝘢𝘤𝘵𝘶𝘢𝘭𝘮𝘦𝘯𝘵𝘦 𝘦𝘴𝘵𝘪𝘮𝘢𝘥𝘢 𝘦𝘮 150 𝘪𝘯𝘥𝘪𝘷í𝘥𝘶𝘰𝘴, 𝘢𝘱ó𝘴 𝘥𝘶𝘢𝘴 𝘰𝘶𝘵𝘳𝘢𝘴 𝘵𝘳𝘢𝘯𝘴𝘭𝘰𝘤𝘢çõ𝘦𝘴 𝘯𝘰𝘴 ú𝘭𝘵𝘪𝘮𝘰𝘴 𝘥𝘦𝘻 𝘢𝘯𝘰𝘴. 𝘌𝘴𝘵𝘢 𝘰𝘱𝘦𝘳𝘢çã𝘰, 𝘲𝘶𝘦 𝘦𝘹𝘪𝘨𝘦 𝘤𝘰𝘯𝘩𝘦𝘤𝘪𝘮𝘦𝘯𝘵𝘰𝘴 𝘭𝘰𝘨í𝘴𝘵𝘪𝘤𝘰𝘴 𝘦 𝘵é𝘤𝘯𝘪𝘤𝘰𝘴 𝘤𝘰𝘯𝘴𝘪𝘥𝘦𝘳á𝘷𝘦𝘪𝘴, é 𝘮𝘢𝘪𝘴 𝘶𝘮 𝘱𝘢𝘴𝘴𝘰 𝘯𝘢 𝘳𝘦𝘤𝘶𝘱𝘦𝘳𝘢çã𝘰 𝘥𝘢 𝘧𝘢𝘶𝘯𝘢 𝘥𝘰 𝘎𝘪𝘭é.”– disse o Director Geral da Foundation François Sommer (FFS – IGF), Alban de Loisy.

Cerca de 5 anos depois desde a última translocação ocorrida em 2019, a presente operação contará com a presença de diferentes parceiros interinstitucionais da ANAC, como, a Polícia da República de Moçambique (PRM), Médicos Veterinários entre outros.

O Parque Nacional do Gilé é gerido no âmbito das Parcerias de Gestão Colaborativas entre o Governo de Moçambique, representado pela Administração Nacional das Áreas de Conservação (ANAC) e a Fondation François Sommer (FFS – IGF). A Fondation François Sommer (FFS – IGF), é uma organização de utilidade pública e sem fins lucrativos, constituída em 1966.

O Parque Nacional do Gilé antes Reserva Nacional foi uma das três áreas de conservação recategorizadas pelo Conselho de Ministros em 2020, numa abordagem que visa enquadrar áreas de conservação dentro do regime jurídico legal em vigor, tendo em atenção que a Lei número 16/2014 de 20 de Junho, alterada e republicada pela Lei número 5/2017 de 5 Maio revogou a categoria de reserva nacional. O processo de recategorização das Áreas de Conservação, tem como objectivo enquadrar de forma racional e sustentável as áreas de conservação nas categorias que reflectem a sua realidade, tendo em atenção o estágio de preservação, a integridade e o maneio das mesmas, em termos de gestão de recursos naturais e dos habitas e ecossistemas existentes. Deste modo o Parque Nacional do Gilé teve o seu estatuto de conservação elevado, passando assim a ser uma área de conservação total.

No Parque Nacional do Gilé é possível contemplar animais de grande porte como elefantes, búfalos pela savana e floresta do miombo do Parque Nacional do Gilé. A proximidade às praias de Pebane e de Moebase, ao Gurué, e à Ilha de Moçambique fazem do Parque um ponto de passagem obrigatório para quem procura estar em contacto com a natureza. As densas florestas de miombo, planícies e vegetação ribeirinha, onde habitam centenas de espécies de aves, répteis e anfíbios, as fontes de águas termais e o distinto e exuberante Monte Pope, dão vida à paisagem deste Parque. Para disfrute dos seus hóspedes, o Parque oferece o acampamento turístico de Lice, sito na margem do Rio Lice.

Por Via Terrestre pode chegar ao Parque Nacional do Gilé a partir da Cidade de Quelimane ou da Cidade de Nampula. É recomendável viajar numa viatura 4×4. O Parque Nacional do Gilé situa-se cerca de 492 kms da Cidade de Quelimane e a 334 Kms do Distrito de Mocuba. (x)

CONTACTOS PARA QUESTÕES EDITORIAIS

𝐀𝐃𝐌𝐈𝐍𝐈𝐒𝐓𝐑𝐀ÇÃ𝐎 𝐍𝐀𝐂𝐈𝐎𝐍𝐀𝐋 𝐃𝐀𝐒 Á𝐑𝐄𝐀𝐒 𝐃𝐄 𝐂𝐎𝐍𝐒𝐄𝐑𝐕𝐀ÇÃ𝐎 (𝐀𝐍𝐀𝐂)

Ivan Zacarias

Gestor de Comunicação e Imagem

ivan.zacarias@anac.gov.mz

𝐅𝐎𝐍𝐃𝐀𝐓𝐈𝐎𝐍 𝐅𝐑𝐀𝐍Ç𝐎𝐈𝐒 𝐒𝐎𝐌𝐌𝐄𝐑 (𝐅𝐎𝐍𝐃𝐀𝐓𝐈𝐎𝐍 𝐈𝐍𝐓𝐄𝐑𝐍𝐀𝐓𝐈𝐎𝐍𝐀𝐋𝐄 𝐏𝐎𝐔𝐑 𝐋𝐀 𝐆𝐄𝐒𝐓𝐈𝐎𝐍 𝐃𝐄 𝐋𝐀 𝐅𝐀𝐔𝐍𝐄)

Rachele Villa

Responsável Comunicação Programa PNAG r.villa@fondationfrancoissommer.org

𝐔𝐍𝐈Ã𝐎 𝐄𝐔𝐑𝐎𝐏𝐄𝐈𝐀 – 𝐏𝐑𝐎𝐆𝐑𝐀𝐌𝐀 𝐏𝐑𝐎𝐌𝐎𝐕𝐄 𝐁𝐈𝐎𝐃𝐈𝐕𝐄𝐑𝐒𝐈𝐃𝐀𝐃𝐄

Cláudia Rodrigues

Coordenadora de Comunicação para Cooperação Claudia.rodrigues@eeas.europa.eu

𝐁𝐈𝐎𝐅𝐔𝐍𝐃

Rui Esmael

Coordenador de Comunicação

resmael@biofund.org.mz

BIOFUND torna-se parte da União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN)

A 31 de Março do corrente ano, a Fundação para Conservação da Biodiversidade (BIOFUND) submeteu formalmente a sua candidatura para se tornar membro da prestigiada União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN).

A IUCN, uma organização internacional renomada com sete décadas de experiência, tem desempenhado um papel crucial na conservação da natureza a nível mundial. A sua visão de um mundo justo que valoriza e conserva a natureza, aliada à sua missão de influenciar, incentivar e ajudar as sociedades a conservar a integridade e a diversidade da natureza de forma equitativa e sustentável, tem gerado impactos significativos.

Com uma rede diversificada de mais de 1.400 organizações membros de mais de 160 países, a IUCN integra influentes entidades governamentais, não governamentais  e da sociedade civil, o que confere às suas decisões um poderoso mandato. A organização é responsável por ferramentas essenciais para a biodiversidade, como a Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas, a Lista Vermelha de Ecossistemas, e o Banco de Dados Mundial sobre Áreas-chave de Biodiversidade, entre outros.

Na região da África Oriental e Austral (ESARO) onde Moçambique está inserido, a IUCN conta agora com 107 membros, incluindo a BIOFUND. A adesão da BIOFUND à IUCN permite-lhe beneficiar de diversos privilégios, como uma maior influência e uma voz colectiva em questões globais de conservação, além de oportunidades para desenvolver parcerias e expandir redes internacionais. Com isso, a BIOFUND está bem posicionada para influenciar e participar em iniciativas globais de conservação, reforçando o seu compromisso com a proteção da biodiversidade e o desenvolvimento sustentável em Moçambique.

Liderança Feminina na Conservação: Trajectórias de Duas Jovens Beneficiárias do PLCM

O Programa de Liderança para a Conservação de Moçambique (PLCM) tem sido uma força motriz no desenvolvimento de talentos de jovens no sector de conservação, destacando também o papel vital das mulheres nas acções de protecção ambiental. As trajectórias de Natércia Parruque e Humaira Badrú são exemplos brilhantes de como o PLCM está a moldar futuros líderes comprometidos com a conservação da biodiversidade no país.

Natércia Parruque, formada em Ciências da Comunicação pela Escola Superior de Jornalismo, começou a sua trajectória na BIOFUND como estagiária no sector de comunicação durante a 1ª edição do PLCM em 2020. Combinando talento e dedicação, ela rapidamente se destacou e assumiu responsabilidades crescentes, chegando à posição de Oficial de Comunicação. Natércia desempenha hoje um papel crucial na organização e comunicação de eventos voltados para a conservação da biodiversidade, com ênfase na Conferência de Biodiversidade Marinha, que reúne diversos parceiros nacionais e internacionais para discutir e promover a conservação costeira e marinha em Moçambique.

Humaira Badrú, formada em Ecologia e Conservação da Biodiversidade Terrestre pela Universidade Eduardo Mondlane, também iniciou sua carreira na BIOFUND como estagiária no sector de financiamentos inovadores durante a 1ª edição do PLCM em 2020. A sua paixão pela conservação e o seu compromisso com soluções inovadoras levaram-na a ser promovida a Oficial de Projectos. Humaira tem sido essencial na coordenação, seguimento e implementação de várias iniciativas focadas na protecção de espécies, habitats e ecossistemas, assim como no bem-estar das comunidades ao redor das Áreas de Conservação do país.

Em finais de 2023, ex-estagiários do PLCM, Ernesto Chauque e Moisés Mutevuie, com destaque para Natércia e Humaira, foram reconhecidas como Trabalhadoras do Ano pela BIOFUND, uma distinção que reflecte o profissionalismo e a dedicação de ambas. Com quase cinco anos de trabalho no sector da conservação, elas exemplificam o impacto das oportunidades proporcionadas pelo PLCM. O programa tem sido importante para abrir portas para jovens talentos, permitindo-lhes desenvolver habilidades e assumir papéis de liderança. As trajectórias de Natércia e Humaira demonstram como o PLCM pode impulsionar o crescimento profissional e inspirar uma nova geração de jovens líderes, especialmente de mulheres dedicadas à conservação da biodiversidade em Moçambique.

BIOFUND Promove a Conservação de Florestas Sagradas no Âmbito da Nova Lei Florestal

A Fundação para a Conservação da Biodiversidade – BIOFUND em parceria com o Ministério da Terra e Ambiente – MTA e a Universidade Eduardo Mondlane – UEM,  realizou no dia 23 de Julho corrente, na cidade de Maputo, no edifício sede do Banco Comercial e de Investimentos – BCI, uma palestra sobre Florestas Sagradas e debate em torno da Nova Lei Florestal (Lei Nr. 17/2023, de 29 de Dezembro).

 O evento que contou com 36 participantes entre membros e colaboradores da BIOFUND, parceiros e estudantes da UEM,  teve  como objectivo socializar a importância ambiental e socio-cultural das florestas sagradas,  e promover uma reflexão aprofundada sobre os mecanismos de protecção e conservação desses importantes recursos  no âmbito da revisão em curso do regulamento da nova lei florestal.

Na ocasião, Dr. Leovigildo  José, representante da Comissão de Revisão do Regulamento da lei florestal da Direcção Nacional de Florestas (DINAF), fez uma contextualização do processo de revisão do anteprojecto do regulamento da lei florestal, destacando a importância de inclusão de todas camadas sociais no processo, através das consultas públicas regionais abrangentes realizadas nas três zonas do pais (sul, centro e norte).

Com base em conhecimento científico e experiências de longos anos, Dr. Pascoal Gota e Dra. Alice Massingue, respectivamente Cientistas ambientais e antropólogos da Universidade Uppsala em Suécia e Universidade Eduardo Mondlane em Moçambique, ambos com experiência na realização de estudos sobre florestas sagradas em Moçambique, partilharam dados e tendências de valorização das florestas e árvores sagradas, assim como os mecanismos usados pelas comunidades para manter a conservação desse património cultural ao longo dos anos.

A palestra resultou em discussões de assuntos de destaque e recomendações que devem ser consideradas na revisão do regulamento da lei florestal, para a valorização e conservação das florestas de uso e valor histórico cultural tendo em conta o papel das comunidades locais e das entidades governamentais.

Com a promoção de eventos como este, a BIOFUND reafirma seu compromisso com a proteção do patrimônio natural e cultural de Moçambique, buscando sempre envolver a ciência e valorizar as comunidades locais em suas iniciativas de conservação.

BIOFUND Revoluciona a Angariação de Fundos para Conservação com Mentoria a Fundos Ambientais do CAFÉ e RedLAC em Maputo

A Fundação para a Conservação da Biodiversidade – BIOFUND, uma instituição privada sem fins lucrativos, que mobiliza, aplica e gere recursos financeiros em benefício exclusivo da conservação da biodiversidade em Moçambique, está a assumir um papel de liderança no fortalecimento de fundos de conservação da biodiversidade em diversos países.

Desde Março de 2024, a BIOFUND tem liderado o Programa de Mentoria para Angariação de Fundos com o Sector Privado, uma iniciativa inovadora do Projecto BRIDGE lançado em 2022 pelo Consórcio dos Fundos Africanos para o Ambiente (CAFÉ) e Rede de Fundos Ambientais da América Latina e do Caribe (RedLAC). Com duração de oito meses e incluindo sessões virtuais e presenciais, este programa visa equipar os Fundos Ambientais (CTFs) do CAFÉ e RedLAC com as habilidades e conhecimentos necessários para desenvolver planos estratégicos e sustentáveis de angariação de fundos, alcançando com sucesso os seus objectivos de financiamento para conservação.

Entre os dias 15 a 19 de Julho de 2024, a BIOFUND conduziu sessões presenciais em Maputo, com a participação activa de nove membros de cinco CTFs, incluindo Fundo de Investimento Ambiental de El Salvador (FIAES), Fundo Ambiental do Malawi (MEET), Fundação BioGuinea, Fundação Tany Meva (Madagáscar), Fundo de Conservação das Áreas Protegidas (PACT) (Belize). Durante os cinco dias da visita, foram compartilhadas diversas ferramentas de angariação de fundos e promovida a  interacção  com doadores da BIOFUND, incluindo a União Europeia (UE), a Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD) e o Millennium Challenge Corporation (MCC). Além disso, foram discutidos mecanismos inovadores, destacando-se contrabalanços de biodiversidade, impact investment, debt for nature swap, responsabilidade social corporativa (cartão Bio e o café Manica), bem como sessões dedicadas ao aumento do perfil das iniciativas de conservação através da comunicação, eventos e exposições.

O Projecto BRIDGE, administrado pela Forever Costa Rica Association (FCRA) e apoiado pelo Fundo Francês para o Meio Ambiente Global (FFEM) e pela Fundação MAVA, é uma iniciativa transformadora que busca revolucionar o papel dos fundos ambientais no financiamento para a conservação.

Para os CTFs, estas sessões de mentoria representam uma oportunidade de aprendizagem e troca de experiências essenciais para o desenvolvimento dos fundos. “Durante os cinco dias, adquirimos um conhecimento profundo sobre angariação de fundos e exploramos diversas iniciativas para promover nossas actividades. Além disso, tivemos a oportunidade de interagir com profissionais de alto nível, enriquecendo ainda mais nossa perspectiva. Agradecemos à equipe da BIOFUND pela excelente coordenação e facilitação desta mentoria“, afirmou Alejandra Ayala, representante do Fundo de Investimento Ambiental de El Salvador.

Para a BIOFUND, este programa reafirma o seu compromisso não apenas com a conservação da biodiversidade em Moçambique, mas também com o fortalecimento global das capacidades de angariação de fundos das organizações parceiras. Através desta iniciativa, a BIOFUND está a estabelecer um legado de conservação que transcende fronteiras, garantindo que mais recursos sejam mobilizados para proteger a biodiversidade em todo o mundo.

No final da formação, espera-se que os fundos ambientais tenham estabelecido novos objectivos e metas de angariação de fundos, identificado as suas forças, fraquezas, riscos e oportunidades, diversificado fontes de financiamento, explorado novos fluxos de rendimento, melhorado as relações com doadores e parceiros, e determinado novas estratégias para construir ou aumentar os seus fundos. Além disso, o programa visa aprimorar as suas habilidades em comunicação e marketing, e desenvolver uma estratégia de angariação de fundos abrangente, inovadora e accionável com base nos conhecimentos e habilidades adquiridos durante as sessões de mentoria proporcionadas pela BIOFUND e parceiros.

Treinamento sobre SAS, Género, VBG, EAS/AS Fortalece Capacidades no Âmbito do Projecto MozNorte

A Fundação para a Conservação da Biodiversidade (BIOFUND) em coordenação com a Administração Nacional das Áreas de Conservação (ANAC) e o Fundo Mundial para a Natureza (WWF), realizou um treinamento sobre Salvaguardas Ambientais e Sociais (SAS), Género, Violência Baseada no Género (VBG), Exploração e Abuso Sexual (EAS) e Assédio Sexual (AS) nos dias 9 e 10 de Julho no distrito de Angoche, província de Nampula. A formação é parte das actividades do Projecto de Resiliência Rural do Norte de Moçambique (MozNorte), um esforço conjunto do Governo de Moçambique e do Banco Mundial.

O treinamento foi dirigido a 35 beneficiários de diversas organizações, incluindo a ANAC, a Área de Proteção Ambiental das Ilhas Primeiras e Segundas (APAIPS), a BIOFUND, o WWF, representantes de instituições prestadoras de serviços formais de VBG/EAS/AS,  instituições governamentais e organizações parceiras. O objectivo principal foi fortalecer as capacidades do provedor de serviços do projecto a nível da APAIPS (WWF) e das partes interessadas na implementação das melhores práticas ambientais e sociais, com especial atenção às questões de género e VBG/EAS/AS. A iniciativa visa a mitigação e resposta eficaz aos riscos de VBG e EAS/AS, promovendo a conscientização e preparação dos beneficiários do projecto e parceiros da APAIPS sobre os protocolos e mecanismos de atendimento às vítimas de violência.

Conduzido de forma presencial, o treinamento adotou uma abordagem participativa que combinou apresentações teóricas com discussões práticas, dinâmicas e exercícios de reflexão. A abordagem incluiu a construção conjunta dos conceitos de género, desigualdades, equidade e igualdade, reconhecendo a necessidade de um trabalho contínuo de desconstrução e reinterpretação destas questões.

Com este treinamento, espera-se que os participantes estejam mais capacitados para assegurar as boas práticas ambientais e sociais, bem como na gestão de questões de género e VBG/EAS/AS. Além disso, o evento proporcionou uma oportunidade para o estabelecimento de sinergias e colaboração entre as diferentes partes interessadas.

Esta iniciativa sublinha o compromisso contínuo da BIOFUND e das instituições parceiras em promover a resiliência comunitária, a igualdade de género e a gestão sustentável dos recursos naturais no norte de Moçambique.

A Fascinante Ilha de Moçambique: Uma Jornada de História, Cultura e Reflexão Climática

A Ilha de Moçambique, situada na costa nortenha do país, é um destino que ressoa com uma profunda riqueza histórica e cultural. Durante as actividades da 2ª Conferência da Biodiversidade Marinha, a equipa da BIOFUND – Fundação para a Conservação da Biodiversidade e demais convidados tiveram a oportunidade de explorar este lugar fascinante, e a experiência foi verdadeiramente transformadora.

Como uma das primeiras colónias portuguesas na África, a Ilha de Moçambique desempenhou um papel crucial como entreposto comercial. Ao caminhar pelas suas ruas estreitas e ladeadas de edifícios coloniais, sentimos como se estivéssemos voltando no tempo. A arquitectura imponente, incluindo a Fortaleza de São Sebastião e o Palácio de São Paulo, ambos testemunhos vivos de um passado multifacetado, nos impressionou profundamente.

A Fortaleza de São Sebastião, construída no século XVI, permanece como um símbolo da resistência e da engenharia militar da época. Já o Palácio de São Paulo, que agora abriga um museu, oferece uma janela para a vida colonial com sua impressionante colecção de artefactos históricos. Cada pedra e cada parede contam uma história, e é impossível não nos sentirmos tocados pela história que permeia o ar.

No entanto, a verdadeira alma da Ilha de Moçambique reside em seus habitantes. A hospitalidade calorosa e o orgulho cultural dos moradores locais foram evidentes em cada interacção. Uma das partes mais impactantes da visita foi a instalação imersiva “Nakhoda e a Sereia”, da realizadora moçambicana Yara Costa. Esta obra exibe o património cultural marítimo da Ilha de Moçambique e alerta para o impacto das mudanças climáticas nas comunidades locais, numa viagem virtual até 2030. Este alerta é um chamado urgente para a crise climática, que já está afectar muitas comunidades costeiras ao redor do mundo e em Moçambique em particular. Estudos científicos mostram que a elevação do nível do mar e as tempestades mais frequentes colocam em risco ecossistemas vitais e a sobrevivência das populações costeiras.

Não é apenas uma questão de proteger a história e a cultura, mas de garantir a sobrevivência das comunidades e dos ecossistemas costeiros. A ciência nos diz que a janela para agir está cada vez mais a fechar, e cabe a nós, como sociedade, responder com urgência e compromisso.

Nossa visita à Ilha de Moçambique foi mais do que uma simples viagem; foi uma jornada de descoberta e aprendizado. Cada momento passado na ilha nos ensinou algo novo sobre a rica tapeçaria histórica e cultural de Moçambique. Saímos com um profundo respeito pela história e pela resiliência dos seus habitantes.

Para aqueles que procuram uma experiência de viagem que ofereça tanto beleza natural quanto uma profunda imersão cultural, a Ilha de Moçambique é um destino imperdível. Explore suas ruas, converse com seus moradores e deixe-se encantar por este lugar singular. E não se esqueça de reflectir sobre o impacto das mudanças climáticas e a importância de preservar estes tesouros para as futuras gerações!

Por: Humaira Agibo Badrú

BIOFUND, ANAC e INEP Juntas em Workshop para Conservação Liderada por Mulheres

A Fundação para a Conservação da Biodiversidade (BIOFUND), através do Programa de Liderança para a Conservação de Biodiversidade de Moçambique (PLCM), financiado pelo projecto Banco Mundial/ MozBio2 e projecto PCB/SIDA organizou na quarta-feira, na Cidade de Maputo, um workshop de capacitação para 25 jovens mulheres. Este evento marcou o início da 6ª Edição do programa de estágio voltado para a Conservação da Biodiversidade em Moçambique.

O estágio tem como objectivo aumentar a participação de mulheres em temas de conservação ambiental, respondendo à actual predominância masculina entre os agentes de conservação. As participantes serão alocadas em parques nacionais, instituições privadas e no sector público, todas envolvidas na promoção da Conservação da Biodiversidade no país.

Luís Bernardo Honwana, Director Executivo da BIOFUND, incentivou as estagiárias a enfrentarem os desafios e a contribuírem activamente para a remodelação do PLCM. “Lutem, não desistam, nos locais em que serão alocadas terão desafios de várias ordens, pois as mulheres estão em menor número na conservação da biodiversidade, mas a sua integração e contributo são relevantes para o alcance de objectivos mais palpáveis,” disse Honwana.

Paulo Barros, representante da Administração Nacional de Áreas de Conservação (ANAC), expressou a esperança de que as diversas áreas de formação das estagiárias contribuam para a criação de ideias na conservação e utilização sustentável dos recursos naturais.

O evento visou apresentar as metas, expectativas e desafios do estágio, além de fornecer uma introdução abrangente sobre os aspectos de conservação a serem abordados ao longo do Programa.

Acompanhe o progresso desta jornada emocionante nas páginas da BIOFUND e do PLCM.

Lançado o Projecto de Resiliência Rural no Norte de Moçambique nas Ilhas Primeiras e Segundas

No passado dia 27 de Junho, teve lugar na cidade de Nampula o seminário de arranque do Projecto de Resiliência Rural do Norte de Moçambique-MozNorte, na Área de Proteção Ambiental das Ilhas Primeiras e Segundas (APAIPS). Este evento, parte do Projecto MozNorte, é financiado pelo Banco Mundial através da Fundação para a Conservação da Biodiversidade (BIOFUND) e conta com o apoio do Governo de Moçambique.

O evento contou com a presença de mais de 50 convidados, incluindo representante do Governo da Província de Nampula, Administração Nacional das Áreas de Conservação (ANAC) administradores dos distritos de Larde, Moma e Angoche, institutos de formação técnico-profissional da Província de Nampula e membros de várias organizações como o Fundo Mundial para a Natureza (WWF), Rare, Fundo Nacional de Desenvolvimento Sustentável (FNDS) e BIOFUND. Destacaram-se as presenças de Ali Auasse, representante do Governo da Província de Nampula, e Ricardina Matusse, Administradora da APAIPS.

Com uma duração de 34 meses e um financiamento total de 1.7 milhões de USD, o projecto será implementado pela WWF-Moçambique, em estreita coordenação com a administração da APAIPS. O principal objectivo é fortalecer a gestão sustentável dos recursos naturais, promover a educação ambiental e capacitar tecnicamente as comunidades locais. Entre as metas principais deste projecto, está a criação de um quadro de governação eficaz, melhoria das ferramentas, e planos de gestão e o reforço da fiscalização na APAIPS.

Inseridas no Projecto MozNorte, com implementação até 2026, o projecto abrange áreas essenciais como agricultura, desenvolvimento rural, conservação e pesca, visando melhorar os meios de subsistência das comunidades vulneráveis nas províncias de Cabo Delgado, Niassa e Nampula.

Durante o seminário, foram discutidos os mecanismos de coordenação do projecto e a formação da estrutura do Comité de Aconselhamento, composto por várias instituições públicas e privadas. Também foi debatida a proposta do plano de actividades e as metodologias de implementação do projecto.

Um dos momentos mais marcantes foi a apresentação do Programa de Bolsas de Estudos do Ensino Técnico Profissional, que beneficia 35 adolescentes e jovens dos distritos de Angoche, Moma e Larde. Além disso, foi realizada uma indução sobre Salvaguardas Ambientais e Sociais, destacando conceitos chave, áreas de actuação e formas de funcionamento.

O evento encerrou com uma síntese das discussões e a apresentação da proposta de plano de acção, reafirmando o compromisso de todos os envolvidos na conservação da biodiversidade e no desenvolvimento sustentável da APAIPS.